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Crítica “Boneco do Mal”: o terror que assusta, mas também diverte


Lauren Cohan, da série “The Walking Dead”, interpreta Greta, uma babá que precisa cuidar de um boneco

O ano de 2016 promete ser um bom ano para os amantes do cinema terror. Desde meados do ano passado já sabíamos de muitos filmes interessantes para acompanhar: “Invocação do Mal 2”, “A Bruxa”, “Cloverfield”, “Chamados” e uma série de outros, que poderão surpreender ou decepcionar. “Boneco do Mal” então inaugura esta safra de filmes aterrorizantes, ficando em um meio termo entre a boa surpresa e a frustração.

Na história, temos Greta (Lauren Cohan), uma jovem americana que aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa. Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco de quem o casal cuida como se fosse um menino de verdade, como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes.

Após violar uma lista de regras do garoto, uma série de eventos inexplicáveis transformam a vida dela em um pesadelo.

Com essa premissa, vamos às considerações iniciais. Primeiro temos Greta, interpretada pela bela e talentosa atriz Lauren Cohan, que todo fã de The Walking Dead ama. Lauren, que dá vida a Greta, é uma mulher que busca um novo começo num país distante e que esconde (não por muito tempo) uma série de segredos sobre a sua vida, sobre o seu passado. Entender a personagem serve para entendermos as suas escolhas, caso contrário, fica muito difícil acreditar no porquê dela ter saído dos Estados Unidos, ter ido ao Reino Unido, para uma cidadezinha e ter aceitado o emprego de babá de um boneco.

 

É preciso mergulhar logo de cara na trama e ir de braços abertos aceitar a história contada por “Boneco do Mal”. A experiência somente será boa se o espectador desejar ser enganado. O cinema é isso, o cinema terror é ainda mais isso.

Com isto posto, é interessante destacar a atmosfera do filme, ambientada na Inglaterra, no clima frio, cinzento. Toda esta ambientação ajuda e muito na construção de uma trama de terror. A fotografia e a trilha sonora, por mais clichê que possa parecer, mais ajuda do que atrapalha. É a cartilha do cinema sendo respeitada.

O roteiro poderia ser mais ágil, mas a escolha foi contar uma história mais lentamente em seu início, que fosse ganhando forma no desenvolvimento e desse um soco no estômago do espectador no seu desfecho, com a reviravolta do terceiro ato. Quem assistir descobrirá que a parte final é, de fato, a melhor coisa que Boneco do Mal oferece enquanto filme.

As sequências que buscam dar sustos também – por consequência – proporcionam boas risadas. Não a risada da comédia, mas a do absurdo, de você ver algo que, de tão esquisito, chega a ser engraçado. Filmes de terror têm essa característica, perceba que em muitos desses filmes a plateia nas salas riem até mais que gritam de medo.

Assim, a experiência de “Boneco do Mal” deve ser melhor quando vista no quarto escuro, de madrugada, sozinho. Ai o medo se sobrepões. No cinema, fica esta mistura de sustos e risos. O que torna a experiência ao menos divertida.

Com uma boa protagonista, Boneco do Mal estreia nos cinemas como uma interessante opção para os fãs de terror, um nicho que tem sempre poucos filmes nas salas. Com um elenco regular, que inclui nomes como Rupert Evans e Jim Norton, “Boneco do Mal” oferece uma trama mediana, com algumas cenas assustadoras e uma reviravolta que dignifica o filme, tornando-o uma boa experiência.

Poderia ser melhor, mas do jeito que está, dá para aproveitar.

Por Cabine Cultural


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