Nomes muito esperados, inéditos no país e/ou conhecidos de muitos eram aguardados, como os headliners METALLICA, e THE STROKES, além das muito esperadas: The XX, Rancid, The Chainsmokers, The Weeknd, Flume e mais 40 atrações para todos os gostos. Além de espaço gourmet com o “Chef Store”, bares espalhados por todo local, espaços Lolla Store e Lolla Market, lazer e diversão regido por muitos acordes e emoções.
Toda edição do LOLLAPALLOZA causa frissom nas redes sociais
Quando muitos pensaram que a veia do festival era dedicada exclusivamente ao público indie/hipster e principalmente alternativo, em cada edição foi surpreendendo com a gama de artistas e bandas anunciadas. Um fato que causou bastante discórdia nas redes foi o anúncio do METALLICA na edição deste ano. Que deu o que falar! Fato é que não só ocorreu o show, como junto angariou público recorde ao festival. Os portões abriram cedo: às 11h e às 12h05 começaram os shows.
Veterana em participações em diversos festivais e abertura de grandes shows, a DOCTOR PHEABES, recebeu o público que adentrava ao local diretamente do Palco Skol, com seu rock explosivo e marcante. Entrevistamos o guitarrista Magrão, que comentou sobre a expectativa de participar pela segunda vez no fest, que você pode conferir clicando aqui.
O punk-rock também teve seu lugar no LOLLAPALLOZA
Os californianos da banda RANCID, apresentaram suas letras provocativas equilibradas com experiências pessoais e contra o sistema.
Com muita atitude em cima do palco. Fez valer à pena os 50 minutos de apresentação dispostos com vinte músicas no repertório, desde clássicos a sons novos. A banda de Tim Armstrong, composta também por Matt Freeman baixista e Branden Steineckert na bateria, mostrou porque é detentora do título de principal banda punk-californiana dos últimos tempos. O também guitarrista/vocalista Lars Frederiksen agradeceu pelo interesse no grupo durante todos esses anos, pois os fãs esperaram 25 anos por um show desses caras! Grandes clássicos fizeram valer a roda punk que se formou na pista com “Salvation”, “The Bottle” e “Time Bomb”. Encerraram com ‘Ruby Soho’ devidamente dedicada ao Lemmy Kilmister, do MOTÖRHEAD.
A superlotação no palco Perry’s dedicado ao eletrônico marcou o show do VINTAGE CULTURE
Isso porque no começo era apenas uma tenda… Lukas Ruiz é quem comanda as pick ups, com vários sons, como ‘Wild Kidz’, remixe do clássico ‘Sweet Dreams’ do Eurythmics, e inclusive sons nacionais como o ‘Descobridor dos Sete Mares’ do saudoso e sempre venerado Tim Maia e Ceu Azul do Charlie Brown Jr. Público disposto a dançar e incansáveis! Muitos também queria curtir a discotecagem do Vintage, porém algumas pessoas se depararam com barragens. Os seguranças tentaram impedir a entrada, mas sem sucesso, o pessoal caiu na pista! Fica a dica para a próxima edição aumentar o espaço ou transferir o talentoso DJ para um palco maior.
Não demorou muito para que o palco Ônix fosse tomado por pouca luz e transformado num ambiente sombrio e atmosférico quando os ingleses do THE XX
subiram para encerrar a noite de sábado antes do headliner. Até o tempo contribuiu para a apresentação. O trio foi formado em 2014, mas já conseguiu vários frutos nesse curto tempo de carreira. Conta com a dupla Romy Madly Croft e Oliver Slim (vocais/guitarras), Jimmy nos sintetizadores. Com apenas três discos lançados e pouco tempo de carreira, a dupla já mostrou competência e habilidade no que faz.
Abriram o set com a música de seu mais novo álbum “I See You”, lançado este ano ‘Say Something Love’ e mandou ‘Crystalised’, sucesso do disco intitulado apenas “xx”. Incrível ver a simplicidade e autenticidade em cada composição, em cada nota, em cada arranjo, em cada coro acompanhado em uníssono. Envolvente. Emocionou não só o público, como também a própria Rommy quando teve seu momento solo durante a apresentação da balada ‘Performance’. Sublime. As canções embalaram os presentes entre novos hits, intercalando com músicas do disco mais recente “I See You” 2017, muito bem recebido pela crítica com faixas como ‘I Dare You’, ‘Dangerous’ e ‘Lips’. Jammie roubou a cena com ‘Loud Places’ . Encerraram com ‘On Hold’, ‘Intro’ e ‘Angels’. Conseguir transformar um show de festival em intimista é para poucos, e o XX conseguiu com maestria.
