O Afropunk nasceu como festival em 2005 no Brooklyn, em Nova York, sendo hoje a maior plataforma de cultura negra do mundo. Já a Feira Preta, que está completando seus 18 anos em 2019, é o maior festival de cultura negra da América Latina.
Desembarcando a sua festa pela primeiríssima vez no Brasil, o Afropunk se une a Feira Preta para uma celebração ao Dia da Consciência Negra, que celebra Zumbi dos Palmares, o líder de resistência mais proeminente contra a escravidão durante a era colonial do Brasil. Zumbi foi morto em 20 de novembro por membros do exército português após um ataque ao refúgio de escravos em fuga Palmares, em 1695.
Com essa parceria histórica, a Audio, em Barra Funda, São Paulo, foi palco para BaianaSystem, Aya Bass feat. Luedji Luna, Xênia França e Larissa Luz, Karol Conka, Rincon Sapiência, MikeQ, House of Black Velvet e Aisha Mbikila no dia 19 de novembro. Enquanto Baco Exu Do Blues, CeloDut, DKVPZ, Gabz, Young Piva e Virus fecharam a programação no dia 20.
Com um olhar para o passado, presente e futuro, a celebração da festa recebeu o tema de ‘Black To The Future’, com a influenciadora Magá Moura e a cantora, atriz e performer Linn da Quebrada como mestres de cerimônia nos dois dias de evento.
A festa foi um começo de muitos acontecimentos que ainda virão. A #FeiraPretaFaz18 ainda acontece nos dias 7 e 8 de dezembro no Memorial da América Latina com uma programação artística e cultural que questiona de onde vieram, onde estão e pra onde vão a arte a cultura e o empreendedorismo preto.
Em 2020 o Afropunk fará o primeiro festival no Brasil, em Salvador. “Minha primeira pergunta antes de começar a vir para o Brasil foi ‘Onde estão todos os negros?’. Me disseram: Bahia. Então minha reação foi ‘é para onde estamos indo’”, afirma Matthew Morgan, organizador do evento. O Brasil será o quinto país a receber o Afropunk, que já é realizado, além de Nova York e Atlanta (Estados Unidos), em Paris (França), Londres (Inglaterra) e Joanesburgo (África do Sul).
Por Rebeca Dantas