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Top 7 | Clipes de trás para a frente


Por que trabalhar normalmente se podemos começar pelo final?

Fazer as coisas de trás para a frente pode funcionar até como exercício para combater problemas neurológicos, mas, na indústria da música, é um recurso para fugir do marasmo dos clipes “sempre iguais”. Apesar de ter virado uma fórmula até recorrente, quando o negócio é bem feito fica muito divertido de assistir. Confira uma seleção que o Uber7 fez com clipes caprichados que “começam do final”:

7 – Sitting, Waiting, Wishing (Jack Johnson)

Foi inspirado pela história de amor frustada de um amigo que Jack Johnson, ex-surfista profissional, escreveu a canção “Sitting, Waiting, Wishing”, single de 2005 que rendeu lhe rendeu uma indicação ao Grammy Awards no ano seguinte. A ideia era alegrar o amigo, mostrando como era ridículo correr atrás de um relacionamento que não está indo em direção nenhuma – daí o nome, traduzido para “Sentado, Esperando, Desejando”. Sem contar com uma história definida e repleta de ações aleatórias e inusitadas, o clipe de Jack Johnson foi filmado com a técnica na qual o artista deve memorizar e gravar a letra da música de trás para frente. Sob a direção dos irmãos Emmett e Brendan Malloy em um incrível plano de sequência, ou seja, sem cortes de edição, Johnson faz coisas como tomar banho de macarrão, trocar toques de bola, dar cambalhotas e atear fogo em um livro. Diferente é pouco quando se trata dessa curiosa mistura.

 

6 – Breaking The Habit/Bleed It Out (Linkin Park)

Linkin Park sempre dividiu opiniões entre o público: uns amam, outros odeiam. Convenhamos, no entanto, que os caras sempre fizeram algumas coisas bem legais, entre elas o clipe de “Breaking the Habit”. São 24 desenhos – feitos a mão – por segundo, um total de 5.040. O crédito da arte vai para o estúdio Gonzo, que também é responsável por “Afro Samurai”, “G.I. Joe: Sygma 6” e “Tranformers: Cybertron”. A direção do vídeo foi de Joe Hahn, do próprio Linkin Park, supervisionado por Kazuto Nakazawa (da cena em anime do filme “Kill Bill”).

A música em si demorou cinco anos para ficar pronta. Mike Shinoda começou a compor com a intenção de refletir o caso de um amigo que abusava do uso de drogas. Quando o clipe foi lançado, em 2007, refletiu uma situação real da vida do vocalista Chester, que passou pelo mesmo problema (no caso, alcoolismo), mas deu a volta por cima. O clipe, como percebemos, mostra o corpo de uma pessoa indo em alta velocidade do chão em direção ao topo do prédio. “Breaking The Habit” não foi, contudo, o único clipe invertido do Linkin Park. “Bleed it Out” também é uma mistura interessante: todo o clipe se passa retratando uma briga de bar de trás para frente – o que é bem legal pois não fazemos ideia do que começou a confusão – enquanto a banda toca no palco como se nada estivesse acontecendo. No fim das contas, foi um cara vomitando no pé do outro que motivou o furdúncio.

 

5 – Typical (Mutemath)

Antes que perguntem, Mutemath é uma banda de rock alternativo de New Orleans, formada, oficialmente, em 2003. Talvez você ainda não conheça o som desses quatro carinhas, mas, antes de dar aquela espiada, é hora de nos concentrarmos no Grammy de 2008, quando essa banda, que, se pá, não apareceu nem 20 vezes em programas de destaque nos Estados Unidos, decidiu que era hora de concorrer à categoria Melhor Vídeo na premiação musical. O Grammy, a propósito, não foi o único a reconhecer a qualidade no clipe de “Typical”, lançado em 2007 e dirigido por Israel Anthem. O vídeo bateu 100 mil visualizações em quatro dias e foi para lá de bem cotado entre os mais-mais da Billboard em seu ano de estreia, estourando, também, na telinha da MTV. Depois de tanto sucesso, o Mutemath chegou a recriar o videoclipe em uma performance ao vivo  no palco de Jimmy Kimmel. E pudera, tem como não achar esse clipe legal?

