Reconhecido mundialmente por sua originalidade, o Ballet Du Grand Théâtre de Genève retorna ao Brasil em setembro, trazendo a contemporaneidade ao lado da formação clássica, com dois espetáculos inéditos no Brasil, Lux e Glory. Terceira atração da Temporada de Dança Dell’Arte 2015, o balé suíço se apresenta no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de setembro.
Fundado em 1962, o Ballet du Grand Théâtre de Genève é um dos balés mais tradicionais da Europa. Desde sua origem, a companhia explora a pluralidade da dança em seus espetáculos, apresentando duas novas criações a cada temporada, além dos espetáculos de seu repertório. Para as apresentações cariocas, o balé irá apresentar duas importantes coreografias desta nova fase da companhia: Lux, de Ken Ossola, e Glory, de Andonis Foniadakis.
Philippe Cohen, diretor do balé, diz que o Genève empreendeu uma revisão de seu repertório nos últimos cinco anos e traz ao Brasil as duas novidades desta temporada: “o espetáculo não será um simples acréscimo de iniciativas diversas e heterogêneas, uma indiferente à outra, mas sim um projeto artístico unificador, estruturado e dinâmico. Em poucas palavras, este programa contém em si o espírito de abertura e generosidade que anima os artistas da Companhia. Queremos levar adiante esta profissão de fé e dar à dança uma imagem forte”, afirma Cohen.
“Lux, por seu poder hipnótico, esculpe as sombras para melhor valorizar a delicadeza dos corpos, aureolada pela dor sensível e aérea que se desprende da música de Fauré. Glory mostra os corpos dos bailarinos se mesclando em uma simbiose por vezes fluida, por vezes tensa, por vezes extrovertida, por vezes minimalista, mas sempre com aquela noção de ‘entre dois’, que dá ao movimento sua qualidade e seu domínio”, explica Cohen.
A Temporada de Dança Dell’Arte 2015 faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos, exposições e grandes musicais.
Ballet du Grand Théâtre de Genève
A tradição do balé em Genebra remonta ao início do século XIX e está estreitamente ligada à existência do Théâtre de Neuve, inicialmente nos Bastions, posteriormente no prédio atual do Grand Théâtre. Por volta dos anos 1870, o mestre de balé tinha sob suas ordens cerca de vinte bailarinos, alguns dos quais solistas. A evolução da dança será assinalada, em seguida, pela presença de Jacques-Dalcroze, posteriormente de Ansermet, que fez Genebra conhecer os Ballets Russes de Diaghilev, com Nijinsky. Ao longo deste período, que vai praticamente até a Guerra de 1939-1945, o Grand Théâtre possui um elenco de bailarinos utilizados essencialmente nos “divertissements” dançados das óperas e das operetas, ou em pas de deux.
Após o incêndio de 1951 e durante a reconstrução do Teatro, o Grand Casino acolhe, entre outros e por várias vezes, o Balé da Ópera de Paris. Em 1962, para sua reabertura, o Grand Théâtre passa a possuir uma companhia ampliada, cuja direção é confiada a Janine Charrat (1962-1964). Acontecerá, em seguida, a vinda de Serge Golovine, um dos mais notáveis bailarinos clássicos de sua geração. Ele retoma a tocha durante cinco anos (1964-1969). Paralelamente a sua atividade de coreógrafo e de bailarino estrela, Serge Golovine prodigaliza, igualmente, um ensino de amplo alcance.
Em 1969, chamado por seu amigo Herbert Graf, diretor do Grand Théâtre, George Balanchine — sem qualquer dúvida o maior coreógrafo do século XX —, torna-se conselheiro artístico da companhia. Ele empreende uma residência europeia do New York City Ballet e confia sua direção a Alfonso Cata (1969-1973), que cria então uma nova linha,dando um impulso real à companhia. Remonta, no seu estilo mais puro e com autenticidade musical, os grandes bailados de Balanchine, além de criar suas próprias coreografias. Convoca também outros coreógrafo de primeira linha, como Tudor e Bolender, que propiciam ao Ballet du Grand Théâtre uma nova posição e a ampliação de seu público.
Sempre guiada por Balanchine, PatriciaNeary (1973-1978), solista do New York City Ballet, assume o posto. Com sua partida para Zurique, encerra-se a era Balanchine e cabe a Peter van Dyk, antigo bailarino estrela excepcional da Ópera de Paris, assumir a direção durante dois anos (1978-1980).
Hugues Gall, novo diretor geral, convida então Oscar Araiz para assumir a direção do balé. O grande coreógrafo argentino irá imprimir na companhia, ao longo de oito temporadas (1980-1988), um novo estilo, moderno e inovador, de caráter expressionista. Mais de trinta criações brilhantes são então apresentadas ao público, dentre as quais Tango, Adagietto, Cenas de Família e Cantares.
