No começo da semana, a Fox liberou o primeiro trailer de “Hidden Figures”, filme protagonizado por Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, as quais dão vida ao trio Katherine G. Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, três grandes gênios da matemática que trabalharam na NASA. A obra é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Margot Lee Shetterly, que será lançado no próximo mês nos Estados Unidos.
Se você ainda não viu a prévia ainda, assista. O longa parece incrível e divertido:
Seria só mais um filme sobre a agência espacial americana, afinal, já vimos tantos, né? No ano passado mesmo tivemos “Perdido em Marte” que não me deixa mentir. A diferença é que, desta vez, o protagonismo é dado a três mulheres negras. Quantas vezes você já viu em alguma produção hollywoodiana alguma personagem negra trabalhando com ciência e tecnologia? Se você não consegue se lembrar, não é culpa sua: esses papéis raramente são concedidos a elas.
Mas, mais importante ainda, “Hidden Figures” conta a história REAL de três grandes mulheres negras americanas, as quais foram fundamentais para enviar o primeiro americano para a órbita da Terra.
“Muitos americanos não têm a menor ideia de que entre a década de 40 e 60, um quadro de afro-americanas formaram parte da força da corrida espacial, ou de que esse grupo ajudou a fornecer à NASA o poder dos computadores que era preciso para dominar os céus”, escreveu Margot Lee Shetterly, autora do livro que deu origem ao filme, em seu site.
Sim, Katherine G. Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson existiram de verdade (as duas últimas já morreram), mas suas histórias são muito pouco conhecidas. Nem mesmo Janelle Monáe, uma das atrizes, conhecia quem elas eram até o momento de ler o roteiro do filme. Ela contou à Associated Press que sentiu-se honrada em participar da obra, acrescentando que era importante representar pessoas negras sob uma perspectiva diferente.
E se você também nada sabe sobre elas, permita-me apresentá-las:
Katherine G. Johnson:
Nascida em 1918, concluiu o ensino médio aos 14 anos. Formada em matemática, física, também é uma cientista espacial, e começou a trabalhar na NASA em 1953, quando ela ainda era conhecida como NACA. Integrou uma equipe toda composta por homens e atuou nas missões que levaram o primeiro americano ao espaço, em 1959, e o primeiro americano a orbitar o planeta, em 1962. Ela também calculou a trajetória do voo do Apollo 11 para a lua.
Em 2015, ela recebeu do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a National Medal of Freedom, ou Medalha Nacional de Liberdade, uma das maiores honras entregues às pessoas que realizaram contribuições notórias para o país.
Dorothy Vaughan:
Dorothy nasceu em 1919, na cidade do Kansas, graduou-se em matemática e trabalhou na NASA entre 1943 e 1971. Era ótima com linguagens de códigos, desempenhando, literalmente, o trabalho que hoje é feito por computadores. Foi a primeira negra a ser diretora da agência espacial americana. Durante um período, ela foi obrigada a atuar, junto a outras mulheres negras, separada de suas colegas brancas, por conta das leis segregacionistas da época, sendo todas forçadas a comer e usar banheiros separados.
Ela era conhecida por lutar por salários melhores e promoções, bem como era reconhecida por enfrentar qualquer tipo de desafio. Ela se aposentou em 1971 e morreu em 2008.
Mary Jackson:
Nascida em 1921, era formada em matemática e física. Começou sua carreira na NACA atuando como “computador”, assim como Dorothy Vaughan, e era especialista em analisar dados de experimentos com túnel de vento e com aeronaves. Foi promovida em seguida engenheira aeronáutica. Mary Jackson também ajudou outras mulheres a subirem na profissão, orientando-as com os estudos para que também pudessem ser engenheiras.
Ela se aposentou em 1985 e morreu em 2005.
Essas são apenas três mulheres cujas histórias não sabemos, em meio a tantas outras, mas que mostram que os heróis nem sempre são aqueles com capas. Também são mulheres negras de óculos e muita inteligência. E é isso o que veremos em “Hidden Figures”, que estreia nos cinemas em janeiro de 2017.
Mal podemos esperar!
*Por Artur Francischi do Prosa Livre