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Sobre Harry Styles e as carreiras solo da música pop


Harry Styles desponta como um talento promissor na música pop. Mas nem sempre foi assim com ex-integrantes de boybands…

Nas últimas semanas, Harry Styles quebrou o YouTube com o lançamento de ‘Sign Of The Times’, seu esperadíssimo single individual, e participação no Saturday Night Live. Após o hiatus da boyband britânica, oficializado no ano passado, o maior ex-One Direction que você respeita está prestes a lançar, em fim, o primeiro trabalho solo de sua carreira – um álbum homônimo que deve deixar a velha zona de conforto do grupo pop e abraçar um novo público com as influências de David Bowie, Freddie Mercury e Pink Floyd. Com um estilo mais melancólico, boas colaborações e um pézinho no rock n’ roll, o jovem Styles vem mostrar que não mereceu música-indireta de Taylor Swift à toa, afinal: o disco solo do cantor contará com dez faixas, virá acompanhado de uma versão em vinil, terá um livreto de 32 páginas com imagens do processo de gravação e, anote na agenda, estará disponível nas plataformas de streaming até o final deste semestre.

Antes de Harry soltar as boas novas, vale lembrar, Niall Horan já tinha iniciado os trabalhos do pós-1D com a faixa ‘This Town’, que veio acompanhada de um contrato com a Capitol Records, divulgado no ano passado. Louis Tomlinson também não ficou atrás e alguns meses depois lançou ‘Just Hold On’ no palco do programa X-Factor, ao lado do DJ e produtor Steve Aoki. Não são só os três ex-membros da boyband que estão focados na carreira individual, no entanto: Liam Payne também está à todo vapor e deve seguir os passos do desertor Zayn ao fugir da sonoridade familiar da One Direction com um estilo voltado ao R&B  um trabalho ainda sem single ou data de lançamento, mas, ainda assim, já esperado pela industria e pelos fãs. Que os quatro rapazes, escolhidos e treinados por Simon Cowell, são indiscutivelmente talentosos e que o trabalho à frente da One Direction, uma das maiores boybands da história, não deixou a desejar, nós já sabemos – assim como sabemos que, algumas vezes, para cada Jackson 5 que se despede, só um Michael Jackson permanece para contar (e continuar) a história.

Assim como a 1D, vários grupos musicais se desintegraram ao longo dos anos – alguns com hiatus eternos e outros com despedidas inesperadas, que pegaram os fãs de surpresa. Tal como Harry Styles e os companheiros, vários desses músicos buscaram a carreira solo em seguida – seja como forma de realização, ego, talento, paixão ou pela tentativa desesperada de se manter sob os holofotes. Mas nem todos conseguiram um lugar ao sol…

Justin Timberlake, o único sobrevivente da extinta N’Sync

Justin Timberlake é um grande exemplo de sobrevivência pós-naufrágio na música pop. A velha N’Sync nasceu do sucesso dos Backstreet Boys, lá em 1995, e não demorou a se tornar uma das queridinhas do público, com hits – entre eles a eterna Bye Bye Bye’ – que se tornaram verdadeiros hinos da década. Durante pouco mais de sete anos, JC, Lance, Joey, Chris e Justin pareceram companheiros inseparáveis à frente da boyband, que vendeu mais de 50 milhões de discos em seu período de atividade, ilustrou capas de revistas e lotou shows país afora. Se fez tanto sucesso (e acreditem, ela fez), fica a pergunta: por que acabou assim, tão de repente?

Em 2001, com o lançamento de ‘Celebrity’, ficou evidente para crítica e público que aos rapazes da N’Sync cantavam em função de Timberlake, membro que interpretava a maioria das canções sozinho. O notável desgaste do grupo fez com que, em abril do ano seguinte, os rapazes anunciassem um hiato – pausa esta que, no fim das contas, nunca acabou. Se sentindo preso aos companheiros e sonhando com vôos mais altos, Justin lançou carreira solo em 2002, sem nenhuma menção de retorno à boyband. O fim oficial do grupo permaneceu velado até 2007, quando Lance foi a público dizer o que, àquela altura, todo mundo já sabia: a N’Sync estava oficialmente acabada e Timberlake seguiria brilhando sozinho.

