Não é preciso dizer mais uma vez o quanto as meninas do Fifth Harmony evoluíram desde a sua passagem pelo X Factor. É muito difícil compreender como aquelas meninas ingênuas de 2012 se tornaram em pouco tempo um dos principais fenômenos da música pop com hits que estouram nossas playlists. E é o resultado dessa metamorfose que elas trazem na 7/27 Tour, que passou pelo Rio de Janeiro na noite da última sexta-feira (01).
Os momentos pré-show são aqueles mesmos que pode se esperar de um evento pop voltado para um público mainstream de (absolutamente) todas as idades: filas modeladas em inúmeras curvas, centenas de jovens cantando músicas que esperam ver logo mais, serenidade no olhar de seguranças que não possuem medo nenhum dos fãs mais exaltados e gritos. Muitos gritos. A cada minuto que se passava, todos os presentes ficavam ainda mais aflitos para que pudessem entrar logo no recinto e disputar o melhor lugar na plateia.
Já era noite quando os portões abriram e todos começavam a entrar, ao mesmo tempo que os mais sortudos/condicionados se amontoavam em uma nova fila para finalmente ter os melhores dois minutos de suas vidas de fã: o famigerado Meet & Greet estava prestes a começar. Paralelo a esse momento de flashes e lágrimas, no lado oposto do hall do Vivo Rio pessoas vinham de todos os lados, em alta velocidade, para chegar logo em seus determinados setores.
E depois de trocentas músicas e um atraso que estava à beira do inaceitável para a plateia, o show finalmente estava começando. A estrutura do palco não era nada icônica ou grandiosa – nem mesmo um logo da girlband tinha no palco, apenas microfones, uma escada e os holofotes. Por outro lado, Camila, Lauren, Normani, Dinah e Ally fizeram o requisito e compensaram esses detalhes estéticos com uma energia contagiante e carisma nas alturas. É aquele ditado: menos é mais.
Seguindo o mesmo roteiro dos shows anteriores, as meninas começaram com “Body Rock”, do álbum Reflection, e em seguida proporcionaram uma dobradinha que ocasionou um dos (vários) momentos mais ensurdecedores da noite: “Miss Movin’ On” seguido de “Sledgehammer”. Pouco antes do fim do primeiro ato, elas puseram todo mundo pra pular ao som de “This Is How We Roll” e então se ausentaram do palco enquanto um pequeno prelúdio de “Brave, Honest, Beautiful” era executado.
No show, a girlband também prova que elas não são apenas sensualidade. Sem auxílio algum de qualquer tipo de playback, elas enalteceram suas potências vocais em canções como “We Know” e “Like Mariah”, sempre acompanhadas de uma presença de palco e energia incríveis – uma qualidade tão louvável em todas elas que nem mesmo o tombo (bem feio, aliás) de Ally fez com que ela saísse da vibe.
O ponto mais fraco da noite foi, sem dúvidas, o setlist. A turnê divulga o disco mais recente das meninas, e só isso dava a entender que teríamos foco maior nele. No final, 10 músicas eram do Reflection enquanto apenas 5 eram do cd que dá nome à turnê. Pelos coros da plateia antes do bis, foi perceptível que os fãs sentiram falta de novidades como “I Lied” e “Gonna Get Better”.
Além disso, muitos podem ter saído reclamando da gritaria estrondosa e do som extremamente alto, mas numa visão positiva o show da 7/27 Tour no Rio de Janeiro só serviu para provar pra quem quiser que os fãs brasileiros possuem um carinho peculiar pelos seus ídolos, chegando até a surpreendê-los em alguns momentos – exemplo disso foi a cara que Dinah fez no início de “Body Rock” quando viu que todos ali presentes sabiam a letra de cor.
Confira abaixo o setlist completo do show:
- Body Rock
- Miss Movin’ On
- Sledgehammer
- Dope
- Reflection
- Going Nowhere
- No Way
- Write On Me
- This Is How We Roll
- Brave, Honest, Beautiful
- BO$$
- We Know
- Squeeze
- Like Mariah
- Worth It
- All In My Head (Flex)
- Work from Home
No mais, só fica aquele gostinho de quero mais. Sem dúvida, os fãs esperam que as meninas voltem o quanto antes, com um show ainda melhor, mais estruturado e com a mesma energia e carisma da noite de 1º de julho de 2016.
Por Maze, para Midiorama