Bem-vindo ao Brasil e ao site A Ilha do Metal.
Cadaveria – Muito obrigado mesmo!!!!
A ILHA DO METAL – Se não me engano, vocês estarão com uma nova line up aqui no Brasil, agora como quarteto, seguirão assim?
Cadaveria – Sim, você está certo, porque nosso guitarrista Frank decidiu sair da banda por razões exclusivamente pessoais e ele é um homem superocupado e nos últimos anos não pode estar em alguns shows, devido a seu trabalho fixo e devido ao seu comprometimento com esse trabalho. Do mesmo jeito que muitas vezes neste ano nós tivemos que tocar com apenas um guitarrista e, claro, pedimos desculpas aos fãs por Frank não estar mais na banda, mas temos certezas que o Cadaveria com os quatro membros irá satisfazer vocês do mesmo jeito. Os shows continuam do mesmo jeito, claro que modificamos algumas músicas e, relembrando, no início dos anos 2000 tivemos quase dez anos como uma banda de quatro membros. Pelo fato de Frank não estar mais conosco, foi como uma volta ao nosso passado e às novas composições. Já estamos fazendo com uma guitarra e sabe estamos muitos ansiosos, tenho tentado organizar essa turnê nos últimos cinco anos e sempre fomos contatados por produtores e nunca tinha dado certo, por alguma razão. Agora estou feliz e este é o momento certo para estarmos com vocês do Brasil.
IM – Nós estamos muito felizes com sua vinda.
IM – Uma das perguntas que mais gosto de fazer quando entrevisto bandas de outros países: como é a cena do Heavy Metal na Itália? E como acha que coloca sua banda, o Cadaveria, em seu país?
C – É uma cena que está crescendo, tem várias bandas em todos os estilos com muita qualidade, mas infelizmente não conseguimos viver apenas de música, é impossível. Poucas bandas daqui conseguem isso, mas para nós, o Cadaveria, o que posso dizer, são quinze anos e estou na cena há 25 anos e até por isso estou comemorando muito este 2016. O fato de estarmos indo para o Brasil esse ano é um prêmio para nós. Somos felizes por tudo que fizemos e conquistamos em todos os processos de nossos discos que cada um representou um período para a banda, para nossa carreira e, claro, nesses 15 anos crescemos muito como músicos e seres humanos. E estamos preparando um EP que queremos que nossas influências nos contaminem para esse próximo registro, pois sempre tocamos o que gostamos, o que sentimos e o que queremos transmitir através de nossa música. Às vezes mais thrash, às vezes mais gótico, às vezes mais agressivos dependendo deste período que compomos nossas músicas.
IM – Nossa mágico!! Curti demais isso!!!
IM – O CD Silence foi lançado em 2014 e agora lançarão um EP com o Necrodeath. Tenho uma dúvida: este EP é um split ou as bandas tocam juntas? O que você pode nos contar sobre ele?
C – Eu não posso te falar todas as informações agora ou detalhes, mas revelaremos em algumas semanas e será uma surpresa. Foi uma grande cooperação com o Necrodeath e estamos juntos gravando e mixando. O que posso dizer é que estamos tocando como os clássicos do passado, mas ao mesmo tempo te digo soa como novo, consegue entender? (risos) Não posso te revelar mais, mas pegue as dicas que te dei.. Em alguns momentos Cadaveria está tocando sozinho, em outras partes apenas o Necrodeath tocando e nos momentos cruciais nós unimos nossas forças como nosso baterista Marcelo Santos que em algum momento ele estará cantando, teve uma cooperação muito boa e fiquei muito satisfeita com o resultado e com tudo e até tinha pensado que seria estressante, pois a música do Cadaveria e do Necrodeath são diferentes, e temos maneiras diferentes de trabalho e alguma energia consumiu bem resolvendo isso.
IM – Você, como mulher, já passou por algum preconceito ou assédio nesses anos de carreira?
C – O que posso dizer é que na Itália, Europa, América e na América do Sul é tudo igual. Se nós temos em nosso convívio pessoas estúpidas as vezes algumas pessoas dizem o que certamente deveria ser evitado, mas por sorte foram muito, mas muito poucas pessoas mesmo, e me sinto sortuda pela voz e por tudo, por isso ter acontecido pouco, e só agradeço aos fãs do Cadaveria. Se eles entendem e gostam da minha voz, da postura de palco, eu não me preocupo com isso. A idade chega, a beleza sai e o que importa na vida é a qualidade da música. E então posso te responder que não passei por nada disso. Sempre vejo como desafio e aprendizado para seguir compondo e gravando como esse EP que lançaremos em breve. Este é o desafio, como cantar um dos covers deste lançamento. Sempre tenho o respeito e fé e isso é o que importa pra mim.