Com o fim do grupo, Lance Bass tentou ser astronauta, mas não conseguiu ir à lua por falta de dinheiro. Nos anos seguintes ele se assumiu homossexual, namorou um modelo brasileiro, se casou com um artista e fez pequenas e esporádicas participações em séries e filmes de menor destaque. Enquanto isso, Joey Fatone se afastou da música e participou de uma edição do ‘Dança dos Famosos’ gringo, além de investir em algumas pontas como ator e trabalhar como anfitrião nas versões americana e australiana do programa ‘The Singing Bee’, exibido na NBC.

Chris Kirkpatrick, o membro mais velho do N’Sync, foi um dos poucos que seguiu carreira solo, sem sucesso. Chris tentou trabalhar com três bandas, dublou um personagem no desenho ‘Padrinhos Mágicos’ e em 2006 resolveu participar de um reality show de bandas no VH1. A má sorte na música também acompanhou JC Chassez, que chegou a lançar um álbum solo em 2004 e abrir a turnê de Britney Spears na Europa, mas não vingou. A saída da Jive Records impediu o lançamento de um segundo disco e JC passou a investir nas colaborações musicais, sem nenhum hit de peso. Em contrapartida, Justin Timberlake taí: bem casado, ator de Hollywood, artista premiado, parceiro musical de Jay Z, papai de primeira viagem, galã, hit maker de primeira e colecionador de feats

Nicole, a única integrante do Pussycat Dolls que você conhecia pelo nome

A Pussycat Dolls foi uma das maiores girl bands dos anos 2000, com hits como “Don’t Cha”, “Buttons”, “When I Grow Up” e “Wait a Minute” – músicas que, vamos combinar, tocaram em toda balada de respeito entre os anos 2005 e 2009. O grupo surgiu através da coreógrafa Robin Antin, que o fundou como trupe burlesca na metade da década de 90 em Los Angeles. As seis garotas acabaram conquistando seu espaço no cenário pop e, em 2005, já sob o selo da Interscope Records, explodiram com o lançamento do álbum “PCD”, ficando internacionalmente conhecidas…

Ou quase isso.

A vocalista Nicole Scherzinger sempre foi o triunfo e a maldição das Pussycat. Foi ela quem assumiu os vocais de maneira surpreendentemente competente, ela que fez as músicas bombarem nas rádios, ela que fez o grupo deslanchar e, anos mais tarde, ela que abandonou o barco quando percebeu que não precisava das outras. Nicole ofuscou as demais integrantes de tal maneira que, depois de quase sete anos de atividade e incontáveis hits, seu nome foi o único a ficar verdadeiramente conhecido. Ela era o rosto, a voz, a alma das Pussycat Dolls – e, sabendo disso, abandonou o grupo para investir na carreira individual. Nicole emplacou uma série de colaborações, com gente humilde como Rihanna e Will Smith; lançou o primeiro álbum solo em 2007; flopou alguns (ou melhor, vários) trabalhos porque ninguém é perfeito e descobriu, no fim das contas, que sua especialidade e mina de ouro não estava no estúdio, mas nas cadeiras do juri em reality shows.

Em 2013, anos após sua saída da girl band, Nicole foi eleita a artista do ano pela Harvard University. O título, no entanto, tem pouco a ver com a música propriamente dita: o que mereceu a premiação foi mesmo a contribuição da cantora para as artes cênicas, seu apoio às pesquisas contra o câncer de mama e as iniciativas sociais para adultos e crianças com necessidades especiais. Uma celebridadezona da p@$&%, com dois álbuns solo (um deles arquivado) de crítica um tanto quanto negativa, mas com uma pancada de marcas e bons trabalhos em seus nome.

Mas e as outras cinco garotas, vocês perguntam? Ashley Roberts fez um conjunto de participações na TV, lançou singles para um disco que nunca saiu do papel e o mais longe que foi, em seus anos de pós-Pussycat foi o vice campeonato em um reality show gringo de sub-celebridades.  Kimberly Wyatt saiu do grupo em função da pouca visibilidade que tinha e, individualmente, continuou tocando trabalhos de menor expressividade. Kim foi jurada em programas de dança e também focou, por algum tempo, em seu disco solo, sem muito sucesso.

