No último sábado (1°), foi a vez de São Paulo receber Ariana Grande e o show da turnê Dangerous Woman. Para um público majoritariamente composto por crianças e adolescentes, a cantora fez todo mundo cantar alto, até a voz falhar, e transmitiu uma mensagem de amor a todos os presentes.
Ari subiu ao palco com um pouco de atraso, às 20h20, depois de um vídeo de 10 minutos em que aparece pedindo ao público para fazer barulho. E, como esperado, ela teve o que queria. A primeira música da noite foi “Be Alright”, que teve uma coreografia muito bem trabalhada pelos dançarinos, que não fizeram feio durante todo o show. Em seguida, veio o hit “Everyday”, seguido por “Bad Decisions” e “Let Me Love You”. Ariana não deixa nunca a desejar no que diz respeito aos vocais. Pelo contrário, ela encanta a todo instante, sem nunca desafinar, até mesmo quando dança ao mesmo tempo em que canta. Não é à toa que ela é considerada uma das melhores vozes da música pop atual, e a noite de sábado só comprovou isso para quem ainda tinha dúvidas. O segundo bloco contou com um remix de “One Last Time”, que foi cantado a plenos pulmões pelo público. Todos estavam com as letras na ponta da língua, o que tornava até difícil para ouvir a voz da Ari para quem estivesse perto do palco. Contudo, já nessa segunda parte do show, é possível perceber que Ari pouco interage com os fãs. Às vezes soltava um “obrigada, São Paulo”, mas não passou disso. Talvez seja o trauma da tragédia de Manchester, ou talvez seja o jeito dela mesmo. Fato é que isso incomodou muita gente.
Já estamos em #OneLastTime aqui em São Paulo! 🎥 @r3nanfreitas #moveconcertsbrasil #DangerousWomanTour Uma publicação compartilhada por Midiorama (@midiorama) em
Antes da cantora voltar ao palco para a terceira parte, foi exibido no telão um vídeo que traz mensagens de empoderamento feminino. Como todos sabem, a artista é feminista declarada, o que tornou o momento um ato genuíno de lembrar que mulheres são seres complexos, e que não devem ser colocadas em “caixinhas”, afinal, elas podem ser o que quiserem.
Depois, Ari apareceu em cima de uma bicicleta ergométrica cantando “Side to Side”, música feita em parceria com a Nicki Minaj. Vale dizer que o terceiro e o quarto ato são os melhores de todo o show, pois contam com a maioria dos hits que a gente ama, além de terem as canções em que Ariana pode demonstrar todo o potencial vocal que possui.
Em seguida, vêm “Bang Bang”, “Greedy” (no final da música, notas falsas com o rosto da cantora são jogadas para os fãs), a esquecida “Focus” e “I Don’t Care”. Ari sai do palco e volta para um set que possui a doce “Moonlight”, “Love Me Harder”, “Break Free” e “Sometimes”.
Um dos momentos mais bonitos da turnê acontece durante a performance de “Thinking Bout You”, quando projeções feitas no telão mostram casais do mesmo gênero se abraçando, lembrando a todos que o amor é universal, e transmitindo uma mensagem de apoio à comunidade LGBT. Ao final da música, foram acesas luzes nas cores da bandeira do Orgulho LGBT, e Ari pegou uma dada a ela, sacudiu, e a devolveu ao público.
O final do show se aproxima, mas antes, ela canta “Somewhere Over The Rainbow”, uma homenagem aos 22 mortos em seu show, realizado em Manchester, no final do mês passado. É um momento de emoção, e um em que o estádio lotado fica em silêncio.
Por fim, o espetáculo termina com o hit “Into You”, uma versão nada animadora de “Problem” e “Dangerous Woman”. Quando terminou de cantar, Ariana Grande saiu do palco dizendo um singelo “tchau”, uma hora e meia depois de pouco conversar com a galera que foi assisti-la.
Além da pouca interação com o público, a iluminação do palco era muito escura, o que dificultou quem estava longe de assistir a cantora. Os telões pouco ajudaram nesse sentido, mostrando pouco a artista, que também sumia entre a fumaça.
Ainda assim, foi um show com um recado de amor e aceitação, que são a marca da cantora, e que, com certeza, ficará na memória de muitos adolescentes e crianças que aguentaram o frio da capital paulista para ver Ari soltar seu vozeirão.
*Por Artur Francischi do Prosa Livre
