Em sua primeira edição, o Queremos! Festival – aposta da iniciativa de mesmo nome, que promove shows por intermédio dos fãs – desembarcou na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, durante tarde e noite do dia 25 de agosto.
O lineup contou com 12 nomes nacionais e internacionais do pop e rock alternativo em um espaço que, mesmo com dois palcos e iniciativas de marcas como Doritos e Deezer, comportou bem o número de pessoas presentes, que não se intimidaram com a tarde nublada e com as ameaças de chuva.
Com os portões abertos às 14h, o festival começou muito bem no Palco Azul, com a energia de Letrux, que teve um dos discos nacionais mais acalmados de 2017, “Letrux em Noite de Climão”. Com sua característica vestimenta vermelha e muita atitude no palco, a cantora entoou músicas como “Que Estrago” e “Noite Revival”. Por fim, atendeu uma longa fila de fãs no meio do festival, que se mostraram empolgados para conhecer uma das revelações do último ano.
Em seguida, no Palco Rosa, o cantor Rubel, um dos nomes que conquistaram mais espaço na cena alternativa recente, fez uma apresentação íntima, à frente do palco com seu violão. Vestindo uma camisa da Argentina, o cantor apresentou canções como seu maior sucesso, “Quando Bate Aquela Saudade”, e arrancou aplausos.
A cantora Xênia França, no Palco Azul, se apresentou logo depois, e fez uma apresentação extremamente vibrante. A baiana apresentou faixas do disco “Xênia”, do ano passado, e se mostrou empolgada por sua presença no festival, contagiando o público, que não parava de crescer.
Mas deu para perceber o tamanho da dimensão do novato festival minutos antes de começar o show do Boogarins – uma multidão aguardava em frente ao palco Rosa. A banda de rock psicodélico mesclou canções do álbum “Manual” (2015), como “6000 dias”, com faixas de seu álbum mais recente, “Lá Vem a Morte”, do ano passado, como “Corredor Polonês”. Em meio a muitas luzes, o grande público que assistia à banda entrou em êxtase.
A tarde nublada deu espaço à noite, com a presença de ionnalee no palco Azul. O projeto (em letra minúscula mesmo) da cantora sueca Joana Lee trouxe uma apresentação bem colorida e repleta de emoção, mesmo para quem ainda não a conhecia. Dois dias antes, ela fez sua primeira apresentação no país em São Paulo, no Cine Joia, onde também cantou faixas de seu outro projeto, iamamiwhoami.
E uma das atrações mais aguardadas da noite fez um show super bonito. O cantor americano Father John Misty apresentou faixas como “Mr. Tillman” e “God’s Favorite Customer” para um público que cantava suas músicas com toda força – o setlist teve pouco mais de 20 músicas. Foi uma vibe mais tranquila do que as apresentações anteriores, mas, logicamente, não menos importante.
O Animal Collective fez um show mais experimental, ligado ao perfil da banda. Uma curiosidade é que o vocalista Panda Bear é, de certa forma, bastante ligado ao Brasil. Em entrevista ao G1, Panda Bear disse que ouve música brasileira desde os 11 anos, quando ganhou uma fita com músicas de João Gilberto. Além disso, o cantor também ouve Caetano Veloso.
Já a agitação foi constante no show do Rincon Sapiência, de volta ao Palco Rosa. A apresentação foi super colorida e o cantor puxou vários funks, levantando o público, que o aplaudia constantemente. Apesar da apresentação ter sido agitada do início ao fim, “Ponta de Lança”, seu grande sucesso, fechou o show com chave de ouro.
E falando em animação, o BaianaSystem – que sempre está com o pique lá em cima – transformou o espaço abaixo do palco Azul em uma roda gigante. O clima era tanto que até o vocalista Russo Passapusso subiu nas caixas de som do pit do palco. Uma das músicas mais famosas da banda, “Playsom”, também encerrou a apresentação do grupo. Era difícil ver quem não estivesse suando após o fim do show.
Fechando a noite, o trio australiano Cut Copy se apresentou no Palco Rosa, começando a apresentação com uma de suas canções mais conhecidas, “Need You Now”, de 2011. Seu rock mais experimental se fez presente nas 11 faixas apresentadas, como a última “Lights and Music”. Por fim, Selvagem e Nepal permaneceram no palco e encerraram 14 horas de festival com muita música eletrônica.
Em geral, a primeira edição do Queremos! Festival foi bem organizada. O horário intercalado dos palcos, que eram bem próximos um do outro, facilitou a locomoção e a atenção plena a uma única atração. Quase não tinham filas para comprar bebidas ou comidas – porém, os food trucks para a retirada dos alimentos estavam bem cheios. De qualquer forma, a organização do evento foi muito boa e, com certeza, há de se esperar uma nova edição ano que vem. Será que vai ser ainda maior?
Foto por: Mariana Gomes
Por Luciana Lino