Aliando o virtuosismo de seus instrumentistas atuais a uma história de mais de 30 anos, a Orquestra do Festival de Budapeste é considerada uma das melhores orquestras da atualidade – a imprensa especializada sempre a inclui na lista dos 10 conjuntos mais importantes do mundo. Fundada pelo maestro Iván Fisher, uma de suas principais características é possuir um estilo único, capaz de cativar plateias de todas as idades.
Com regência do próprio Ivan Fischer, e tendo como convidado o soprano sueco Miah Persson, aOrquestra do Festival de Budapeste volta ao Brasil no dia 1° de julho para se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, como a quinta atração da 22ª edição da Série O Globo / Dell’Arte Concertos Internacionais 2015. A série tem o patrocínio do Grupo Bradesco Seguros e apresenta este ano oito atrações, entre os meses de abril e outubro.
O programa da noite inclui Cenas Húngaras, de Béla Bartók, Quatro Últimas Canções, de Richard Strauss e a Sinfonia N° 4 em Sol Maior, de Gustav Mahler, as duas últimas tendo Miah Persson como solista.
Mais tradicional série de música clássica do Rio de Janeiro e uma das mais importantes do gênero no país, a Série O GLOBO / Dell’Arte Concertos Internacionais 2015 faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos de música, exposições literárias e grandes musicais.
Orquestra do Festival de Budapeste
A Orquestra do Festival de Budapeste possui uma das histórias mais bem-sucedidas do cenário internacional da música clássica. Sua figura-chave é o diretor musical Iván Fischer que foi, ao lado de Zoltán Kocsis, um de seus fundadores. O sistema único da OFB atua no sentido de encorajar as qualidades artísticas de seus músicos, visando a que alcancem, de forma interativa, um som orquestral agradavelmente homogêneo. Público e crítica são unânimes ao louvar a qualidade das execuções de música de câmara do conjunto, assim como seu contagiante dinamismo, através do qual compartilha com o público a alegria de fazer música.
Ao longo das décadas, a Orquestra do Festival de Budapeste brindou o público húngaro com astros como Georg Solti — que foi, até a sua morte, Regente Convidado Principal da OFB —, e grandes músicos como Yehudi Menuhin, Pinchas Zukerman, Gidon Kremer, Radu Lupu, Sándor Végh, Sir András Schiff e Richard Goode. Iván Fischer também envida grandes esforços para convidar músicos jovens e cantores internacionalmente aclamados a se apresentarem para seu público.
A orquestra é convidada regular dos mais importantes eventos musicais e salas de concerto do mundo, como o Carnegie Hall e o Lincoln Center de New York, o Musikverein de Viena, o Real Concertgebouw de Amsterdã e o Royal Albert Hall de Londres. Ela vem sendo repetidamente convidada para apresentar-se em eventos internacionais de música como o Mostly Mozart Festival, os Festspiele de Salzburgo ou o Festival Internacional de Edimburgo.
O “Bridging Europe Festival”, organizado pela orquestra e tendo por foco a cultura de um país diferente a cada ano, foi lançado em parceria com o Palácio das Artes de Budapeste — exatamente como as famosas Maratonas Musicais, que apresentam as obras de um único compositor ao longo de todo um dia. As apresentações de óperas, dirigidas por Iván Fischer, também são encenadas como produções conjuntas com o Palácio das Artes. Seguindo o caminho aberto por Don Giovanni e As Bodas de Fígaro, o conjunto apresentou recentemente A Flauta Mágica.
Em 2014 a orquestra dedicou-se a duas Semanas Comunitárias de concertos livres apresentados em Aldeias Infantis S.O.S., dando assistência a lares, igrejas e sinagogas. O projeto prossegue ao longo de 2015. O verão também presenciou o começo de mais um grande projeto, quando 200 jovens carentes dançaram ao som da Orquestra do Festival, em um Concerto de Dança ao Ar Livre na Praça dos Heróis de Budapeste (Hösök tere).
A OFB toca regularmente para jovens em programações como os Concertos Cocoa, voltados para as crianças, e atividades como “Escolha seu Instrumento”, para crianças da escola primária; mantém frequentes Concursos de Filme para alunos secundaristas, enquanto desenvolve, paralelamente, esforços para atingir também o público de jovens adultos, como por exemplo a implementação da série Música à Meia-Noite, de grande sucesso.
