Durante seus 35 anos de estrada, o Metallica não teve muitas mudanças em sua formação. Os fundadores James Hetfield e Lars Ulrich sempre permaneceram como vocalista-guitarrista e baterista, respectivamente. A outra guitarra, originalmente de Dave Mustaine, só trocou de mãos uma vez, quando Kirk Hammet veio do Exodus e assumiu o seu lugar em 1983. O baixo do Metallica, entretanto, foi responsável pela maioria das trocas de formação da banda.
Dos quatro baixistas dos Four Horsemen, um não é tão conhecido e não costuma ser lembrado pelos fãs. Todos se lembram de Cliff Burton, considerado o maior da história do metal, com quem os quatro cavaleiros despontaram. Com diversos CDs gravados e mais de uma década na formação, Jason Newsted e o atual Robert Trujillo também gozam da fama, mas não dá para se dizer o mesmo de Ron McGovney, o baixista da formação original.
Ron McGovney já havia tocado com Hetfield em sua banda anterior, Leather Charm, e fez parte da gravação dos primeiros demos, em 1981 e 1982. Em seu segundo ano, entretanto, ele foi dispensado para dar lugar a Cliff Burton. Hetfield e Lars ficaram impressionados com a habilidade de Cliff ao assistirem sua performance pelo Trauma e, assim que o convenceram, McGovney foi dispensado.
A saída do Metallica o levou a desistir da música. Ele abandonou a carreira e vendeu todo o seu equipamento. Quatro anos depois, formou o Phantasm e voltou aos palcos. A banda durou três anos e acabou sem sequer gravar um disco de estúdio. O único material disponível é “Wreckage”, lançado em 2001 com demos e gravações ao vivo de músicas autorais, além de dois covers.
O Phantasm foi o último trabalho de McGovney. O baixista voltou aos palcos pela última vez em dezembro de 2011, durante o show comemorativo dos 30 anos do Metallica. Na ocasião, todos os ex-membros vivos participaram da apresentação em San Francisco.
Mesmo com a homenagem, a existência de McGovney costuma ser apagada da história do Metallica, como em declaração de Mustaine, em 2012: “Nós eramos um trio: James cantava, eu tocava a guitarra, Lars na bateria e nós tínhamos um baixista nessa época que trocamos pelo Cliff Burton, quem a gente realmente queria”.
Por Matheus Wenna, Foi Show