No início do ano, John Mayer começou os ensaios para sua nova turnê, a The Search for Everything Tour. Empolgado por estar de volta a estrada, John postou vídeos e fotos dos ensaios que continham rostos antigos como o de Pino Paladino, Steve Jordan e David Ryan Harris e um novo rosto que chamou bastante a atenção dos fãs, o de Isaiah Sharkey.
Isaiah é um das poucas novas adições a banda que faz parte da TSFE Tour que, segundo John Mayer, é a melhor banda que já teve. Natural de Chicago, Isaiah tem apenas 28 anos e mais de 12 anos de carreira.
Como guitarrista já teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes como Corinne Bailey Rae, Brian McKnight e teve o prazer de participar da criação do Black Messiah, álbum super aguardado do D’Angelo que o rendeu um Grammy.
O John Mayer BR teve a alegria de poder entrevistar a simpatia em pessoa que é o Isaiah Sharkey e conversar um pouquinho sobre a “The Search for Everything Tour”, que virá ao Brasil em breve, seu projeto solo e suas influências.
Confira!
Você é de Chicago. Uma cidade historicamente muito importante para música e que revelou músicos incrivelmente talentosos. Como a “cena de Chicago” te ajudou como músico?
A cena de Chicago foi uma ajuda incrível para que eu me torna-se um músico. Em primeiro lugar, a cidade tem tantas cenas musicais diferentes indo do jazz, blues, R&B, soul ao gospel. Desde que comecei a tocar tive a oportunidade de estar dentro de todos esses cenários, ganhando experiência com repertório, abordagens diferentes e com a linguagem da música. Ter tantos músicos incríveis na cidade também me ajudou a estar no topo do meu jogo e profissionalismo.
Seu pai era pastor e você provavelmente cresceu com muitas influências gospel. Como sua experiência na igreja influenciou sua carreira?
Crescer na igreja foi uma grande parte do meu desenvolvimento como guitarrista e músico. Muito da música gospel tem similaridades com outros gêneros de música. Com isso dito, enquanto tinha que aprender músicas para a igreja aprendi todos os estilos musicais. Claro, eu escutava álbuns de rock, jazz, blues crescendo, mas tocar gospel me permitiu exercitar o que eu estudava em casa com esses álbuns clássicos.
Durante uma entrevista você disse que quando era criança costumava a pegar um cabo de vassoura para copiar seu tio tocando guitarra e desde então você sempre teve uma guitarra no seu colo. Além de se inspirar na banda da sua família, o que te influenciou crescendo?
Ouvir muitos discos. Meu avô era dono de uma loja de discos em Chicago na década de 80. Quando ele faleceu, meu pai ficou com muitos desses discos e naturalmente eles estavam disponíveis para mim. Eu escutava do Rock ao Jazz. A Igreja também foi uma inspiração crescendo. Tocar aos domingos pela manhã sempre foi algo grande para mim antes de começar turnês porque era como eu podia me expressar com um instrumento. Sem mencionar apresentações ao vivo de artistas que eu gostava na TV. Algumas vezes eu utilizava meus VHS de desenhos para gravar apresentações ao vivo na tv.
Você gravou um álbum em 2005 – o Skyliner – que tem a raiz no jazz. Depois dessa experiência você gravou com uma gama de artistas que vai da Corinne Bailey Rae, Brian McKnight ao D’Angelo. Você acabou de lançar uma nova música, uma versão Isaiah Sharkey de “Sunshine of Your Love” do Cream.
Por que “Sushine of your Love”?
Na realidade é uma história engraçada. Eu já gostava do Eric Clapton como guitarrista e artista. Mas… Essa música está no filme Os Bons Companheiros. Eu lembro da música tocar durante uma cena de bar quando era adolescente. E eu amava! Meio que ficou na minha cabeça desde então, haha
Como você se vê no futuro como artista?
Eu me vejo com um artista/músico que cria música verdadeira as minhas raízes. Meu principal objetivo é mover as pessoas de uma maneira positiva. Usando elementos que música clássica com uma nova abordagem e perspectiva. Eu quero dar paras pessoas esse sentimento novamente. O sentimento de amor, alegria e paz. Música que realmente fala de algo, seja sobre de ser política, amor, ódio etc.
