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Renove suas playlists com bandas brasileiras alternativas


Os circuitos alternativos da música nacional ainda sofrem resistência por parte dos fãs mais apegados às gerações anteriores, mas têm muito material de qualidade que merece ser ouvido e divulgado!

Se até Caetano diz que a nova Tropicália pode ser o funk, o sertanejo universitário e os resquícios do axé music, todos podemos colocar os pés no chão e reconhecer que o rock nacional já está, também, em fase de renovação. Com certeza é nostálgico ouvir aquele CD do CPM 22, ver fotos com a franja caprichada e lembrar de como estava tocando NX Zero no volume máximo, assistir ao Acústico MTV do famigerado Charlie Brown Jr. ou até mesmo cantar aquele refrão de Legião Urbana no churrasco da galera. Porém, estas gerações já não atraem tanta atenção como fizeram outrora. São inspiração para os novatos, claro, mas não têm mais todo aquele apelo.

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O público brasileiro tem a péssima tendência a se apegar ao que já está acostumado e praticamente ignorar novas tendências, por isso fica difícil ver novas bandas despontando. Scalene, Supercombo e outras listadas abaixo passaram por poucas e boas para chegar onde estão hoje, muito pela falta de incentivo no início da carreira. E mais: não é apenas na reta de largada que as dificuldades aparecem. Existem bandas com cinco, dez, quinze anos na estrada e que não conseguiram o apoio que mereciam.

Pensando nesse suporte à cultura nacional, confira algumas das principais bandas independentes que, se você não conhece ainda, merecem alguns minutos da sua atenção.

(No final, existe um link para a playlist no Spotify do Uber7 com mais músicas destas bandas!)

ETNO

Tiago Freitas, Vitor Fonseca, Iano Fazio e Tiago Palma formam o ETNO, grupo de Brasília que está há 13 anos na estrada e estão partindo para o lançamento do terceiro álbum. Este trabalho está sendo divulgado de uma forma diferentona: em vez da liberação do álbum completo, eles estão apresentando o disco em três partes. A primeira, chamada “As 7 Fronteiras”, contém quatro faixas e está disponível nos canais da banda. As demais serão liberadas até o fim de 2016. Confira o clipe da música “Sétima Fronteira”, que faz parte da primeira etapa da divulgação e foi lançado recentemente:

Selvagens à Procura da Lei

Natural de Fortaleza, a Selvagens à Procura da Lei surgiu em 2009 e já conquistou um espaço razoável no cenário musical brasileiro. Além de ter uma sonoridade agradável, eles reforçam a ideia de que existe rock fora do eixo Sul-Sudeste – que, convenhamos, não é novidade para ninguém. Rafael Martins, Gabriel Aragão, Caio Evangelista e Nicholas Magalhães lançaram “Praieiro” em 2016, terceiro álbum de estúdio do grupo.

BaianaSystem

Outro pré-conceito que tornou-se senso comum no Brasil é que “música baiana é sinônimo de axé”. É inegável que o axé music foi extremamente relevante para a cultura popular brasileira, sobretudo nos anos 90, mas rotular um estado inteiro com um único estilo é injusto. Melhor que reproduzir esse discurso genérico é abrir a mente para trabalhos como o do BaianaSystem, que é difícil até de definir a qual gênero pertence. Roberto Barreto, SekoBass, Russo Passapusso e o designer Filipe Cartaxo contaram com a produção de Daniel Ganjaman (que trabalhou com Criolo, por exemplo) para lançar Duas Cidades, terceiro álbum da carreira e um dos mais expressivos do ano de 2016. Confira a revolução da música urbana que o BaianaSystem promove com “Playsom”, única música de representantes brasileiros no jogo FIFA 16 – franquia famosa por ter trilhas sonoras sensacionais.

Los Porongas

Diretamente do Acre, eles estão desde 2003 na ativa e já possuem uma quantidade razoável de fãs em todo o país. O primeiro EP veio em 2005, e o primeiro álbum – o “Los Porongas” – dois anos depois, sob produção de Philippe Seabra, da Plebe Rude. A revista Rolling Stone considerou este como um dos melhores do ano em 2007. O segundo álbum saiu em 2011, com participação de artistas renomados, entre eles, Dado Villa-Lobos. Já o terceiro – e mais recente – álbum do grupo, Infinito Agora, foi lançado em 2015 com ajuda de uma campanha bem-sucedida de financiamento coletivo. São os fãs mostrando que dá, sim, para aumentar o incentivo popular à cultura nacional.

Napkin

Natana Alarenga e Kimberly Neves fazem uma mistura muito agradável para os fãs de indie rock. A combinação entre piano, guitarra e um vocal suave é muito boa e vale a pena parar para conhecer. Elas são de Joinville-SC e já colecionam importantes prêmios, como Melhor Videoclipe (para “Don’t Piss Me Off”) e Melhor EP de Pop Rock no The Akademia Music Awards, de Los Angeles. Isso porque elas se reuniram apenas em 2013!

Codinome Winchester

O grupo é de Campo Grande-MS e se profissionalizou em 2013, quando passou a priorizar seus materiais autorais. De lá para cá, foram três EPs e algumas parcerias interessantes. Com um estilo inspirado no classic rock e nos aspectos psicodélicos do rock dos anos 70, a banda já tocou com Vanguart e Cachorro Grande, fizeram parte de festivais estaduais e estão cada vez mais inseridos no “novo rock” brasileiro, ao lado de Supercombo, Far From Alaska, Scalene e outros.

Brvnks

O BRVNKS é um projeto da Bruna Guimarães, uma jovem goiana de apenas 20 anos, mas que já merece um pouco da nossa atenção. Ela aprendeu a tocar violão sozinha, aos 11, e começou a escrever usando a velha fórmula da raiva e das letras sobre amor. Hoje, mais madura, ela diz conseguir produzir conteúdo até mesmo sobre assuntos que compõem uma conversa com amigos. O EP de estreia do BRVNKS se chama Lanches e mergulha a fundo no indie lo-fi (conhecido por usar técnicas de produção de baixa fidelidade).

Casaprima

A banda Casaprima surgiu em 2010, mas com o nome La Cambada. A mudança na identidade veio após a produção do álbum Andarilho e trouxe significado para o grupo: “Casa” é uma simbologia para “felicidade” e “Prima” significa “primordial”. Os pernambucanos têm um álbum de estúdio – o Andarilho – e comemoraram seis anos de banda com o clipe folk de “Sala de Estar”.

Maglore

A banda de Salvador já é figurinha carimbada no circuito alternativo nacional. Apesar de nova – tem apenas seis anos de atividade – a Maglore já atingiu marcas impressionantes, que a credenciaram, inclusive, a tocar no Lollapalooza 2016. Com reconhecimento da mídia especializada e presença dos seus clipes garantida em canais musicais do Brasil, eles lançaram o terceiro álbum de estúdio – III – em 2015. O trabalho foi considerado um dos cinco melhores discos do ano no país pelo site Scream & Yell (a votação contou com mais de cem profissionais do mercado da música).


Confira “Brasil Alternativo”, a playlist especial com mais músicas destas bandas:

Por Uber7


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