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A força METALLICA no LOLLAPALLOZA
Lembram quando foi anunciado que o METALLICA faria parte do line-up do festival? Deu o que falar, não? E passado o festival, são muitas as opiniões contrárias. Muitos discordaram, alguns apoiaram, enquanto outros decidiram dar a chance para o estilo de música que faltava integrar a lista de bandas presentes no fest: o heavy metal. Metal pesado mesmo! Desses de ‘bater cabeça’. O festival é regido por uma palavra: diversidade; e integrar essa banda no cast, foi uma tacada certeira, tanto que angariou público recorde ao evento na noite do sábado (25): 100 mil pessoas!
Entre expectativas de uns e burburinhos da massa ‘do contra’, quem se despiu de rótulos e vivenciou a experiência como um todo, sentiu toda força, peso e importância que se deve a um dos grupos mais conceituais da história da música pesada. O autódromo de Interlagos foi tomado pelo metal dos norte-americanos que fizeram desta uma passagem memorável.
A espera foi longa por um disco novo dos cinquentões, que desde 2008 não lançavam nada inédito. Muitos ansiosos por um novo lançamento, e foram as faixas dele “Hardwired… To self-destruct”, lançado no final do ano passado, que abriram o show. ‘Hardwired’ e ‘Atlas, Rise!’ que são boas pedidas… ‘The Memory Remains’ veio acompanhada de exímios solos de guitarra executados com maestria por Kirk Hammet. James sempre referia-se ao público como “Família Metallica”, perguntou quem já viu a banda e quem estava vendo pela primeira vez, o que torna uma oportunidade a muitos se tratando de festivais.
Na sequência ‘Moth into Flame’, para depois mesclarem o set com verdadeiros clássicos da carreira do grupo, com hinos que não podem faltar e que são conhecidos de todo fã de heavy metal que se preze! ‘The Unforgiven’, ‘Master of Puppets’ – que é sempre um ápice e apoteótica quando tocam – ‘Battery’, ‘‘Nothing Else Matters’, ‘Battery’ e encerraram a noite caótica – no bom sentido – e enérgica com ‘Enter Sandman’ arrepiando todo público headbanger – ou não – que fez-se presente no festival.
Fato seja dito, os integrantes já são cinquentões e tem mais energia que muitos jovens por aí! Os fãs estavam apreensivos depois que foi informado que James Hetfield, vocalista/guitarrista estava com problemas na garganta, alguns shows chegaram a ser cancelados, mas o do festival permaneceu, e o que se viu foi um frontman dando conta do recado e da responsabilidade de fechar a noite que ficou na memória dos presentes.
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Contrastando com o peso metálico, do outro lado, no palco Axe a balada eletrônica rolava solta com a dupla irreverente do THE CHAINSMOKERS, que comandaram as pick-ups com remixes de diversos sucessos de bandas como RED HOT CHILLI PEPPERS, MY CHEMICAL ROMANCE e BLINK 182.
Ainda tinha muita música para rolar no segundo dia de Festival. Contabilizada a presença de 90 mil pessoas, que foram chegando aos poucos preenchendo o local com seus trajes descolados, irreverentes e autênticos.
A cantora brasileira céu abriu as apresentações no palco Skol. A brasileira vem conquistando espaço na mídia nacional, após estourar mundo afora levando a cultura brasileira e a MPB em diversos países do mundo.
Outro grupo vindo pela primeira vez ao país foi o JIMMY EAT WORLD
A típica banda norte-americana que faz som sem firulas, embora permeie por várias influências em sua discografia. Passou do punk-rock ao rock alternativo como conhecemos hoje em dia e conseguiu mostrar seu som enérgico e potente no festival. Foram 16 músicas na setlist, que ora fizeram a cabeça da galera como ‘Bleed American’, ‘Work’, ‘Pain’, ora o público descansava com as músicas de andamento mais lento, como ‘Hear You Me’, até fecharem com ‘The Middle’. Os fãs esperem que volte, quem sabe para um show apenas deles.
Logo após chegou o TWO DOOR CINEMA CLUB com seu indie rock com características bem natais
Abriram com ‘Cigarettes in the Theatre’ do disco “Tourist History” de 2010, e conforme o andamento do show foi ganhando o público que lotava aos poucos o espaço da pista do palco Skol. As dancinhas por parte do público eram constantes, além do jogo de luzes e presença de palco dos integrantes contribuírem para a festa que fizeram. Tocaram quase todos seus singles, principalmente do primeiro disco ‘Udercover Martin’, ‘Come Back Home’, ‘Something Good Can Work’, a irresistível ‘I Can Talk’ e ‘What You Know’. Do mais recente disco “Gameshow” lançado em 2016, tocaram a cadenciada ‘Are We Ready? (Wreck)’ e ‘Gameshow’.