Melody Thornton lançou o primeiro disco individual em 2012 e chegou a performar em premiações de menor relevância em Nova York, sem, contudo, conseguir uma carreira solo de peso. Outra que saiu do grupo ferida, expondo um lado polêmico de Nicole, foi Jessica Sutta, que fez colaborações bem sucedidas com outros artistas, mas não conseguiu emplacar uma carreira solo. O caos de Jessica foi tanto que a ex-Pussycat divulgou segundo álbum sem ter lançado o primeiro, engavetando projetos em função de mudanças repentinas de visual, postura e pontos de vista. Ela é tão instável que mudou até o nome artístico, que passou a ser J Sutta.

Falemos, então, de Carmit Bachar, a Pussycat ruiva – uma carreira solo resumida a um álbum, um EP, um single e algumas colaborações de menor destaque, como o trabalho de backing vocal para a cantora Macy Gray. O trabalho de Carmit nos palcos pode não ser tão expressivo, mas o trabalho fora dele merece atenção tanto quanto os feitos de Nicole no show business: a ruiva é fundadora da ONG Smile With Me, que cuida de crianças e adultos que nasceram com o labio leporino. Engajada, Bachar também é a embaixadora da Operação Sorriso, que ajuda crianças com deformidades faciais do mundo inteiro. Ela pode não ser lá tão famosa… Mas é ou não é uma querida?

Desculpe, Jacksons, mas só havia espaço para um rei do pop

A Jackson 5 foi um dos maiores sucessos da gravadora Motown, que lançou vários nomes de peso na era da música disco. Com a saída do membro caçula, lá por 1984, o grupo viu poucas chances de continuar na estrada e, por algum tempo, cada Jackson seguiu um caminho diferente. Vamos às apresentações?

Jackie Jackson abriu uma gravadora em 1989 para tentar emplacar a carreira do filho, o rapper DealZ. Se a música não o fez voltar ao estrelato dos anos passados, os tablóides, pelo menos, tentaram: Jackie voltou dos mortos após um escândalo das revistas de fofoca, que denunciou seu caso com a cantora e coreógrafa Paula Abdul. Quem também abandonou o posto de cantor foi Marlon Jackson, que mirou mesmo no setor imobiliário e na vida em família, sem deixar, contudo, de investir no Black Family Channel, canal a cabo direcionado à comunidade negra.

E o nosso amigo Randy Jackson, que criou a própria banda de R&B mas, que conseguiu de uma flopada gigantesca, e lançou um único álbum? O Little Randy acompanhou sua carreira ruir de maneira tão orgânica que traumatizou: o substituto de Jermaine largou a música e passou a viver de conserto de carros, enfrentando uma grave crise financeira. O favorito do papai Joseph, Tito Jackson, foi o único que continuou na música, mesmo sem jamais ter conseguido o mesmo alcance, ou nada remotamente parecido, da Jackson 5. Tito lidera uma banda de jazz e blues que tira entre 500 e 1500 dólares por show.

Falemos, então, de Jermaine Jackson, que lançou carreira solo ainda nos anos 70, mas depois de tantos trabalhos inexpressivos, percebeu que seu nome sobreviveria, apenas, da nostalgia do Jackson 5 e de sua arvore genealógica. Com a recepção morna de seus trabalhos individuais, Jermaine tratou de lançar uma série de televisão sobre a vida da família Jackson, mas nem isso o emplacou como um artista relevante. No fim das contas, nem os escândalos – entre eles o casamento com a ex esposa do irmão, Randy – lhe trouxeram fama o suficiente, de modo que Jermaine acabou se convertendo ao islamismo, mudando de nome e apoiando seu novo estilo de vida a um casamento.

Todos os Jacksons ficaram à sombra do sucesso estrondoso de Michael Jackson, o mundialmente aclamado rei da música pop. Michael chegou a um patamar tão surreal de fama e acumulou tantas polêmicas em seu nome que se tornou recluso – pelo menos até que a morte do cantor, em 2010, abrisse novamente as portas do rancho Neverland e jogasse, mais uma vez, seu nome para os holofotes. Os irmãos de Michael se apoiavam tanto nele que, após sua morte, aproveitaram o destaque da mídia e o luto internacional para voltar aos paços, agora com um grupo de nome “The Jacksons”. Se deu certo? Bem, adivinhem…

Por onde anda Andrew Ridgeley?

