“Senhorita Autora”, lançamento de Babi A. Sette (uma das principais autoras de romance de época do Brasil) pelo selo Verus do Grupo Editorial Record, entrou recentemente na lista de “Mais Vendidos” da Veja. Abordando temas pertinentes, chamativos e delicados, Babi narra o romance entre pessoas sorodiferentes (sorodiscordantes) no meio extremamente competitivo do ballet.
Números da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2016, mostravam o registro de mais de 36 milhões de indivíduos com AIDS ao redor do mundo. Além do vírus HIV ser altamente contagioso e necessitar de monitoramento constante, os soropositivos sofrem muito preconceito na sociedade. O cinema, a literatura e a TV são meios que podem informar, assim como conscientizar a população dos riscos do HIV e das formas de prevenção, além do cotidiano e aceitação dos soropositivos por todos.
Com o início das produções sobre o tema ainda nos anos 90, quando a população tinha muito medo da doença por conta da falta de recursos, pesquisas e informações, as representações nas telonas surgiram como uma forma de conscientizar e representar os aspectos da doença – além da vil realidade dos soropositivos na época. Hoje, com tamanho avanço da medicina e pesquisas sobre o HIV, é possível controlar o vírus e desenvolver atividades comuns no dia-a-dia, sem medos e restrições, sendo, assim, irracional manter o mesmo medo e preconceito de décadas passadas.
Confira alguns filmes que também possuem personagens centrais soropositivos, como em “Senhorita Aurora”:
“The Normal Heart”
Obra de Ryan Murphy, o filme Original HBO “The Normal Heart” (sem tradução para o Brasil) é um emocionante drama que narra o início da crise da AIDS em Nova York nos anos 80. A produção foca no esforço de ativistas gays que lutam pela contenção da epidemia e maior envolvimento das autoridades para a resolução do problema. “The Normal Heart” foi vencedor da categoria de Melhor filme para TV no Emmy 2017.
“Clube de Compras Dallas”
Ganhador de diversas categorias do Oscar de 2014, o filme dirigido por Jean-Marc Vallée, conta com Matthew McConaughey como Ron Woodroof, um eletricista de Dallas que descobre ter AIDS. Depois de receber a notícia de que tem apenas 30 dias de vida pelos médicos que o diagnosticaram, Ron se recusa a aceitar a situação e assim cria uma operação de tráfico de remédios alternativos para tentar tratar a doença e sobreviver.
“Cazuza”
Brasileira, a produção é uma obra biográfica do célebre cantor Cazuza, interpretado por Daniel Oliveira. O filme mostra as origens do cantor, seu início na banda Barão Vermelho, assim como a revelação da doença e sua relação familiar após saber que era soropositivo.
“Filadélfia”
Obra que rendeu um dos Oscars ao ator Tom Hanks, Filadélfia é um dos primeiros filmes comerciais de Hollywood a reconhecer a AIDS/HIV, homossexualidade e homofobia. A produção narra a história de um advogado gay (Hanks), que apesar de ser bem-sucedido é demitido quando diagnosticado com AIDS. Ele então resolve ir à justiça e processar o antigo local de trabalho com a intermediação de um advogado homofóbico.
“Um Lugar para Annie”
O longa de 1994 reconta a história de Annie, que com três meses de idade foi abandonada em uma clínica pela mãe viciada depois de ser diagnosticada com AIDS. Como não surgem pessoas com interesse em adotar uma criança soropositiva, Annie é designada a um hospital em que os indesejados são “descartados”. Revoltada com a situação, a enfermeira Susan decidi ficar com Annie e cria-la como sua.
“A Cura”
Nesse longa de 1995, dito como um dos mais tocantes da época, Erick é um garoto solitário que faz amizade com Dexter, um menino de 11 anos soropositivo. Os dois encontram um artigo sobre um médico de Nova Orleans que diz ter descoberto a cura da AIDS. Esperançosos, os dois embarcam em uma viagem para procurar dito médico e encontrar a cura que Dexter tanto precisa.
“A Difícil Escolha”
O filme, raridade no Brasil, foi lançado em 1995 e garantiu à atriz Linda Hamilton a indicação no Globo de Ouro. Na narrativa, Rosemary, viúva e com um filho de 8 anos, descobre que tem AIDS. Após um momento de negação pós-prognóstico, Rosemary se preocupa com o que acontecerá a seu filho quando morrer, e então começa a busca pela família que poderá dar um bom futuro à criança.
“Meu Querido Companheiro”
O primeiro filme a tratar da AIDS/HIV, assunto muito polêmico para a época de 1990, foca em três casais homossexuais, o surgimento da doença e as dificuldades do pós-diagnóstico. “Meu querido companheiro” representa a doença de forma direta, trazendo reflexões sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
“Yesterday”
Yesterday (sem tradução para o Brasil) é um filme sul-africano escrito e dirigido por Darrell Roodt. Na obra, a jovem Yesterday mora em um vilarejo da África do Sul e luta para dar uma vida melhor à sua filha. Quando descobre ser portadora do vírus HIV, a menina é rejeitada pelo marido e sofre preconceito na comunidade em que vive. Mesmo assim ela não desiste e luta para sobreviver e conseguir ver sua filha indo para a escola.
“Jeffrey – De Caso Com a Vida”
Drama independente de 1995, o filme conta a trajetória de Jeffrey, um garçom que sonha em ser ator. Devido à epidemia de AIDS dos anos 90, ele decide encerrar sua vida sexual. No entanto conhece Steve, que parece ser o homem de sua vida. Porém Steve é portador do vírus HIV, o que leva Jeffrey a grandes reflexões sobre investir em seu relacionamento com uma pessoa que pode ter vida curta e também se conseguirá lidar com a possível perda de Steve pela doença.
Por Soda Pop