Faltando pouco mais de um mês para completar 12 meses em cartaz, o show criado pelo ABBA vom avatares do grupo já foi visto por um milhão de pessoas em Londres.
A marca foi atingida esta semana e para celebrar o momento, quem comprou ingresso para a performance entrou em uma competição para escolher o “milionésimo espectador”.
Björn também falou com a imprensa sobre o sucesso e o que podemos esperar para o futuro dos “ABBAtares”. Está claro que o espetáculo ficará em cartaz na Inglaterra ainda por muito tempo. O sueco deu a entender que, em breve, poderá chegar a outras partes do mundo.
O ex-integrante do grupo conta que cidades na Austrália, Ásia e América do Norte estão interessadas em receber o espetáculo e conversas estão em andamento, com projetos podendo ser anunciado até o fim deste ano. O tempo necessário para implementar o projeto, segundo Björn , é de cerca de dois anos.
Björn também disse que a tecnologia tem uma grande parcela no sucesso do empreendimento, mas “Existem muitos fatores envolvidos, o talento, as boas canções e tudo por trás disso. Mas há também a sorte. É preciso ter sorte para que algo funcione tão bem assim. Além de serem necessários os recursos artísticos, financeiros e assim por diante.”
Por tudo isso, o veterano disse que replicar esse empreendimento pode não ser algo tão simples. “Não creio que outra banda possa simplesmente fazer a mesma coisa e esperar esse efeito emocional que conseguimos. Não de maneira automática. Não é fácil assim.”
ABBA Voyage
O ABBA Voyage é um show deslumbrante com quatro avatares digitais rejuvenescidos das superestrelas suecas, vestindo trajes semelhantes aos do filme “Tron – O Legado”.
É uma experiência surreal e provavelmente mudará por completo a maneira como são feitas as apresentações ao vivo, seja para melhor ou para pior. Uma semana depois do show, ficou claro que os avatares, criados capturando os movimentos dos verdadeiros integrantes do ABBA, são a estrela do show. Mas a ilusão não estaria completa sem uma infraestrutura igualmente impressionante.
A arena foi projetada pela Stufish Entertainment Architects, que se baseou em sua experiência criando palcos para Beyoncé e Rolling Stones para construir o projeto em colaboração com a diretora do show, Baillie Walsh, e com os produtores Svana Gisla e Ludvig Andersson, este último filho de um dos membros do ABBA, Benny Andersson.
A arena de aço e madeira pode ser desmontada quando a turnê se encerrar (embora ainda não esteja claro o que virá após a Abba Voyage). Com capacidade para três mil pessoas, o espaço hexagonal é coberto por uma cúpula que fica a 25 metros de altura. Sua forma desempenha um importante papel na ilusão: três lados são compostos por grandes telas; nos outros três, ficam os assentos. E no centro, o palco.
Grande parte da mágica depende dessas três telas e da maneira como elas são dispostas. O formato hexagonal ajuda a encantar o público e cria uma sensação de profundidade que é crucial para a ilusão. O CEO da Stufish, Ray Winkler, compara a experiência à maneira como vemos desenhos em perspectiva.
“Quando você está na frente de uma pintura renascentista, é atraído para aquele mundo e perde a noção espacial porque a moldura ao redor se dissolve e você é, então, absorvido”, diz ele. “É exatamente isso que estamos fazendo com a tecnologia do século XXI; estamos pintando um quadro.”
O design da arena se assemelha um pouco com as várias telas de um PC gamer. A diferença é que as duas telas laterais mostram closes dos avatares conforme aparecem na tela principal. Elas reproduzem o efeito que vemos nos telões de shows tradicionais, criando a ilusão de que os avatares na tela central são, de fato, pessoas reais cantando em um palco físico.
Tudo isso é amplificado por uma produção de alta tecnologia com som surround vem de todas as direções, inclusive da banda ao vivo no palco; enquanto no teto, centenas de pequenos espelhos giratórios refletem luzes e raios laser.
Essas luzes são replicadas na tela, tornando quase impossível distinguir o que é real ou não. “Há uma fascinante mistura de digital e real. Mas o mais interessante é ver como o digital pega o conceito de palcos reais e o replica com uma camada de ilusão”, diz Winkler. “No fim do show, o público aplaude os avatares.”
Fonte: Fast Company Brasil