A Orquestra do Festival de Budapeste vem recebendo, ao longo dos anos, os maiores louvores da crítica e do público. Em 2008, críticos musicais de prestígio internacional classificaram-na como a nona melhor do mundo, superando conjuntos prestigiosos como a Filarmônica de New York e a Orquestra Sinfônica de Boston. Na lista dos principais eventos musicais da cidade, publicada pelo New York Magazine, a produção de As Bodas de Fígaro da OFB foi votada como a melhor do ano. Os álbuns do conjunto conquistaram por duas vezes o Prêmio Gramophone, o equivalente ao Oscar da música clássica. Sua interpretação da Primeira Sinfonia de Mahler foi indicada para o Grammy de 2013. Em 2014, a gravação da Sinfonia Nº 5 de Mahler foi altamente aclamada, conquistando tanto o “Diapason d’Or”, quanto o “Toblacher Komponierhäuschen” italiano para Melhor Gravação de Mahler.
Iván Fischer
Iván Fischer é o Diretor Musical e fundador da Orquestra do Festival de Budapeste, desempenhando paralelamente a função de Diretor Musical da Konzerthaus de Berlim e da Konzerthausorchester. Recentemente viu crescer também sua reputação como compositor, com obras apresentadas nos Estados Unidos, na Holanda, Bélgica, Hungria, Alemanha e Áustria. Fischer dirigiu também várias produções de óperas.
Sua parceria de 30 anos com a Orquestra do Festival de Budapeste é uma das histórias mais bem-sucedidas no cenário da música clássica. As frequentes turnês mundiais da Orquestra, assim como uma série de gravações aclamadas pela crítica e com vendas elevadas, lançadas inicialmente pelo selo Philips Classics e posteriormente pelo Channel Classics, contribuíram para a reputação de Iván Fischer como um dos diretores de orquestra com maior êxito da atualidade.
Como regente convidado, trabalhou com as melhores orquestras sinfônicas do mundo. A Filarmônica de Berlim apresentou-se mais de dez vezes sob sua batuta, e ele passa todo ano duas semanas com a Orquestra do Royal Concertgebouw de Amsterdã. Também é frequentemente convidado pelas principais orquestras dos Estados Unidos, como a Filarmônica de New York e a Orquestra de Cleveland. Como Diretor Musical, dirigiu as Óperas de Kent e Nacional de Lyon; foi também Regente Principal da Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, DC. Muitas de suas gravações receberam prêmios internacionais.
Iván Fischer estudou piano, violino e, posteriormente, violoncelo e composição em Budapeste. Prosseguiu sua educação musical em Viena, onde estudou regência com Hans Swarowsky.
Fischer é fundador da Sociedade Mahler da Hungria e Patrono da Academia Kodály Britânica. Recebeu o Prêmio Medalha de Ouro do presidente da República da Hungria, e o Prêmio Cristal do Fórum Econômico Mundial pelos serviços prestados na promoção das relações culturais internacionais. O governo da República Francesa o fez Cavaleiro das Artes e das Letras. Em 2006 foi honrado com o Prêmio Kossuth, o mais prestigioso dedicado às artes da Hungria. Em 2011 conquistou o Prêmio de Música da Royal Philharmonic Society, o Prêmio Prima Primissima da Hungria e o Prêmio Ovatie da Holanda. Em 2013 foi feito Membro Honorário da Academia Real de Música de Londres.
Miah Persson, soprano
Com uma sólida carreira internacional, o soprano sueco Miah Persson já se apresentou em todo o mundo em recitais solo, concertos com as mais importantes orquestras e grandes produções operísticas. Estreou com grande sucesso no Festival de Salzburgo de 2003 com a Filarmônica de Viena dirigida por Pierre Boulez. Sua estreia em uma produção operística se deu em 2004 como Sophie de “O Cavalheiro da Rosa”, sob a batuta de Semyon Bychkov. Ela voltaria a Salzburgo, desta vez como Sifare da ópera “Mitridate, Rè di Ponto”, de Mozart.
Na temporada de 2005/06, o soprano debutou com sucesso estrondoso na Royal Opera House de Londres como Susanna de “As Bodas de Fígaro”; cantou o papel de Fiordiligi de “Così fan tutte” no Festival de Glyndebourne de 2006, mesmo ano em que estrearia também na Ópera de San Francisco como Sophie de “O Cavalheiro da Rosa”, papel que viria a cantar em sua estreia no Metropolitan em 2009.