 

4 – Tongue Tied (Grouplove)

Conheça o quinteto indie Grouplove e sua perspectiva singular sobre uma bad trip. Para entender melhor essa proposta ambiciosa, que caracteriza, sobretudo, a tentativa de uma banda de lançar o segundo disco em alta, após as as boas críticas do primeiro, imaginem que o clipe de “The Scientist”, do Coldplay, fosse, na verdade, sobre um jovem chapado. O resultado dessa mistura seria “Tongue Tied”, um videoclipe dirigido por Jordan Bahat e lançado em meados de julho de 2011, como parte do material de divulgação do disco “Never Trust a Happy Song”. A história começa com um rapaz, visivelmente chapado e sobrevivente de uma noitada daquelas, caindo em um parque, onde amanhece em estado de total vergonha alheia. É aí que o efeito reverso se faz brilhante: de trás para a frente, em uma festa, a banda Grouplove conta o que deixou o rapaz naquele estado. Só uma dica? Cuidado com o que você come.

 

3 – A Velvet Affair (Blanket Barricade)

Barney Stinson (“How I Met Your Mother”) não acreditaria, mas não é que os canadenses sabem fazer bons clipes? A banda Blanket Barricade, por exemplo, se lançou com um videoclipe daqueles, dirigido por Ivy Lam e inspirado num trabalho relativamente parecido, realizado por uma banda britânica. Gravado inteiramente ao contrário,A Velvet Affair” é inspirado na luta das minorias em busca de reconhecimento social (sobretudo em países de cultura mais severa) e oferece contrastes encantadores – como a coloração dos detalhes, emoldurando a figura dark do vocalista. O melhor: o vídeo tem um efeito reverso que não cansa os olhos e, pelo contrário, te deixa curioso para conhecer um pouquinho mais do trabalho da banda canadense.

 

2 – Imitation Of Life (R.E.M.)

Genial, criativo e profundo – não dava para esperar menos de um clipe do R.E.M, dava? Dirigido por Garth Jennings, “Imitation Of Life” é, antes de tudo, uma brincadeira com o tempo – ou destrinchando melhor o raciocínio ambicioso do diretor e dos músicos envolvidos, uma brincadeira com a vida, com a banalidade das coisas e com todos os detalhes que nos passam despercebidos. Mesmo tendo quatro minutos de duração, o vídeo consiste em uma gravação de apenas 20 segundos, feita com uma câmera estática. Garth nos oferece cada um dos momentos de uma pool party maluca, com closes em detalhes da imagem que, de outra maneira, você jamais teria reparado – um uso inovador de uma técnica já conhecida pelos cineastas, chamada pan and scan. O resultado, claro, é muito divertido.

 

1 – The Scientist – Coldplay

O clipe de “The Scientist”, single do segundo álbum de estúdio da banda Coldplay, é excelente – e estão aí os três VMAs de Chris Martin, ganhos em 2003, que não nos deixam mentir. O vocalista da banda britânica levou um mês para aprender a cantar a música invertida, um estilo de narrativa, até então, pouquíssimo utilizado. Para os curiosos, aliás, vale ressaltar que a última vez que um clipe do gênero havia estourado, antes do Coldplay entrar na história, foi em 1996, com o diretor Spike Jonze. O tiro, no entanto, foi certeiro. Lançado em 2002 e gravado, respectivamente, em Londres e Surrey, na Inglaterra, “The Scientist” acompanha Martin caminhando em sentido reverso, tentando chegar ao começo de tudo – o que casa perfeitamente com a letra da música. O resultado é um clipe belíssimo, emocionante, bem dirigido e que só não levou um Grammy em 2004 porque, bem… Johnny Cash é Johnny Cash, né, amigos?

Por Uber7


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