“Águas Rasas”, filme que ainda está em cartaz em boa parte dos cinemas do país, desperta dois tipos de sensações, ao início e ao fim da história.
A história
Nancy (Blake Lively) é uma jovem médica que está tendo de lidar com a recente perda da mãe. Seguindo uma dica sua, ela vai surfar em uma paradisíaca praia isolada, onde acaba sendo atacada por um enorme tubarão. Desesperada e ferida, ela consegue se proteger temporariamente em um recife de corais, mas precisa encontrar logo uma maneira de sair da água.
Duas percepções diferentes
Quando ela começa e nos vemos diante de uma mulher que está indo sozinha surfar em mar aberto num paraíso secreto, já imaginamos o tipo de filme que ele será. E a sensação não é boa, pois temos centenas de exemplares do nicho, a maioria ruins.
Com o desenvolvimento da história, passamos a comprar um pouco mais o que estamos vendo. Nancy, personagem interpretada pela bela e talentosa Blake Lively, está fazendo uma homenagem póstuma à sua mãe, dando um tom dramático para o filme. A trama faz questão de intensificar, com conversas dela com o pai ou com a irmã, e também com as memórias de sua mãe. Tudo para fazer com que o espectador goste de Nancy.
E é bem sucedido.
Passamos então para a sensação que temos quando termina o filme: que surpresa. Sim, o filme surpreende, não pela história original, mas pelo desenvolvimento bem feito, bem construído, com doses altas de tensão, de drama e de suspense. E mesmo com um desfecho quase absurdo, Águas Rasas deixa o espectador com um sorriso no rosto.
O diretor espanhol Jaume Collet-Serra merece os créditos por isso. Ajudou no desenvolvimento de um filme de Tubarão, desses que nos remetem de imediato aos clássicos, mas aliou a isso uma trama recheada de drama e de uma luta por sobrevivência que é a cereja do bolo.
E esta cereja do bolo vem com o nome de Blake Lively, atriz que ficou famosa após protagonizar a série Gossip Girl e que depois disso se transformou num ícone adolescente e jovem. Blake corria o risco de ser somente uma bela atriz, com um rosto lindo. Mas não, com alguns bons trabalhos, Blake dá uma força para a sua personagem, que é o grande trunfo de Águas Rasas.
Queremos que ela saia com vida daquele mar aberto. Torcemos por ela a cada tentativa de chegar à praia. E ficamos tensos a cada vez que ela fica em eminente perigo. E olha que foram muitas as vezes.
Águas Rasas é um ótimo exemplar do gênero Tubarão, se é que podemos chamar isto de gênero. Com altas doses de tensão, e de drama, o filme chama atenção e ganha destaque por ter um elenco pequeno, mas comandado por uma atriz inspirada.
Por Cabine Cultural