Um abraço à cultura da favela. É isso que “Funk Rave”, videoclipe que Anitta lançou nesta sexta(23), representa para a cantora. Embalada pelo som do ritmo tipicamente carioca, que fez parte da sua formação musical em Honório Gurgel (Rio de Janeiro), a faixa abre os trabalhos de seu próximo álbum. Quem assina a produção são DJ Gabriel do Borel, Diplo e Márcio Arante. O audiovisual revela as cenas realizadas na Tijuquinha, na Zona Oeste da cidade, e que ganharam o mundo ainda durante as gravações. Este é o primeiro lançamento da artista pela Republic Records.
O videoclipe de “Funk Rave” promove um mergulho no conjunto de realidades, vivências e encontros inspirados nas favelas do Rio de Janeiro. Foram 160 pessoas envolvidas no projeto gravado na Tijuquinha. Inclusive, grande parte dos atores que fazem figuração na produção são, na verdade, moradores da comunidade. O resgate afetivo não para por aí. Anitta convidou a formação original do Bonde das Maravilhas e o próprio Gabriel do Borel, nomes importantes do funk carioca, para estarem no vídeo que traz referências do cinema nacional, como o premiado “Cidade de Deus”, por exemplo.
Sensual e divertido, o audiovisual retrata a cena cultural das favelas – principalmente do início dos anos 2000 – fazendo um resgate da cultura que sempre inspirou Anitta a ser artista. Tudo sob uma estética pop, como é do feitio da girl from Rio.
É a própria cantora que assina a direção criativa do projeto. Por sua vez, a produção ficou por conta da GINGA Pictures, que colaborou com Anitta em videoclipes como “Boys Don’t Cry”, “Dançarina Remix” e “El Que Espera”.
“O videoclipe resgata o clima do lugar onde eu cresci. Gente reunida, as crianças brincando, música, dança, romance…”, ela reflete. “Costumamos reproduzir aquilo que vemos no nosso dia a dia. Então, a minha ideia era homenagear a minha cultura e a cena funkeira”.
Essa construção de signos e elementos que remontam às raízes da artista também se reflete no figurino do videoclipe. “A gente mergulhou no que era moda do funk lá nos anos 2000. Eu pirava nos looks quando era mais nova e no estilo das meninas que curtiam os bailes da Furacão”, comenta.
Sobre essas inspirações, o stylist Daniel Ueda – também responsável pela moda de “Girl From Rio” – conta que conversou muito com a cantora sobre os elementos que fizeram parte do guarda-roupa dela no início do milênio e como trazê-los para 2023. A atualização desse visual veio por meio de marcas que fazem uso do upcycling, técnica de transformação de roupas e tecidos antigos em novas peças.
“Partimos do começo da carreira da Anitta e para os anos 2000. O que se usava, como se usava, tentando atualizar isso para os dias de hoje”, ele explica. “É muito legal bater tudo isso no liquidificador, beber das décadas passadas… Esse começo da década, que teve uma estética muito marcante. Tudo isso olhando para o universo da cantora”.
Ueda explica também que, para o videoclipe de “Funk Rave”, era muito importante que fossem elencadas marcas “brasileiras, de novos designers, que trabalham de um jeito novo”. Dessa forma, praticamente todas as peças de roupa usadas pela poderosa no audiovisual são de etiquetas nacionais ou garimpadas em brechós.
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