Você tocou com o D’Angelo no “Black Messiah”, um álbum músico esperado que seguiu o Voodo que é considerado uma obra-prima. Como foi fazer parte desse projeto e qual foi o sentimento de fazer parte do “The Vanguard”?
Sim, Voodoo é um álbum incrível. Acredito que o Black Messiah seja uma continuação desse trabalho. Então o Black Messiah é uma obra-prima da sua maneira também.
Fazer parte do Vanguard é uma honra. O fato que o D’Angelo escolhe os músicos para fazer parte dessa banda, ele estrategicamente escolhe a mão cada um. Para mim o Vanguart é uma unidade especial. Não apenas no palco, mas fora dele também. Então é uma alegria.
Você atualmente trabalha com o John Mayer, um artista que é inspiração para muitos jovens que estão começando na guitarra. Para muitos deles você tem o trabalho dos sonhos. Você tem algum conselho para quem está começando a sonhar com uma carreira na música?
Eu na realidade sou um desses jovens haha. Eu sempre quis tocar com o John Mayer. Mas eu diria para eles continuarem crescendo musicalmente e como pessoa. Você pode ser ótimo com seu instrumento mas uma pessoa desagradável sem ele. Então é importante que as pessoas possam te curtir como pessoa o tanto, se não mais, quanto curtem enquanto você toca. Ser consistente e profissional também é fundamental. Aprenda a música e seja detalhista com ela. E sem dúvida aprenda sobre o mercado da música. É um componente vital!
Você estava tocando com um artista com muitas influências R&B/Soul e agora você faz parte de uma banda “pop”. Quais são as semelhanças e diferenças de estar nessas bandas?
Bom, a música. Tudo tem basicamente a mesma base. Eu penso que a quantidade de detalha na produção é diferente. E também a equipe em uma situação “pop” é muito maior. Os locais são maiores dentro dessa situação também.
Você já passou por diversas com a The Search for Everything Tour. Uma turnê que foi muito esperada pelos fãs e que veio com uma nova fórmula, onde o setlist é diferente praticamente todas as noites. Como que você se preparou para a turnê?
Quando eu fui chamado para a banda fui escutar todos os CDs que o John Mayer já tinha feito (ou pelo menos todos que achei). Tinham algumas músicas que eu já conhecia e algumas que nunca tinha escutado. Então fui ficando familiarizado com o catalogo dele. Também precisei mudar um pouquinho meus equipamentos para se encaixar na música. Isso me deu uma noção de tudo que eu precisaria saber e como fazer. Estudei com vídeos e áudios que encontrei no YouTube e na internet. Apenas para ver as abordagens diferentes dos guitarristas que já fizeram parte da banda antes de mim.
Tivemos a oportunidade de assistir ao show no Madison Square Garden em abril e o John te introduz ao público como o melhor músico da banda. Ele disse algo como “e existe sempre o melhor de nós… Isaiah Sharkey”. Como você se sentiu com isso?
É sempre uma honra e um sentimento incrível ouvir essas palavras de pessoas que você admira e cresceu ouvindo. Para mim esse foi um dos maiores elogios que eu poderia receber levando em consideração que existem tantos músicos que tocam o mesmo instrumento que eu e tocam tão bem nesse mundo que ele conhece tão bem.
John Mayer e a banda estão vindo para o Brasil tocar cinco shows que ao todo serão para mais de 100 mil pessoas. Quais são suas expectativas sobre a turnê no Brasil?
Eu amo o Brasil e já estive aí algumas vezes. Eu espero me divertir e dar as pessoas uma experiência incrível e vibrações incríveis.
Perguntas rápidas:
Música preferida para tocar na The Search for Everything Tour? Rosie
Show que mais te impressionou até agora? A maior parte da turnê!
Se você pudesse escolher um cover para tocar com o John e a banda, qual seria? Escolheria “We’re a Winner do Curtis Mayfield.
Você pode acompanhar o trabalho do Isaiah Sharkey através das suas redes sociais.
Por John Mayer BR