Esqueça o “era uma vez…” e os finais felizes. “Cinza” é um musical rock n’ roll no mais amplo sentido. Embora o pano de fundo do musical possa ser identificado com um famoso conto de fadas da “gata borralheira”, que por sua vez é inspirado no conto de Rhodopis da Grécia antiga, o fio narrativo da história é apenas um pretexto para um mergulho profundo na psique humana, uma delirante metáfora onde hipocrisia, sexualidade, incongruência, frivolidades, estupidez, covardia, maldade, preconceito e ilusão costuram uma história de um universo absurdo e irônico, doloroso e cruel, que reflete os caminhos e devaneios infinitos da mente humana. Tudo costurado em um clima rock n’ roll, contado no palco por 11performers e uma afiada banda de cinco músicos.
“Cinza” tem texto, direção, músicas, letras e direção musical de Jay Vaquer, que compôs uma série de 37 canções originais e percorreu um longo caminho ao dedicar os últimos anos para sua construção. Formado pelo Teatro Escola Célia Helena, Vaquer já é um veterano nos palcos, íntimo das coxias desde a adolescência. Nos últimos anos, no entanto, dedicou-se mais à música, tendo lançado sete CDs. Jay já havia composto diversas trilhas para o teatro, mas o divisor de águas de sua carreira foi em 2000 quando viveu “Justo”, personagem principal do musical “Cazas de Cazuza” – obra seminal que marca o início da retomada do teatro musical brasileiro.
“Comecei a escrever “Cinza”, de uma forma orgânica, não racional, e eu mesmo me surpreendi com a proporção que tudo tomou. Virou um processo viciante, que me dá um enorme prazer e uma realização que eu ainda não havia experimentado” – explica ele. Criador de grandes imagens e tramas intrincadas em seus clipes e letras, Jay transportou para o palco de “Cinza” seu universo imagético: “Sou muito visual, sempre foi assim. Enquanto escrevia ‘Cinza’, eu já visualizava o espetáculo grandioso, cinematográfico. Estou bem satisfeito com o resultado”.
A equipe criativa e elenco
A cantora Jane Duboc assumiu a preparação vocal do elenco e os arranjos vocais, e todo o design de som do espetáculo ficou a cargo do consagrado Moogie Canazio, três vezes indicado ao Grammy Awards na categoria de Engenharia de Som, vencendo pelo disco de João Gilberto, “Voz e Violão”, além da indicação ao Grammy Latino pela produção de “Umbigobunker”, de Jay Vaquer. O cenário leva a assinatura de Fábio Delduque e o design de luz de Tiago Mantovani.
Consagrado na televisão por sua passagem pela MTV, e no teatro por sua participação em “Deznecessários”, além de filmes como “Os Normais 2” e “Mato Sem Cachorro”, o ator Paulinho Serraassume o papel de Jeremias, o cão falante, alter ego da protagonista.
No papel principal de C., Gabriella di Grecco, formada em Nova York pela AMDA (American Musical and Dramatic Academy) e protagonista da web-série “Lado Nix”, que havia vivido Cinderela no musical do mesmo nome, é a grande revelação do espetáculo.
Dentre os atores convidados, a atriz Maria Bia (“No Quarto Ao Lado” / “Hairspray”), protagonista do seriado “Sexo e as Negas”, vive Anne Belle Chanson. O cantor e ator Bukassa Kabenguelê, de “Carandiru”, ” A casa das sete mulheres” e “Cazas de Cazuza”, entre outros, interpreta Bóris de la Torre e Sr Chanson.
O elenco tem ainda Raquel Keller, Roberta Spindel, Juliana Viana, Andre Rayol, Yann Dufau e Kakau Berredo.
A saga de C., a trama de “Cinza”
Com uma duração de 125 minutos, “Cinza” é, mais que uma história, um delírio, um desfile de sensações e situações que povoam a mente da protagonista. C. é uma garota extremamente inteligente, estudiosa, observadora e tímida. Foi criada em um ambiente familiar complicado. Sua mãe sofria de esquizofrenia em um grau severo. Seu pai a criou como pôde, fazendo o possível para que ela não presenciasse os surtos da mãe. Com a mãe doente, o pai arruma uma amante, Emilie. Ver a família desestruturar-se diante dos seus olhos e o sentimento de impotência fez com que os primeiros sintomas da mesma doença de sua mãe começassem a aparecer, através de “amigos imaginários”.
