“Ah, o que que há velhinho?”. Pode deixar que essa a gente responde. Em dezembro de 1996 foi lançado algo que seria diferente de muita coisa que qualquer um já poderia ter visto nos cinemas. “Space Jam: O Jogo do Século” foi um sucesso tremendo e foi apenas o terceiro longa do cinema mundial que misturava animação e live action na mesma história. Arrecadando mais de 250 milhões no mundo todo, a produção da Warner Bros. fez com que os fãs ansiassem por uma continuação.

“Space Jam: Um Novo Legado” chegou pra explodir a mente dos fãs com essa nova história que mistura ação, diversão, cultura, nostalgia, reflexões de família necessárias e claro, muito basquete, de um jeito que ninguém nunca viu e com certeza vai querer fazer parte. 25 anos depois, o enredo apresenta, dessa vez, o grande (literalmente) jogador LeBron James que precisa equilibrar sua vida como treinador e jogador de basquete e a sua vida como pai. E com um toque do universo, ou do famoso algoritmo, LeBron e seu filho Dominic (Cedric Joe), que não está nem um pouco interessado na profissão do pai e sim no seu sonho em ser um designer de games, são sequestrados pelo poderoso Al-G Ritmo, o algoritmo em forma de inteligência artificial dos estúdios da Warner Bros. que comanda todo o Serviverso. Nem um pouco feliz em ter sido rejeitado pelo jogador, ele vai propor um desafio que parecerá impossível de realizar, ameaçando não só o Serviverso, mas também o mundo real.

Uma batalha na quadra de basquete vai definir o destino dos personagens e pode até parecer impossível, mas isso pra quem tá sozinho. Jogado para a área de “cancelados”, LeBron cai de cara no Mundo Looney e encontra ninguém mais ninguém menos do que o coelho mais famoso da infância de muitos, Pernalonga. Juntos, os dois vão viajar por todo o universo da Warner Bros. visitando diversos mundos famosos como DC e até mesmo o mágico universo de Harry Potter. É incrível como todo esse envolvimento com a tecnologia permitiu que a produção viajasse durante todo o imenso e tão nostálgico universo, trazendo milhares de personagens conhecidos por todos e lotado de referências que serão necessárias repetidas sessões do filme pra pegar todas elas, quando você pensar que viu tudo, pode acreditar que tem mais um Easter Egg escondido. Sem falar nas referências para o longa anterior, que fazem a emoção ser ainda maior.

Acredito que não dê para escrever que um filme foi melhor que o outro, mas que com certeza a nova produção está bem diferente do anterior, isso sim. Na verdade, ela está melhor no sentido de roteiro e equilíbrio entre as questões presentes no longa. Não é apenas um filme de basquete entre a realidade e o mundo do desenho, é uma história sobre perceber que as diferenças formam a singularidade de cada um de nós, que devemos ser o que queremos ser, e que juntando nossas diferenças temos um poder invencível. Principalmente, o roteiro mostra que podemos nos divertir e ainda sim seguir os nossos sonhos, que existem desejos diferentes e que podemos todos aprender uns com os outros.

Claro, nem tudo foi tão perfeito, pelo menos comparando com o núcleo direto da narrativa. Algumas críticas, se pensadas de uma forma melhor poderiam ter sido mais aproveitadas. As diversas referências no longa foram fantásticas, desde os super-heróis até mesmo Game Of Thrones ou CasaBlanca, contudo, são explosões demais que acabam por tirar um pouco do foco só pra entupir o público de nostalgia. É incrível ver tantos personagens e desenhos unidos, mas acaba por ser um crossover um tanto quanto exagerado. Assim como Michael Jordan, em “O Jogo do Século”, ele interpretou nada além do que ele mesmo e claramente não era um ator formado. Na sequência, LeBron faz exatamente a mesma coisa, mas como dessa vez tudo é guiado pelas motivações do personagem e não pelo Tune Squad, acabamos por esperar um pouco mais, principalmente da relação entre pai e filho que não é lá das melhores no cinema. Al-G Ritmo é um vilão que deveria fazer uma crítica às indústrias que estão cada vez mais interessadas em apenas entregar a vontade do público, mas sem pensar no aprofundamento daquilo. Porém, ele se mostra só como uma inteligência artificial frustrante que não está disposto a entender o que realmente importa.

A direção de Malcolm D. Lee merece ser elogiada e a escolha do elenco mais ainda, se entregaram 100% na construção de seus personagens, seja para interpretar na frente das telas ou atrás delas, emprestando a voz. Sonequa Martin-Green (Savannah James), Ceyair J. Wright, Don Cheadle (Al-G Ritmo), Jeff Bergman (Pernalonga) e Zendaya (Lola Bunny) completam o elenco ao lado de LeBron e Cedric Joe.

Entre muitos elogios e algumas críticas, a nova produção da Warner Bros. é interessante, extremamente divertida, que promete agradar muito aos fãs do antecessor como também um novo público que não conhece a tão famosa história. Os efeitos visuais estão incríveis e a passagem do 2D para o 3D é vibrante. Com certeza vale a pena conferir nos cinemas e é bem provável que no fim toda a obra te faça esquecer ou, pelo menos, não ligar tanto para as críticas presentes.

“Space Jam: Um Novo Legado” já está disponível nos cinemas então pega sua bola de basquete e corre pra assistir. Confira o trailer:

Por Balde de Pipoca