É tanta inspiração, composições e formas de se expressar, que Gustavo Bertoni, vocalista da banda Scalene, lançou seu segundo disco solo. ‘Where Light Pours In’ chegou na última sexta-feira (17) em todas as plataformas digitais e em formato físico pelo Slap, selo da Som Livre.
A carreira do compositor começou quando tinha apenas 9 anos de idade, sendo uma forma de expressar o recente falecimento do seu avô. E neste segundo trabalho, traz referência de folk e roots rock é uma conexão de suas primeiras influências musicais (artistas que seus pais ouviam) com os compositores contemporâneos, como Sufjan Stevens.
“O processo foi realmente um exercício de auto-análise e auto-crítica em que estava tentando encontrar respostas para mim, esperando que, de alguma forma, aquilo pudesse servir a quem ouvisse”, conta Gustavo.
Contando com 10 faixas, o disco tem “Bluebird” como canção de abertura. Trata-se de uma citação à “Blackbird”, que apareceu pela primeira vez no “White Album”, dos Beatles, em 1968. Em seguida, a faixa-título aborda como alguns olhares externos influenciaram na vida do artista e também o fizeram perceber por qual caminho gostaria de trilhar. “Apathy Dance” vem com refrão enérgico, enquanto “Be Here Now” traz leveza e sofisticação ao repertório com questionamentos existenciais. “In The Long Run” é construída encima de um groove firme e despretensioso e teve como inspiração a relação de Gustavo com os outros integrantes da banda Scalene, que segue em turnê com o disco magnetite (e com Gustavo nos vocais, claro!).
“Snake Charmer”, “Unsheltered” e “Vain” são as músicas em que o cantor e compositor mais se expõe, sendo que a terceira traz uma pegada de roots rock, buscando as origens do gênero, seja no folk, blues ou na country music. “Foi interessante me permitir vulnerável e notar que nela me fiz mais livre e presente, não inseguro”. “Wanderlust” é a dose romântica do roteiro, que se completa com a psicodelia de “Great Green Grass”. Gravado de forma bastante pessoal, Gustavo gravou violão, guitarra, baixo e teclados; contou com a produção do grande amigo Samyr Aissami, que também toca bateria e percussão no registro.
“Acho que faz bem termos momentos para olharmos onde escondemos coisas de nós mesmos, para, em seguida, poder entender que são nestes pontos que devemos deixar a luz entrar”, completa Gustavo.
Por Neto Martini (E aí, POP)