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DURAN DURAN: Um nome muito aguardado para tocar no país foi uma banda referência nas dance music dos anos 80
O grupo inglês liderado por Simon LeBond, o grupo fez uma multidão pular e dançar durante seus 50 minutos de show com sucesso atrás de sucesso: ‘The Wild Boys’, ‘Hungry Like the Wolf’, ‘A View to a Kill’, Girls on Film’, ‘Rio’. Esbanjaram carisma e simpatia, num ambiente tomado por roupas coloridas, interação e diversão. Um destaque foi a participação da cantora Céu na faixa ‘Ordinary Girl’ – que abriu os shows do palco Skol naquele domingo (26). Singles empolgaram toda uma geração e com coreografia animada, não teve quem não se rendesse à nostálgica balada dos anos dourados no que se transformou a pista grama do local. ‘Save a Prayer’, outro grande clássico, estava na setlist, mas infelizmente não foi executada.
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Uma certa cantora dinamarquesa vem ganhando os holofotes nos últimos anos, o nome dela: Karen Marie Aagaard Ørsted Andersen
Mais popularmente conhecida como Mø. A moçoila loira de olhos claros com seus trajes simplórios e voz afinada cantou seus sucessos, e foi bem performática no palco Axe. O horário acabou confrontando com o do TWO DOOR CINEMA CLUB, mas não foi empecilho para muitos prestigiarem a apresentação. Conversou com o público e derreteu o coração dos fãs mais devotos, que exibiram cartazes de “MØzão”, cheio de mimos. Além da oportunidade dos fãs que estavam na grade tiveram a sorte de abraça-la quando por várias vezes ela desceu até o fosso do palco. Afirmou que estava contente por estar no Lolla, arrancando gritos eufóricos. Mas foi no final que seus hits fizeram todos dançar mais com ‘Don’t Wanna Dance’, ‘Kamikaze’, ‘One More’. Encerrou com ‘Final Song’, ‘Don’t Leave’ e Lean On’.
THE WEEKEND
Abel Tesfaye, mais conhecido como THE WEEKEND esquentou a noite de domingo que começava a esfriar, encerrando os shows do palco Ônix. Seu som R&B alternativo, dançante e contemporâneo com pitadas de hip hop fez arrepiar a multidão presente desde o mais próximo da grande até quem estava lá no alto da colina. Sucessos como ‘Starboy’ e ‘False Alarm’ já mostravam o que viria a seguir.
Muito autêntico e dono de si, não precisou de ornamentos gigantescos no palco ou efeitos pirotécnicos pra chamar o público pra si. A plateia estava ganha com tamanha técnica vocal, carisma e performance do artista, que corria pelo palco, gesticulava sem perder o fôlego. Hits ‘Wicked Games’ ‘Secrets’ ‘I Can’t Feel My Face’, ‘I Feel It Coming’ e ‘The Hills’ divertiram não só a galera, como também eram mostrados vários artistas no telão presentes no festival.
THE STROKES
Pela segunda vez no país, um dos principais grupos nova-iorquinos da história do rock alternativo, essa turma comandou o encerramento de mais uma edição do evento. Passados 10 minutos do horário programado, o vocalista Julian Casablancas, acompanhado de Albert Hammond Jr., guitarrista, Nick Valensi, guitarrista, Nikolai Fraiture, baixista e Fabrizio Moretti – o baterista brasileiro-, subiram ao palco. Raras são às vezes em que uma banda em turnê toca na íntegra algum importante disco de sua carreira… mas o grupo tem um aclamado disco “Is This It” que de suas onze músicas, teve nove executadas, ao qual agradou muito os fãs.
Abriram com ‘The Modern Age’ e ‘Soma’ acompanhadas de uma garoa que logo foi embora – só deu tempo de alguns vestirem suas capas de chuva e logo ter que tirarem. Os hits ‘Someday’, ’12:51’, ‘Reptilia’ para citar só alguns. O foco foi o primeiro disco, alternando com algumas músicas mais recentes, como ‘Threat of Joy’ do EP “Future, Present, Past”. Palco com pouca luz, quando não era muito escuro, Julian conversava bastante, mas na maioria das vezes era com seus companheiros de banda. Ainda bem que os fãs de longa data já sabem da performance do frontman, sem muito calor. Num setlist com 17 músicas, encerraram a primeira parte com o petardo ‘Last Night’ e no bis ‘Heart in a Cage’, ‘80s Comedown Machine’ e ‘Hard To Explain’. A empolgação era mais do público e principalmente dos fãs devotos que aguardaram ansiosos por um show do grupo em solo brasileiro.
Por Sara Ferrer e revisão de Paula Alecio do Imprensa do Rock