Os destaques de sua carreira incluem Sophie de “O Cavalheiro da Rosa”, Fiordiligi de “Così fan tutte”, Susanna de “As Bodas de Fígaro”, Zerlina de “Don Giovanni”, Sifare de “Mitridate”, Governanta de “The Turn of the Screw”, Donna Elvira de “Don Giovanni”, Anne Trulove de “The Rake’s Progress” e Pamina de “A Flauta Mágica”.
Apresentou-se também em concertos com a Sinfônica de Chicago, Orquestra da Rádio da Baviera de Munique, Accademia di Santa Cecilia, Orquestra Simón Bolívar, Filarmônica de New York, Sinfônica da Rádio Sueca, Orquestra Philharmonia, Filarmônica de Los Angeles, Orquestra Filarmônica de Roterdã, Orquestra Sinfônica da BBC, além de recitais no Wigmore Hall de Londres, Konzerthaus de Viena e Tonhalle de Zurique.
Ao longo de sua carreira Miah Persson apresentou-se na Ópera de Paris, Ópera de Viena, Metropolitan Opera de New York, Ópera de Berlim, Ópera de Frankfurt, Ópera do Reno de Estrasburgo, Ópera de Frankfurt, no Festival de Aix-en-Provence, Théâtre de la Monnaie de Bruxelas, Théâtre des Champs-Elysées de Paris, Theater an der Wien e no Gran Teatro del Liceu de Barcelona, entre outros.
Miah trabalhou com regentes como Bernard Haitink, René Jacobs, Sir Colin Davis, Vladimir Ashkenazy, Daniel Barenboim, Ivor Bolton, Antonio Pappano, Esa-Pekka Salonen, Pierre Boulez, Iván Fischer, Sir John Eliot Gardiner, Nikolaus Harnoncourt, Philippe Herreweghe, René Jacobs, Sir Charles Mackerras, Gustavo Dudamel, Mariss Jansons, Vladimir Jurowski, Daniel Harding, Marc Minkowski e Yannick Nézet-Séguin.
As gravações de Miah Persson incluem “Rinaldo” de Händel (como Almirena), dirigido por René Jacobs (HMC), “As Estações” de Haydn com a Orquestra do Mozarteum de Salzburgo sob a batuta de Ivor Bolton (Oehmsclassics), o “Magnificat” de Bach com a Orquestra Collegium do Japão (BIS), e “Songs of the Sea” de John Fernström, com a Orquestra Sinfônica de Malmö (BIS).
Miah Persson pode ser ouvida também em dueto com Bryn Terfel no CD “Tutto Mozart! Bryn Terfel sings concert and opera arias” (Deutsche Grammophon). Gravou também “Mitridate, Rè di Ponto” (Deutsche Grammophon) com uma edição completa em DVD. Seguiu-se “Così fan tutte” do Festival de Glyndebourne (Naxos) com regência de Iván Fischer. Em março de 2008, a Royal Opera House lançou o DVD de “As Bodas de Fígaro” com regência de Antonio Pappano, tendo Miah Persson como Susanna. Ela também está presente em “L’Incoronazione di Poppea”, gravada ao vivo no Liceu de Barcelona pela Opus Arte, em 2009.
As gravações solo de Miah incluem “Soul & Landscape” com Roger Vignoles (Hyperion), “Mozart: Un moto di gioia: Opera and Concert Arias” (BIS) com Sebastian Weigle à frente da Orquestra de Câmara Sueca, e “Portraits – Songs” de Clara and Robert Schumann (BIS), com o pianista Joseph Breinl.
Programa
Béla Bartók
Cenas Húngaras
Uma noite na aldeia – Lento rubato
Dança do urso – Allegro vivace
Melodia – Andante
Levemente embriagado – Allegretto rubato
Dança das trufas – Allegro molto
Richard Strauss
Quatro Últimas Canções
Frürling (Primavera – Hermann Hesse)
September (Setembro – Hermann Hesse)
Beim Schlafengehen (Adormecendo – Hermann Hesse)
Im Abendrot (Ao Poente – Joseph von Eichendorff)
Solista: Miah Persson
INTERVALO
Gustav Mahler
Sinfonia Nº 4 em Sol maior
Bedächtig. Nicht eilen (Circunspecto, sem pressa)
In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast (Em andamento cômodo, sem precipitação)
Ruhevoll (Tranquilo)
Sehr behaglich (Muito agradável)
Solista: Miah Persson
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