Serra fluminense, Mury, distrito de Nova Friburgo. Eu, então com 16 anos, passando as férias escolares, de julho, na casa de um vizinho (morávamos em Niterói). Nas bagagens da turma, pois andávamos em grupo na época, nossas roupas de inverno, perfume da moda, discos, câmera fotográfica, jogos (war, xadrez, baralho), e alguns beques! Logo pela manhã catávamos lenha para a lareira, onde nos juntávamos durante a noite para ouvir música e ficar de quas quas quas… Alguém tinha levado um disco, vinil é claro, The Dark Side of The Moon, do Pink Flyd, e eu viajei, literalmente, ao ouvir “Time” depois de umas e outras e uns e outros… quando entrei em transe e me vi num ginásio lotado onde rolava o show, tocando àquela música, eram luzes fortes, ambiente com tonalidade de cor azul e branca misturadas, as pessoas cantavam junto e o artista se entregava a toda magia do ambiente. Despertando desse transe e levei alguns segundos para voltar, pois vi o show ouvindo o disco!
Pink Floyd sempre foi uma das minhas bandas preferidas, junto com Rolling Stones e Black Sabbath, e para minha coleção de show ao vivo só faltava assistir o Pink Floyd, coisa que jamais poderia imaginar na época e depois que a banda acabou!!! Comentava com amigos:
“como eu vou morrer sem ver o Gilmour, isso é injusto, sou fã do cara, o cara fez a minha cabeça, ajudou a construir minha personalidade musical, sua música me elevou a alma e valores…. como não vê-lo?”
Mal poderia esperar o que acabara de acontecer (12/12/2015), o universo conspirou a favor, e um “anjo” proporcionou-me um ingresso para o show em SP. Foi pura emoção e magia, só quem foi pode saber. Gilmour estava lá na minha frente, em plena forma, um ser que certamente não é desse planeta, está aqui para cumprir uma missão, e cumpriu.
Ainda estou lá no Allianz Parque, ainda não desci….E o mais incrível foi quando, já em casa, lembrando do show, percebi que aquela viagem (sonho) que tive há 42 anos tinha se materializado, e isso é mágico….. chorei.
Por Alexandre Fontenelle