A morte de George Michael no ano passado, com todas a homenagens que relembraram sua carreira e trajetória icônica, trouxeram, depois de 30 anos, o extinto Wham! de volta aos holofotes. A lembrança do duo reunido, com todo o modelito nostálgico dos anos 80, traz um questionamento inevitável: o que aconteceu com Andrew Ridgeley?

Enquanto George emplacou uma carreira solo cheia de bons momentos, seu parceiro, Andrew, colocou uma pedra na vida de cantor e resolveu tomar outro rumo. A vida lhe trouxe algo que os fãs jamais teriam imaginado: uma prancha de surf, uma fazenda no interior da inglaterra e a bandeira ambientalista. Hoje Andrew aproveita a vida fora da música com a esposa e, mesmo com o sucesso absoluto do Wham! e a publicidade gratuita que ganhou com a morte de Michael, não tem planos de voltar aos palcos novamente.

A maldição dos Backstreet Boys, o grupo mais anti-carreira solo que você respeita

Juntos, os Backstreet Boys formam a boyband mais longa da história, segundo o Guiness Book: são mais de 20 anos de estrada, oito álbuns de estúdio, 12 turnês, milhares de seguidoras escandalosas e uma média de 130 milhões de discos vendidos – um feito e, sobretudo, uma paciência para poucos. Ao contrário da sorte que acompanha os cinco integrantes em conjunto, desde 1994, o cenário da música pop não foi generoso em suas tentativas de carreira solo. Os meninos da rua de baixo, deram o melhor de si para brilharem individualmente, cada um a seu tempo, sem sucesso. Eles nasceram para a boyband e na boyband permanecem.

Em 2006, Kevin Richardson anunciou seu desligamento do grupo para se dedicar à faília e a projetos solo. A dedicação à família foi tanta que dois espermatozoides de Kevin foram convertidos em bebês, mas a carreira solo, por outro lado, nunca viu a luz do sol. Em 2013 foi anunciado que ele voltaria à banda, onde permanece até os dias de hoje, firme e forte. Enquanto Kevin não conseguiu emplacar nem mesmo um single solo, AJ McLean foi ousado e lançou um disco inteiro. Pena que não foi bom. Intitulado “Have It All” e lançado em 2010, o álbum de Mcfoi tão mal nas vendas que o cantor não investiu em um segundo trabalho, se contentando com o trabalho em grupo. Howie Dorough também lançou um trabalho individual – lançado no Japão! O disco “Back To Me” estreou primeiro em terras orientais e foi divulgado, no restante do mundo, no final do mesmo mês – mas foi péssimo em ambos os lugares.

Faltam dois Backstreet Boys – os únicos com potencial real para ter sido o próximo Justin Timberlake do cenário pop, o que, como sabemos, não aconteceu.  Brian Littrell lançou o um álbum gospel em 2006, que conseguiu críticas variadas, mas não teve muito destaque. O galã do grupo, Nick Carter também não foi muito longe: o loirinho até lançou alguns singles medianos, mas não chegou nem perto do sucesso alcançado com o resto do grupo. Por esssas e outras, independente das idas e vindas, não há dúvida: os meninos da rua de baixo estao fadados a ficar juntos.

O destino cruel do grupo Five: do luxo ao lixo na música gringa

Vocês lembram da boyband Five? Depois de bombar no fim da década de 90, com um sucesso explosivo, mas relativamente passageiro, o grupo percebeu, em fim, que era hora de se despedir. O processo de desmembramento da banda começou logo após a apresentação no Rock In Rio, quando uma crise emocional de Sean Conlon o fez abandonar a Five de maneira repentina. Os demais integrantes não tiveram outra saída senão anunciar o fim do grupo, mesmo tendo segurado a informação durante dias por ordem da gravadora, que esperou até o último minuto que tudo não passasse de um mal entendido. Uma reunião da Five aconteceu em 2006 e durou alguns meses, mas a época já havia passado: a banda logo voltou para o mesmo poço de esquecimento no qual entrou no final de 2001. Uma nova reunião voltou a acontecer em 2014, afinal, nenhum dos integrantes tinha talento suficiente para navegar sozinho. Conlon, aliás, tentou participar do The Voice britânico, mas não foi aceito pelo júri.

Por Uber7


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