IM – E prova que você é uma referência aos fãs
C – Obrigada!!!!
Hoje com a internet o público não se interessa muito por novas coisas, preferindo os clássicos, soando até preguiçoso. Como uma banda tem que trabalhar com isso para mostrar o novo material?
C – Sim, e isto acontece em nossos shows, com pessoas que querem ouvir os clássicos e, claro, nós também queremos tocar, tocamos há 15 anos e continuamos produzindo e, com isso tudo, temos que produzir e divulgar trabalhando ainda mais os novos materiais. Temos nossos managers que ficam por trás gerenciando nossa carreira, sempre após um lançamento. Independente de qual gravadora você esteja, grande ou pequena, temos que fazer divulgação com entrevistas e se após um mês também tivermos sorte, teremos o resultado esperado e esse desafio nos faz continuar sempre e a participação de toda mídia é muito importante.
Eu posso falar por mim que sempre respondo os fãs em todas as redes sociais e chega muito longe e tudo na internet é muito rápido. Se você gerencia sua rede social, mesmo todo o tempo que ocupa, é bom, mas sem o verdadeiro contato. Também quero dedicar muito do meu tempo à música a criar arte ao invés de postar uma selfie no facebook, por exemplo. Sempre quero manter contato com meus amigos e o que importa sempre é administrar o tempo de maneira que crie música.
IM – O que você quer do seu público nos shows do Brasil?
C – Sendo bem honesta, ouvimos muitas coisas ai do Brasil e sempre pensamos em segurança. Somos uma banda underground, não temos guarda-costas e sabemos que algumas partes da cidade são perigosas, mas peço para que todas as pessoas fiquem bem em nossos shows e, do outro lado, o que quero é encontrar todas as pessoas que são meus amigos, como meus amigos da Cadaveria Brasil, que nos ajudam por todos esses anos e espero que cantem muito comigo e que tenhamos bons momentos nos divertindo e que sobre algum tempo entre os shows para conhecermos as cidades que tocaremos. Penso que isso é o suficiente. Estou muito ansiosa por essa turnê….de verdade.
IM – Uma pergunta engraçada, porém cultural: Brasil e Itália são fortemente conectados, seja pelos esportes (futebol e vôlei), seja pela gastronomia. Então, pela segunda parte, perguntamos a uma italiana genuine, uma das blasfêmias que achamos que cometemos: o que acha do Ketchup na pizza?
Cadaveria – ) Ah penso que isso é uma coisa dos americanos. Pizza aqui na Itália é a massa, mussarela, queijo e molho de tomate, mas o molho de tomate é bem diferente do ketchup que se coloca na batata frita, por exemplo.
Você está me dizendo que ai no Brasil eu vou achar pizza com catchup?
IM – Então, aqui em São Paulo, além do molho de tomate tradicional, algumas pessoas colocam o ketchup como se fosse no cachorro quente. E alguns dizem que para a religião das pizzas, isso é uma blasfêmia.
C – Sim, é uma blasfêmia.. eu confirmo isso… Vou experimentar sua pizza, com certeza, sou louca por pizza e quando viajo, gosto de experimentar as comidas locais. Desta vez será um pouco mais difícil, pois há três meses me tornei vegetariana e todos falam da carne brasileira. Então a carne não irei experimentar, mas a pizza, sim, e espero que tenha muitos vegetais para um sabor novo. E, claro, cervejas.. Tem boas cervejas no Brasil?
IM – Sim, eu acho que temos, sim, boas cervejas no Brasil. Acho que vai gostar e tem que tomar caipirinha.
C – Que bom! E claro que vou experimentar!
IM – Muito obrigado, Cadaveria. Mande uma mensagem para os fãs em todos os shows.
C – Minha mensagem é venham para o show com um amigo, não venha sozinho. Vamos promover esse show, vamos divulgar, muitos nos aguardam por anos e outros ainda não sabem. Como disse antes, quero encontrar todos vocês lá e estamos preparando um grande show a todos vocês. Quero agradecer por toda a ajuda e obrigada a você por essa divertida entrevista, ao seu site, que já visitei, e a todos por ajudarem e se interessarem pelo Cadaveria.
Por A Ilha do Metal