Sabe aquele típico filme de sábado a tarde com os amigos? Pois bem, a nova produção da Netflix entra nessa lista, com estilo único de produzir as comédias românticas, com muitas referências do anos 90 (época onde esse estilo estava em alta), o novo filme original “Alguém Especial”, é filho desta premissa.
Construído sobre duas vertentes: o fim dos relacionamentos e a perspectiva feminina (agora atualizada com o feminismo #girlpower), eles conseguem desconstruir toda a visão romântica do relacionamento e constroem toda discussão sobre porque sofremos os fins e reunindo um trio feminino, o término de Jenny (Gina Rodriguez), uma jornalista do entretenimento de Nova York que recebe uma oportunidade de emprego para trabalhar na revista Rolling Stone na Califórnia, a trama se desenvolve.
O motivo inicial do término deste relacionamento, é a distância, onde Jenny não conseguiria sustentar o namoro com Nate (LaKeith Stanfield) e com isso, suas amigas entram em ação para conseguir amenizar o sofrimento do término do caso que durou nove anos. Lidando com términos difíceis, consegue não focar apenas na protagonista, mas também em suas colegas. Erin (DeWanda Wise) é lésbica e sofre com a dificuldade em assumir um compromisso, enquanto isso, Blair (Brittany Snow) vive em um relacionamento sufocado, buscando sempre a “perfeição”.
A obra que além de apresentar os relacionamentos femininos, ainda trabalha com a desconstrução dos padrões heteronormativos, os ditos padrões de comédias masculinas, mostrando que a mulher tem sim (e amém!) os mesmos direitos e poderes.
Se colocar “Alguém Especial” em comparação com algum outro filme original da Netflix, diríamos que ele tem um Q de “Ibiza – Tudo Pelo DJ”, por conta das festas e “Como Superar um Fora”, quando o assunto é as dificuldades de encontrar o amor próprio. O que faz com que ele seja diferente, é o trabalho da direção de Jennifer Kaytin Robinson, que utiliza Nova York como cartão postal, mas tudo gira em torno da festa “Neon Classic”, onde os casal se encontrou pela primeira vez e assim, cada lugar em NY seja uma lembrança.
O roteiro, que também foi escrito por Robinson, é extremamente maduro e cheia de cenas íntimas e pessoais, das amiga, além dos flashbacks do relacionamento. O texto possui (infelizmente) alguns pontos que pecam, como o exagero de piadas que envolvem drogas (que funcionam inicialmente, mas tem muita repetição). A trilha sonora é perfeita, para um filme que relata a história de 9 anos, mas ao mesmo tempo é atual, como se tudo que eles viveram, são embalados nos grandes hits.
Gina Rodriguez, além de ser a protagonista, consegue sustentar a trama com seu carisma, mesmo sua personagem insistindo em uma situação (que todos sabem) que não vai dar certo, fazendo com que mostre que o processo de amadurecimento é (e muito) doloroso e que com o tempo, o dever será cumprido mesmo ele cercado de “boas tristezas & tentativas”.
O filme “Alguém Especial” vai muito além do que ser um filme sobre independência, ele mostra como é ser amigo, o real significado de “segurar a mão do outro” ou do “nos momentos bons e nos momentos tristes”, mesmo com seus personagens vivendo coisas separadas, a conexão de todas as três (grandes) mulheres, apresenta o que é se empoderar, rir dos bons momentos, ser sincero quando necessário e rir nas tristezas, afinal, tudo é passageiro e devemos (sim e muito) viver cada um dos momentos – viver o hoje, ser o hoje.
Por E aí, POP