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Carranza mostra seus 21 anos de história em novo disco e segue forte como uma das grandes bandas do underground brasileiro


O Carranza lançou recentemente o disco “Sendra Exordial”, que contém músicas que fizeram parte de demos e eps lançados entre 1999 e 2003 (Liberdade, Ultraseven Nordestino e Corpo Fechado), e que nunca haviam sido lançadas em plataformas digitais e aplicativos de música. As faixas demonstram a essência da primeira fase da banda no início de seu fervor criativo e contestador.

A banda formada por Cláudio Bastos e Harrysson Moura nos vocais; Rafael Mariano na guitarra, Chico Tchê no baixo; e Willson Durand na bateria e efeitos, teve a ideia de lançar o compilado que contém músicas que foram regravadas após a volta em 2015 como “Samba do Caos”, mas trazendo também músicas do início do grupo, tais como, “Sem Paz” e “Pânico”, faixas carregadas de críticas sociais e reflexões humanas que já fervilhavam na cabeça do letrista Claudio Bastos lá no início do século.

Além destas também fazem parte da coletânea “Sina” e “Engrenado” que mostram os primeiros flertes da banda com outros ritmos mais regionais, “Tradição” que traz em seus versos um tratado sobre o respeito entre os povos do mundo e “Contramão”, que era a alegria das rodas de pogo em Pernambuco no início dos anos 2000.

O compilado que foi lançado pelo selo Electric Funeral Records é só uma prévia do que estar por vir no ano de 2021. Carranza em breve lançará novo material e segue forte como uma das grandes bandas do underground brasileiro, tendo uma história marcante dentro da cena alternativa. Conversamos com a banda sobre sua trajetória, influências musicais, processo de composição, entre outras curiosidades. Confira a entrevista abaixo.

-De onde surgiu esse nome “Carranza”?
A banda se chamava Los Miguelitos, e tinha uma pegada mais punk rock, só que com o tempo estávamos fazendo um som cada vez mais pesado e com cada vez mais conteúdo social, o nome da banda não estava mais combinando com o tipo de som, então fomos na biblioteca da escola técnica onde estudávamos e formamos a banda e pegamos uma enciclopédia sobre a história do México, queríamos manter essa estética hermana e lá vimos esse nome que era o sobrenome do presidente do México que instituiu a primeira constituição livre do país.

-Como e quando a banda surgiu?
A banda surgiu na Escola Técnica Federal de Pernambuco em 1996, que tinha um movimento musical e de cultura muito forte, tinham muitas calouradas, festivais e começamos tocando bastante lá, logo depois fomos saindo e conseguindo espaço em bares e festivais fora da escola.

-A banda acaba de lançar uma super compilação com músicas inéditas gravadas ao longo dos 21 anos de carreira que não estavam disponíveis para audição nas plataformas de streaming. Como foi o processo de composição e gravação dessas faixas quando foram lançadas em mídia física a alguns anos atrás?
Essas músicas foram compostas e gravadas entre 1999 e 2003, com diversas formações, mas a base alí era eu (Cláudio) na voz, Roberto II na guitarra, Paulo Duarte no baixo e Daniel Barkokebas na bateria. Mas tem uma versão de Samba do Caos com Pompi cantando, numa fase em que eu tinha saído da banda. São basicamente de 3 eps Liberdade, Ultra Seven Nordestino e Corpo Fechado.

-O disco foi muito bem recebido nos de sites de música especializada do país. Como a banda está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?
Para nós, qualquer feedback é importante, uma pergunta, um elogia, um conselho, todo esse tipo de interação com público e crítica é muito importante, somos uma banda de verdade que gosta de verdade nas coisas que faz, independente de mercado, agradar b ou c com coisas forçadas e que não façam parte de nossa essência, que é de passar mensagens positivas pras pessoas, fazer com que elas pensem, se sintam capazes de vencer as dificuldades por mais que seja difícil.

-Suas músicas demonstram muita intensidade e entrega por parte da banda. Existe alguma composição que seja mais especial para vocês?
Toda música tem o seu porque, tem uma história por trás, por isso até fizemos um Faixa a Faixa, falando delas, que tá disponível em nosso canal no youtube, mas eu particularmente tenho um carinho grande por algumas delas por entender, que naquele momento eu fui feliz em conseguir expressar de maneira entendível o que eu estava sentindo e buscando dizer. Um grande exemplo delas é o Tempo Cego, que fala de vitórias, das nossas pequenas vitórias no dia a dia que nos fazem ter forças para seguir em frente, em busca de nossos objetivos.

-Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som do Carranza?
A respeito de música, é bem amplo e a cada dia fica mais, hehehe. Eu escuto de tudo mas fora o hardcore meu ritmo favorito é o samba, ainda sonho em gravar um disco de samba, tem até uma homenagem a Dona Ivone Lara que fiz na música Salve! Harryson ouve muito hip hop, Rafael, nossa guitarra é meio metaleiro; Chico o baixista curte muito reggae e dub e Willson, o batera é o doido da hard core curte Pense, Dead Fish e outras bandas gringas.

Como vocês estão lidando com a pandemia de covid 19? Que tipo de interação a banda está tendo com o público nesse momento de pandemia?
Tá sendo bem difícil esse período sem ensaios, sem compor, tá foda. Em 2020, fiz um programa semanal no nosso instagram o Trocando Ideia Live Livre onde em dez programas conversei com alguns amigos como Rhossi do Pavilhão 9, Cannibal da Devotos, China, Lê do Gritando HC entre outros, depois disso fizemos o Faixa a Faixa no Youtube, e no final do ano lançamos a coletânea, a Sendra Exordial, tipo foi o que deu pra fazer. Não podemos vacilar com esse vírus desgraçado, não dá pra fazer piada, levar na brincadeira como muitos levam. Buscamos nesse período diversas maneiras de criar de se renovar, mas é muito difícil, porém tamo aqui com o mais importante nesse momento que é nossa saúde.

-Podemos esperar material inédito em breve?
Estamos tentando compor algo via internet, uma batida aqui, to fazendo umas letras, mas é bem difícil se adaptar a isso, somos todos ratos de estúdio, lá dentro que a coisa funciona.

Quais os planos para 2021?
Aprovamos no edital um orçamento para produzirmos uma live agora em janeiro, tem material novo chegando de merchan, camisa, boné e o jersey que lançamos em homenagem aos 20 anos, e nossa maior aposta é na parceria com a Eletric Funeral que vai relançar o A Lenda do Homem que engoliu o Sol, nosso último disco e trabalhar ele de maneira mais efetiva e profissional.
Fora isso acho que nosso maior plano é nos vacinarmos e voltarmos a tocar o mais rápido possível.

Confira “Sendra Exordial”:

https://album.link/s/4WpqV0At8L1uB99gNOFD6S

 

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