No início da temporada 1988-1989, Gradimir Pankov, antigo diretor do Balé Nacional da Finlândia e do Balé Culberg de Estocolmo, assume as rédeas da companhia. Trata-se de seu primeiro diretor não coreógrafo. Não estando preso a nenhum estilo particular, a companhia abre um novo capítulo de sua história, tornando-se polivalente e adaptando-se aos mais variados estilos dos coreógrafos convidados. Um repertório diferente é apresentado ao público e os melhores criadores vêm pela primeira vez a Genebra, casos de Jiri Kylián, Christopher Bruce, Rudi Van Dantzig, MatsEk e OhadNaharin. Esta colaboração traz um novo sangue e suscita um grande entusiasmo no âmago da companhia.
A partir de 1996, Renée Auphan torna-se diretora geral do Grand Théâtre de Genève e confia a direção do balé a François Passard e Giorgio Mancini. A companhia dá seguimento à sua política de convidar coreógrafos neoclássicos e contemporâneos. Em 2003, Jean-Marie Blanchard, novo diretor geral do Teatro desde 2001, nomeia Philippe Cohen para a direção do balé. A partir de sua entrada, Cohen descobre novos coreógrafos como Andonis Foniadakis, SidiLarbi Cherkaoui, Gilles Jobin, Benjamin Millepied, a quem dá carta branca para suas criações. Paralelamente continua a enriquecer o repertório com coreógrafos famosos como Carolyn Carlson, Lucinda Childs, Jerôme Robbins, Saburo Teshigawara e Nacho Duato.
PHELIPPE COHEN, diretor do balé
Natural do Marrocos, Cohen nasceu em 1953 e começou a estudar dança em 1971 no “Centre de Danse International Rosella Hightower”, onde prosseguiu seus estudos até 1974. A abertura política de sua escola possibilitou-lhe trabalhar com diversas personalidades como Anton Dolin, Nora Kiss, Tatiana Grantzeva, Igor Youskevitch, Sonia Arova e John Gilpin. Ingressou no “Ballet de Nancy”, dirigido por Gigi Caciuleanu, e participou de todas as criações da companhia, aí incluídas várias de Dominique Bagouet, seguindo o coreógrafo a partir de 1978. Até 1982, acompanhou Bagouet como artista, professor e assistente, notadamente na produção de Les Voyageurs, apresentado pela Ópera de Paris.
Paralelamente ao trabalho desenvolvido na companhia, explorou diferentes técnicas de dança contemporânea, inclusive as de Peter Goss, Susan Buirge e Alwin Nikolais. Ao ganhar uma bolsa do Ministério de Cultura francês, decidiu partir para os Estados Unidos, onde seguiu os ensinamentos de Merce Cunningham e da “School of American Ballet”.
Em 1983,Rosella Hightower convidou-o a tornar-se mestre de dança de “Le Jeune Ballet de France”. Além das aulas diárias, ele foi responsável pelo repertório clássico da companhia, incluindo La Sylphide,Napoli, A Bela Adormecida e Giselle, além de coreografias de Maurice Béjart, John Neumeier, Serge Lifar e George Balanchine. E também de diferentes criações de coreógrafos contemporâneos como Carolyn Carlson, Daniel Larrieu, Claude Brumachon, Joëlle Bouvier, Régis Obadia, Larrio Ekson, Régine Chopinot e Philippe Decouflé.
De 1988 a 1990, foi coordenador de estudos do “Centre National de Danse Contemporaine” em Angers e trabalhou com Michelle Anne de Mey, Hervé Robbe, Wim Vandekeybus e Trisha Brown. Foi nomeado diretor de estudos coreográficos do “Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Lyon” em 1990, posição que ocupou até 2003. Ele desenvolveu uma política internacional de intercâmbio que foi conduzida no Vietnam, Cambodja, China, Coreia do Sul, Hong Kong, Tailândia, Belarus, Alemanha, Inglaterra, Geórgia e Canadá.
Philippe Cohen foi homenageado pelo Ministério da Cultura da França com a Medalha de Oficial das Artes e Letras. O governo do Vietnam homenageou-o por serviços prestados no desenvolvimento da cultura vietnamita. Está, desde 2003,a frente do “Ballet du Grand Théâtre de Genève”.
KEN OSSOLA, coreógrafo de Lux
Natural da Suíça, Ken Ossola estudou dança na “École de Danse de Genève”, dirigida por Beatriz Consuelo. Em 1989, ingressou no Netherland Danz Theatre II, a equipe jovem da companhia holandesa, participando de obras dirigidas por Jiří Kylián, Hans van Manen, Ohad Naharin e muitos outros. Em 1992, transferiu-se com sucesso para o Netherlands Dance Theatre I, dirigido por Jiří Kylián. Como membro original do elenco, contribuiu para muitas das hoje famosas coreografias de Kylián, especialmente Oneof a Kind, Blackbird, Tiger Lily, WingsofWaxeBella Figura, participando ainda de gravações em DVD de algumas delas e de outras obras de Kylián, como Kaguyahime e Sweet Dreams.
