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Rock In Rio 2017: Os encontros do palco Sunset no segundo dia


Após uma estreia comandada por mulheres e sustentada por momentos de surpresa e emoção, o segundo dia do Rock In Rio 2017 evidenciou a força e a personalidade da nossa música.

Enquanto os convidados estrangeiros ainda se preparavam pra arrasar no palco Mundo, o público na Cidade do Rock era abastecido por doses generosas de boa música “caseira”.

O QUARTETO FANTÁSTICO DE JOÃO DONATO

O primeiro grande show do dia foi a homenagem ao músico João Donato no palco Sunset, que contou com as cantoras convidadas Lucy Alves, Emanuelle Araujo, Tiê e Mariana Aydar.

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Créditos: iHate Flash / foto divulgação

O primeiro destaque do tributo foi Lucy Alves. Acompanhada de seu acordeom, a paraibana se mostrou super confortável com toda a atenção que conquistou pra si, sem deixar de interagir com suas colegas no palco – uma interação, aliás, que deu um toque intimista e despretensioso pro show.

Em seguida, foi a vez de Mariana brilhar. Interpretando duas músicas, ela não deixou a peteca, levantada por Lucy, cair – principalmente após inserir um “fora Temer” nos versos de “Emoriô”, o que levou os presentes a loucura e aquecidos para Tiê e Emanuele, que vieram logo em seguida.

Com um setlist composto de canções assinadas pelo anfitrião João Donato, o show foi encerrado com uma incrível apresentação de “A Paz” apresentada pelo quarteto. No final das contas, quem conferiu as meninas certamente saiu com a certeza de que a nossa música continua fresca, atemporal e com muita personalidade.

RAEL E ELZA

Escalada bem em cima da hora após o cancelamento de Charles Bradley, a apresentação de Rael e Elza Soares sucedeu a maravilhosa passagem do Blitz pelo palco Sunset, e já pode ser considerada sem dificuldade como uma das mais emblemáticas dessa edição. O rapper em ascensão apresentou várias canções de sua autoria, mesclando faixas conhecidas entre os seus fãs mais assíduos e hits que estão na boca de todo mundo, como “Envolvidão”.

O público ainda estava bastante envolvido por Rael no momento em que ele chamou ao palco a sua ilustre companhia, que seguiria o show com ele dali em diante. No seu já conhecido trono (em todos os sentidos), Elza Soares surgiu no palco Sunset causando um alvoroço beirando o nível ensurdecedor. Em apenas quatro músicas, ela mostrou pro que veio e provou que nenhuma plateia é grande o suficiente para intimidá-la. Muito pelo contrário: em todo o momento, o público a recebeu de braços abertos e a companhia de Rael nos beats foi a cereja do bolo. Destaque também para o momento onde o rapper expressou o seu pró-feminismo através de sua interação com o público logo após a performance de “Maria de Vila Matilde”.

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Créditos: iHate Flash / foto divulgação

Mas Elza não deixou o palco sem antes cantar a faixa-título de seu premiado álbum “A Mulher do Fim do Mundo”. Novamente acompanhada dos beats de Rael e do coro empolgado e emocionado da plateia, ela finalizou a sua passagem pelo festival de forma, como já mencionado antes, emblemática.

​DOSES GENEROSAS DE ATITUDE

Grande estrela da noite, Miguel encerrou a sequencia de shows no palco Sunset com todos os atributos que o ajudaram a se consagrar como um dos artistas R&B mais relevantes da atualidade.

Com a sensualidade que já conhecemos e um carisma além das expectativas, ele apresentou um set generoso com seus maiores hits, entre eles “Sure Thing”, “Coffee” e até mesmo a recém divulgada “Shockandawe”. Próximo ao fim, Miguel chamou o nosso Emicida ao palco para dar o ar de sua graça, o que rendem a primeira performance ao vivo da novíssima “Oasis”, dueto dos caras lançado ontem, dia 15, nas plataformas digitais. Pra finalizar e deixar todo mundo com um gostinho de quero mais, o mega hit “Adorn”.

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Créditos: iHate Flash / Foto divulgação

Encontros assim são de extrema importância para conscientizar o público (ou reforçar a ele) que a nossa música não precisa seguir moldes estrangeiros. Ela é poderosa e autêntica por si só. E quando forças são combinadas para mostrar isso, o resultado fica ainda mais evidente e gostoso de consumir.

Quem apostou no Sunset, não saiu decepcionado. Pra quem é fã de música brasileira, foi interessante ver misturas inusitadas e perceber o quanto que nossos ritmos se correlacionam tão bem entre si. Já quem não é, bem… Certamente mudou pelo menos 1% sua percepção sobre ela.

Por João Batista (Maze) para Midiorama


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