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Carismáticos, Arcade Fire domina público na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro


Quem tinha alguma dúvida de que o show da banda seria inesquecível, ontem mudou de ideia

Catártico. A sensação durante o decorrer do show do Arcade Fire é de purificação. Depois de uma sequências de acontecimentos negativos, como as resenhas medianas / negativas do álbum Everything Now, arenas vazias e saída do empresário de longa data, Scott Rodger, além da mudança do local do show da Jeunesse Arena pra Fundição Progresso (devido a baixas vendas), até o maior fã estava com um pé atrás.

Aparentemente estes acontecimentos serviram de combustível para que o Arcade Fire mostre, mais uma vez, que são uma das melhores bandas alternativas em atividade. Tanto em repertório como em performance. Era visível o quão felizes e deslumbrados a banda estava com o feedback do público. Depois de darem entrevistas falando que o povo brasileiro canta até os riffs das músicas, Win se aproveitou e pedia para o público cantar cada riff, cada refrão, cada instrumento, sempre que possível, sempre com uma resposta muito positiva do público. As luzes foram um show à parte. Diferente da tour “Reflektor”, onde contávamos apenas com quatro grandes espelhos na parte de trás do palco (sem as dezenas de pequenos espelhos como teto) e torres de luzes, nesta turnê eles trouxeram o palco completo (mas não 360) que consiste em dois enormes telões que ficam na parte superior do palco, de forma diagonal, além das torres de luzes e um globo de luz bem no meio da pista. A sincronia das luzes era precisa e os vídeos nos telões pra cada música acrescentava muito mais a experiência.

O setlist também teve um ganho considerável. Ganhou quase uma hora em relação a turnê “Reflektor”, chegando a 24 músicas (na turnê “Reflektor”, 18), estas muito bem distribuídas, passando cinco álbuns do grupo.

‘My Body is a Cage’, com uma luz surpreendente, Suburbs, com cenas do curta dirigido pelo Spike Jonze no telão, ‘Tunnels’, ‘Power Out’, ‘Rebellion’, ‘Reflektor’, ‘Creature Confort’, que funciona muito bem ao vivo, e ‘Afterlife’, com o Win correndo em volta da arena, foram os pontos altos da noite, enquanto as novas ‘Peter Pan’ e ‘We Don’t Deserve Love’ esfriaram levemente a performance.

Com tweets dos membros da banda mostrando muita gratidão, com certeza não foi um show memorável apenas para o público. Nunca vimos o registro do Win Butler tão deslumbrado quanto vimos ontem.

Por Arcade Fire Br


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