Com o trágico suicídio de sua mãe, que se mata a facadas, C. vê seu pai tornar-se um homem apático, deprimido, que definha a cada dia e passa a ser dominado pela mulher que não é sua mãe. C. não sabe lidar com essa situação e os sintomas vão se agravando, fazendo com que ela se isole para não causar problemas ao pai. Os livros e os estudos são suas válvulas de escape. Quando o pai se suicida com um tiro, C., sem conseguir suportar a perda do seu último elo familiar, sucumbe. Em um furacão de excesso de informações e sentimentos, é arrastada para dentro do pesadelo da sua própria mente.
Nesta perturbadora viagem, C. visita tudo o que viu e viveu, deparando-se com as questões que cercam a vida humana: ódio, sexo, religião, moral, preconceito, morte, hipocrisia, poder, entre muitas outras coisas representadas por seres que são sombras do seu próprio ego. Cada encontro com uma sombra é conflituoso, pois C. se mostra justa, idealista, sonhadora. Deparar-se com um lado de si mesma que representa o completo oposto de suas qualidades faz com que ela se desconstrua, reveja e critique todos os aspectos que constroem a personalidade e as relações humanas. E tudo que ela reprime, o cão “Jeremias”, seu alter ego alucinado e alucinante, expressa com um latido.
Ao longo do caminho, C. percebe que as respostas para as suas questões não bastam e que se perdeu numa questão que não há sombra que responda: quem ela é? Nesse momento, C. nota o quão imersa ela está nesse universo. Sem mais saber o que é real e o que é irreal, C. precisa escolher se luta para encontrar a realidade ou se continua na ilusão, para encontrar a si mesma. Em sua busca sem respostas, a protagonista acaba sucumbindo e criando um universo paralelo, onde os personagens de sua vida se tornam personagens de contos de fadas.
Segundo a psicanalista Sara Buzak, “C. alterna realidade e imaginação delirante, através do seu alter ego, que representa sua voz verdadeira, sua catarse, que “late” ao longo de todo o espetáculo. Toda a trama expressa, de forma gritante, a presença de um sintoma psicossocial, o desamparo, estado de espírito propício à instalação de importantes problemas emocionais. Vaquer, neste grandioso espetáculo de estreia, nos brinda com a trajetória trágica de uma jovem cujos sentimentos mais puros, sonhos e esperanças, são ‘incinerados’ pela dor, sofrimento e desamparo. Restam-lhe as cinzas”.
Equipe de Criação
Texto, músicas, letras, direção e direção musical: Jay Vaquer
Direção de movimento, coreografias e assistente de direção: Renata Brás
Preparação vocal: Jane Duboc
Design de Som: Moogie Canazio
Design de Luz: Tiago Mantovani
Cenógrafo: Fábio Delduque
Figurinista: Carol Lobato
Visagismo: Fernando Torquatto
Direção e criação audiovisual / Projeções: Renato Pagliacci
Arranjos de base: Jay Vaquer e Renato Pagliacci
Arranjos vocais: Jay Vaquer e Jane Duboc
Fotos de Campanha, programa e cena: Renato Pagliacci
Criação Fotos de Campanha: Horácio Brandão
Comunicação e Imagem: Midiorama Entertainment Media
Equipe de Produção
Produção Executiva e Financeira: Thiago Amorim, Bianca Labruna e João Alqueire (Uma realização Zangão Entretenimento.)
Gerente de Produção: Marcela Peringer
Banda
Teclados: Anderson Junior
Bateria: Kelder Paiva
Baixo: Lancaster Lopes
Guitarra: Caio Barreto
Guitarra: Bruno Fonseca
Programações: Renato Pagliacci e Anderson Junior
Elenco
PAULINHO SERRA – Jeremias
GABRIELLA DI GRECCO – C.
RAQUEL KELLER – Emilie Chanson
ROBERTA SPINDEL – Mãe de C. / Nádia Grotescus / Fada Foda
BUKASSA KABENGELE – Bóris de La Torre / Sr.Chanson
MARIA BIA – Ana Belle Chanson
JULIANA VIANA – Gisele Chanson
ANDRÉ RAYOL – Rei Raoul II / Pai de C.
YANN DUFAU – Príncipe Raoul / Dr.Raul Cortázar
KAKAU BERREDO – Alcibíades Blake/ Razvan
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