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2005 a 2015: só 10 anos desde que o Pearl Jam invadiu a minha playlist


Até meus 17 anos eu era 100% consumidora de Pop e MBP! Conhecia vários artistas mas  Michael Jackson e Madonna eram minhas principais referências internacionais, e na MPB, Marisa Monte e Djavan não saiam do meu “diskman”…  (Até hoje me rendo a eles!). Claro, que na adolescência os ídolos teens vinham na frente (Backstreet Boys, Hanson, Spice Girls e Britney).  Felizmente, no final do Ensino Médio, comecei a entrar nas rodinhas de violão que aconteciam no recreio da escola. E com isso comecei a ouvir mais Alanis Morissette, Nirvana, Pearl Jam, Legião Urbana, Capital Inicial, Barão Vermelho… Aprendia uma música aqui, outra ali…

Com isso já comecei a cantar “Last Kiss” e “Alive” de olhos fechados. rsrs… Esse era o meu único conhecimento do Pearl Jam até que, em 2005, aos 19 anos, eu ganhei um ingresso para assistir ao show da banda na Apoteose. Fui com mais dois amigos (um deles muito fã, cantava tudo), torcendo para que cantassem as minhas duas músicas preferidas (na real, eram as únicas que eu conhecia).

Resultado?! Fiquei extasiada com o dinamismo e a performance da banda no palco, com o vocal impecável e a simpatia do Eddie Vedder, com o público apaixonado que cantava as músicas a plenos pulmões e, principalmente, com a energia do show. E cantei “Alive” e “Last Kiss” junto com todos, mas eu sai do show com mais duas músicas preferidas: “Better Man” e “Black”. Aquele foi o melhor show da minha vida!  

Eu não sou de ficar bitolada por nada, mas esse show de 2005 me deixou com sede de ouvir mais e mais músicas do Pearl Jam. Corri para a internet em busca das versões das músicas do show (na época não era tão fácil como hoje)… Esperei ansiosa pelo especial da Radio Cidade com o show completo e gravei tudo em uma fita K7. Depois, uma bendita pessoa disponibilizou o audio do show na íntegra em um link na comunidade de fãs da banda no Orkut (hahaha)… Essa minha “bitolação” durou meses e eu escutava Pearl Jam todos os dias! E foi assim que me tornei fã da banda… Aprendi a cantar e adorar outras músicas, algumas passei a reconhecer já nos primeiros acordes.

O Pearl Jam voltou ao Brasil mais duas vezes: em 2011 tocou no Rio novamente, mas na época eu não consegui ingresso para o show. Em 2013, voltaram para se apresentar no Lollapalooza e eu não pude ir a São Paulo.  E em 2015, eu garanti meu ingresso assim que as vendas foram abertas… Não queria correr o risco de ficar de fora dessa apresentação histórica no Maracanã.

maracanã

Foi ontem (22/11), foi lindo e eu estava lá! Dessa vez como fã da banda, daquelas que perde a voz, que se emociona, que pula muito e que amarra uma camisa quadriculada de flanela na cintura. Eu mudei nesses últimos 10 anos, amadureci e as músicas que eram as preferidas mudaram também. Fui para o show pensando:

“Se não tocar ‘Last Kiss’ nem tem problema, mas TEM QUE tocar ‘Even Flow’ e ‘Better Man’. Já que ‘Soldier of Love’ é baladinha demais e certamente não tocarão.” – Para minha felicidade, não faltaram as minhas músicas preferidas, com exceção de “Soldier of Love”, que eu já sabia.

O tempo passou mas o Pearl Jam continua com a mesma energia! Estão em excelente forma, levaram 3h de show com intervalos mínimos. Foram 35 músicas, uma atrás da outra e em alguns momentos sequências de um rock quase punk/alternativo, que exige muito dos músicos. Quando me perguntam como foi minha resposta só pode ser: “FANTÁSTICO!”

Na resenha do show tem todos os detalhes, mas os momentos que mais me encantaram foram:

– Quando Eddie parabenizou um fã que segurava uma faixa dizendo: “Hoje é meu aniversário! Deixa eu cantar uma música com você!” e disse que pagaria um drink para ele mais tarde. Mal sabíamos que o drink seria uma golada na garrafa de vinho do próprio Vedder no palco do show, e que o fã conseguiria realizar o sonho de cantar a primeira parte de “Porch” com o Pearl Jam. (E o cara mandou muito bem!)

– No fim do show, quando Vedder ganhou uma sunga vermelha, colocou na cabeça e depois vestiu sobre a bermuda que estava usando, na maior naturalidade. Hilário!

– Também no fim do show, com as luzes do estádio já acesas, quando era nítida a felicidade geral do público e abriram duas rodas punk uma na pista premium e outra bem grande na pista comum, durante as músicas “Rockin’ in the Free World” (Neil Young cover). Eu estava na arquibancada e pude ver tudo, foi muito legal!

 


A participação do público foi um show à parte! Músicas como “Do the Evolution”, “Even Flow”, “Sirens”,  “Given To Fly”, o cover de “Imagine”, “Jeremy”, “Last Kiss”, “Black”, “Better Man”, “Alive” e “Yellow Ledbetter “, emocionaram ao serem cantadas por um Maracanã lotado. E sobre isso o próprio Eddie Vedder falou no show:

“Então esse é o Maracanã! É o último show no Brasil. Já estamos pensando quando poderemos voltar ao Rio.”_ Dito no Português charmoso e enrolado de Vedder.

“Pessoas de vários lugares do mundo escolhem o show do Pearl Jam como desculpa para vir ao Brasil. E eu acho que eles são muito espertos! Porque tenho escutado histórias de como tem sido bem tratados pelo povo brasileiro. E ainda assistem os shows perto dos melhores fãs do mundo. Por isso, nós agradecemos a vocês!”

“Tem sido shows incríveis aqui (no Brasil). Ver as pessoas cantando as músicas lado B…” _Desabafou Vedder sobre a participação do público brasileiro.

É de perder o ar…

Só desejo que voltem, que eu possa assistir novamente e que não demore mais 10 anos…

Por Natália Brandão


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