Ao longo de sua permanência no NDT 1 também teve a oportunidade de aparecer em criações de Ohad Naharin, William Forsythe, Paul Lightfoot, Nacho Duato, Martino Müller e Johan Inger. Em 1999, decidiu deixar a companhia — um passo audacioso que lhe permitiu começar a forjar uma carreira individual e lançar-se como bailarino e coreógrafo “freelance”.
Em 2001 e 2002, trabalhou como mestre de balé no Balé de Gothenburgo (dirigido por Anders Hellström); posteriormente, na temporada 2004/05 voltou para o NDT 1 como ensaiador. Paralelamente a sua movimentada carreira de “freelance”, Ken é regularmente contratado por uma vasta gama de companhias internacionais de balé,para a remontagem de obras do repertório de Kylián. Em 2009, trabalhou como assistente de Kylián em Munique, na criação de Zugvögel.
ANDONIS FONIADAKIS, coreógrafo de Glory
O diretor artístico da Companhia de Dança Apotosoma, Andonis Foniadakis, nasceu na Grécia. Durante seus estudos na Escola Estatal de Dança em Atenas e na Rudra Béjart Lausanne na Suíça, ele estudou balé clássico e diversas técnicas de dança contemporânea, além de improvisação na dança, teatro, canto, técnica de ator e artes marciais (kendo). Participou também de diversos seminários técnicos e teóricos com professores convidados.
Sua experiência subsequente em dança com o Balé da Ópera de Lyon, sob a direção de Yorgos Loukos, propiciou-lhe a oportunidade de aproveitar seis anos para trabalhar e criar com alguns dos mais importantes coreógrafos: Ohad Naharin, Mats Ek,Jiří Kylián, William Fortsythe, John Jaspers, Frédéric Flamand, Bill T. Jones, Terro Saarinen, Nacho Duato, Hervé Robbe, Maguy Marin, Alessio Silvestrin, Lionel Hosche, Jo Kanamori, Pascal Touzeau, Johachim Shlomer e outros.
Como bailarino, Andonis Foniadakis participou de sua própria companhia de dança e criou, com a bailarina KikiBaka, o duo Sensitive Screens Skins Intervals. Em dezembro de 2002, criou sua própria companhia, a Apotosoma. Desde então apresentou dois trabalhos para seu grupo.
Andonis Foniadakis permanece trabalhando como coreógrafo, criando obras para diversas companhias de dança: Teatro Nacional do Norte da Grécia (Handlewithcare), Ballet du Grand Théâtre de Genève (SelonDésir), Balé Nacional do Reno (X Sinfonia), Ópera Nacional do Reno (Boréades – ópera-balé de Rameau), Balé de Washington (… and they had hair as the hair of women and their teeth were as teethoflions), Projeto de Dança Benjamin Millepied nos Estados Unidos (Frases now), Projeto Nomadic de Tóquio (again n’again). Atualmente trabalha em uma encomenda para o Balé Nacional da Grécia.
Programa
Ballet du Grand Theatre de Geneve
Diretor geral : Tobias Richter
Diretor do Balé : Philippe Cohen
Assistente de direção e diretor de cena:VitorioCasarin
Ensaiadores: Grant Aris e GrégoryDeltenre
Diretortécnico: Philippe Duvauchelle
Técnico de luz:AlexandreBryand
Técnico de palco: Mansour Walter
Técnico de som: Jean-Marc Pinget
Camareiras: Caroline Bault e France Durel
Parceiros do Ballet du Grand Théâtre : ProHelvetia e Vacheron Constantin
Lux
Música: Gabriel Fauré – Requiem
Coreografia : Ken Ossola
Cenografia e Figurinos : Jean Marc Puissant
Iluminação :KeesTjebbes
Estreou no Grand Théâtre de Genève em 5 de outubro de 2010
INTERVALO
Glory
Música : GeorgFriedrich Händel
Coreografia e cenografia: Andonis Foniadakis
Arranjo musical, planejamento de som e assistente de cenografia: Julien Tarride
Iluminação: Mikki Konttu
Figurinos: Tassos Sofroniou
Assistente de coreografia: Omar Gordon
Estreou no Bâtiment de Forces Motrices de Genebra – BFM, em 4 de fevereiro de 2012
Bailarinos
YumiAizawa, Céline Allain, Louise Bille, Ornella Capece, Virginie Nopper, Mohana Rapin, Angela Rebelo, Sara Shigenari, SarawaneeTanatanit, Lysandra van Heesewijk, Madeline Wong
Valentino Bertolini, Natan Bouzy, Armando Gonzalez, Vladimir Ippolitov, Xavier Juyon, David Lagerqvist, Nathanaël Marie, Simone Rapele, Geoffrey Van Dyck, Nahuel Vega, Zachary Clark
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