Quando escrevi sobre a iniciativa no meu blog, senti que seria bacana algo parecido com as mulheres negras brasileiras, que assim como as americanas – e de todas as partes do mundo -, também recebem pouco reconhecimento por suas ações, pioneirismo e esforços na construção da nossa sociedade.
Decidi então elaborar uma lista com 10 nomes importantes para nos inspirarmos e reconhecermos o valor de suas figuras.
Ah, ajude a aumentar essa lista com a hashtag #MulheresNegrasNotáveis!
Taís Araújo
Taís Araújo é uma das atrizes mais conhecidas da televisão brasileira. Foi a primeira negra a protagonizar uma novela do horário nobre da Rede Globo e a primeira “Helena” negra em uma novela de Manoel Carlos. Começou a carreira no teatro, aos 11 anos de idade. Em 1996, deu vida à personagem-título de “Xica da Silva”, da extinta Rede Manchete, folhetim que a levou ao estrelato.
Hoje, com 21 anos de carreira, Taís interpreta Michele no seriado “Mister Brau”, ao lado do marido, o também ator Lázaro Ramos. Em suas redes sociais, a atriz faz questão de falar sobre empoderamento feminino, destacando o trabalho de mulheres das mais diversas áreas.
Ruth de Souza
Ruth de Souza entrou para a história da dramaturgia brasileira por ser a primeira negra a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na peça “O Imperador Jones”, de Eugene O’Neil. Por sua atuação em “Sinhá Moça” (1953), foi a primeira atriz brasileira indicada a um prêmio internacional: o Leão de Ouro, no Festival de Veneza de 1954. Em seu currículo estão mais de 40 novelas e dezenas de filmes e peças.
Elza Soares
A “cantora do milênio”, segundo classificou a BBC, não teve uma vida fácil. Nascida na favela da Moça Bonita, Elza Soares surgiu em 1953 no programa de rádio de Ary Barroso. De lá para cá, nesses mais de 60 anos de carreira, a cantora tornou-se um dos maiores nomes da música brasileira, numa trajetória marcada pelo sucesso e pelas perdas de filhos e maridos. Hoje, Elza é um símbolo de resistência e utiliza sua arte para denunciar o racismo e o machismo presentes no país.
MC Carol
MC Carol ganhou atenção com o funk “Meu Namorado É Mó Ótário”. Participou do reality show “Lucky Ladies” e faz diversos shows pelo país, levando suas músicas sobre feminismo e que denunciam as realidades das favelas brasileiras, como a violência policial e o racismo. É dela também “Não Foi Cabral”, música que fala sobre o genocídio indígena com a vinda dos portugueses para o Brasil. MC Carol também defende o fim dos padrões de beleza.
Beyoncé
No dia 4 de setembro de 1981, nascia uma das maiores estrelas da música pop mundial: Beyoncé Giselle Knowles-Carter. Desde pequena, a cantora já dava sinais claro de que queria cantar, participando de programas de talentos e realizando performances em sua casa. Em 1997, ela ficou conhecida por ser uma das vozes do grupo Destiny’s Child, que fez sucesso em várias partes do mundo. Em 2003, lançou seu disco solo “Dangerously in Love”, pelo qual ganhou 5 prêmios Grammy.
De lá para cá, Queen Bey construiu uma carreira bem-sucedida, sempre inovando no lançamento de seus novos materiais. O mais recente, Lemonade, foi muito elogiado pela crítica e pelos fãs, que além de terem um novo trabalho em mãos, ainda veem seu ídolo denunciando o racismo e a violência policial.
Viola Davis
Viola Davis nunca teve uma vida fácil, mas a atriz conseguiu superar os desafios que lhe foram apresentados ao longo de sua trajetória e hoje é uma das artistas mais reconhecidas do mundo, colecionando indicações a prêmios importantes do cinema, como o Oscar, e vencendo outros, como seu histórico Emmy Awards, no ano passado, tornando-se a primeira mulher negra a sair vitoriosa na categoria de “Melhor Atriz em uma Série Dramática”. E desde que começou sua carreira, Viola sempre defendeu uma indústria cinematográfica com rostos diversos, na frente e atrás das câmeras.
Ava DuVernay
Ava DuVernay é a responsável por “Selma”, filme que ajudou a tornar seu nome ainda mais conhecido. Com a obra, a cineasta se tornou a primeira negra a ser indicada a um Globo de Ouro. Em 2016, ela volta a fazer história ao se tornar a primeira mulher negra a dirigir um longa com um orçamento de US$ 100 milhões, a adaptação cinematográfica do livro “Uma Dobra no Tempo”.
Halle Berry
Halle Berry é outra mulher negra que também fez história. Em 2002, ela se tornou a primeira e, até agora, a única artista negra a receber o Oscar de “Melhor Atriz”. Em seu currículo estão diversos filmes, entre eles a franquia de “X-Men”, “A Viagem”, “A Última Ceia” e “007 – Um Novo Dia Para Morrer”.
Ella Fitzgerald
Ella Fitzgerald morreu em 1996, mas seu legado viverá para sempre. A eterna “Primeira-Dama da Música”, como era conhecida, se apresentou pela primeira vez no Teatro Apollo, em Nova York, em 1934, através de um concurso amador, do qual saiu ganhadora. Foi aí que sua carreira teve início, mas que só estourou mesmo a partir da metade da década de 40 e tornou-se uma das maiores cantoras de jazz dos Estados Unidos.
Nina Simone
Nina Simone, que ganhou um documentário sobre sua vida no ano passado pela Netflix, também foi outra grande artista americana, a qual também é muito lembrada por seu ativismo pelos direitos dos negros e por usar sua arte como reflexo dos tempos em que viveu. A cantora teve uma vida conturbada, tendo morado na Libéria e depois na França, onde morreu em 2003. Ela possuía uma carreira extensa, com vários sucessos, incluindo “Feeling Good”, “My Baby Just Cares For Me” e “I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free”.
*Por Artur Francischi do Prosa Livre