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Compagnie Philippe Genty apresenta: “Viajantes Imóveis”


A célebre companhia francesa que transforma o palco em um mundo de sonho traz seu universo imaginário para o Rio de Janeiro e São Paulo

Há mais de três décadas a conceituada Companhia Philippe Genty é responsável por fantásticas criações multidisciplinares, nas quais mistura teatro, dança, música e marionetes. O trabalho é baseado na relação entre o corpo e diferentes objetos, e explorada através de uma linguagem visual original e tocante. As criações da célebre companhia francesa pertencem ao mundo do sonho, onde atores e bailarinos, manipulando marionetes e objetos de várias dimensões, surgem em cena tecendo histórias diante dos olhos do público.

Em julho, o mundo imaginário de Philippe Genty está de volta ao Brasil. Ele se apresenta no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dias 09 de julho (sábado) e 10 de julho (domingo), e no palco do Theatro Municipal de São Paulo, dia 15 e 16 de julho (sábado e domingo), em mais uma realização da Dell’Arte Soluções Culturais (www.dellarte.com.br). O espetáculo é Viajantes Imóveis (Voyageurs Immobiles), a história de um mágico que leva o público para algumas viagens, usando a fascinante arte do ilusionismo como seu instrumento. Para o público carioca, a apresentação de domingo acontece às 11 horas da manhã, e faz parte do projeto popular Domingo no Municipal, com ingressos promocionais a R$ 1,00.

Viajantes Imóveis (Voyageurs Immobiles)

Na criação de seus espetáculos, Genty mantém a exploração da linguagem visual que é a mais marcante característica de sua companhia, refletindo o conflito do homem contra si mesmo e onde a “cena” é o próprio ”inconsciente”.

Na forma de um sonho, o espetáculo não mostra a psicologia de personagens clássicos, “o intuito é mexer com as nossas paisagens interiores, tirar das profundezas de nossos medos essas esperanças selvagens, as vergonhas por desejos reprimidos, esses espaços sem limites, enfrentando o impossível, produzindo choques visuais”, diz Genty.

Em “Viajantes Imóveis”, o espectador deixa de ser um mero observador passivo de um drama ou de uma comédia. Ele é atraído para uma viagem através de uma série de quebra-cabeças, cada um produzindo uma impressão diferente, um eco de suas próprias perguntas ou simplesmente fazendo-o mergulhar em uma desordem inquietante.

No palco, a arte de Genty cria uma ilusão visual, onde os espectadores não sabem se os bonecos estão dando vida aos atores ou vice-versa. Com Genty, os objetos e materiais têm uma alma. Eles representam as nossas paisagens interiores, com nossos momentos de loucura, conflitos e monstros internos. Tudo é possível.

O cenário nunca é realista e está em constante mutação, a idéia, segundo Genty, “é deixar sempre o campo aberto para a imaginação do espectador”. Os personagens surgem em cena – o lugar do inconsciente – para se transformarem, evoluírem e desaparecerem.

Genty começou a imaginar o espetáculo durante uma passagem pelo deserto do Baluquistão, no Paquistão, em 1962 (vide notas abaixo).

Philippe Genty

Um dos maiores mestres do ilusionismo teatral deste século, o francês Philippe Genty, nascido em 1938, é considerado o criador do moderno teatro de fantoches em todas as suas dimensões.

Artista plástico por formação, Philippe Genty ganhou uma bolsa da UNESCO entre 1962 e 1966 para fazer um documentário sobre as várias manifestações do teatro de fantoches no mundo, quando percorreu lugares insólitos que mais tarde serviriam de base para suas criações. Apresentou seus primeiros espetáculos em cabarés e em programas de TV, e em 1968 fundou a Compagnie Philippe Genty, que rapidamente se tornou um marco ao misturar em suas apresentações vários tipos de fantoches, teatro, dança, mímica, sombras e luzes, música e sons.

Altamente influenciado pelas experiências de bonecos gigantes nos Estados Unidos, incluindo o Bread and Puppet Theatre, Philippe Genty começou gradualmente a usar cada vez mais materiais reciclados para fabricar as suas formas de animação e criação de pequenos bonecos. Suas criações foram desde o início um enorme sucesso, permitindo que sua companhia ficasse rapidamente conhecida por toda a França e, posteriormente, pelo mundo inteiro.

Até o final da década de 80, Genty levou sua arte a quase todo o planeta, em turnês que foram vistas nosEstados Unidos, Japão, África, Austrália, Grã-Bretanha, China, União Soviética, França, América do Sul, Índia, entre outros. Nos anos 80, transformou-se em um autor consagrado, com a criação de espetáculos como Rond comme un cube, Désirs parade, Sigmund Follies, e Dérives. No começo dos anos 90 ganhou o Prêmio da crítica no Festival de Edinburgo e, em 95, criou seu mais famoso espetáculo – Le Voyageur immobile (O Viajante Imóvel).

Em 96 participou do Festival de Adelaide, na Austrália, para o qual criou o espetáculo Passagers clandestins. Pouco depois aliou-se à Exposição Universal de Lisboa, criando e encenando Océans et utopies em um estádio coberto de 10 mil lugares, com 200 atores, bailarinos, artistas de circo e técnicos. “Uma isca para um público que nunca vai ao teatro”, coloca Genty, que teve 525 representações em cinco meses, em um total de três milhões e trezentos mil espectadores.

Em 2000, Genty criou Concert incroyable no quadro da Grande Galeria da Evolução em Paris com 40 coristas e 12 atores-bailarinos. Em 2003 foi a vez de Ligne de Fuite, trabalho experimental em torno da luz, que marcou uma nova colaboração musical com René Aubry e resultou em uma turnê internacional até outubro de 2005. De volta à França, Genty remontou Zigmund Follies e lançou La Fin des Terres, espetáculo como o qual iniciou nova turnê que se estendeu até o fim de 2008. Durante os anos de 2009 e 2010, Genty e sua esposa e parceira desde 1967, Mary Underwood, percorreram novamente o mundo com seus espetáculos e workshops, passando por lugares como a Austrália e a Patagônia, Ásia, Europa e América do Norte.

Site Oficial: http://www.philippegenty.com

Notas de Philippe Genty sobre a criação do espetáculo Viajantes Imóveis (Voyageurs Immobiles)

De todas as paisagens cruzadas através dos quatro cantos do globo, os desertos deixaram uma marca indelével em minha memória… deserto branco como neve, coberto ao infinito por uma crosta de sal cujo reflexo cega. Deserto lunar bombardeado de crateras, cadeia de montanhas fossilizadas, rochas mortas, esgotamento das realidades. Deserto negro, duro, solo ferruginoso plano como a superfície de um lago inerte.

Espaços congelados no tempo, congelados no silêncio, congelados na eternidade.

Horizonte perfeitamente retilíneo, além do qual o mundo termina em um insondável abismo… além do qual a razão soçobra entre o nada e o cosmo.

Três silhuetas brancas nos confins desse oceano de areia… três cegos ajoelhados com a mão estendida; inverossímeis presenças no meio desse espaço desabitado. Deixamos-lhes uma parte de nossas rações de água e de alimento.

“Agora que rolo há vários dias em um deserto, sem encontrar alma vivente, percebo no horizonte uma minúscula silhueta plantada no meio da pista… Chego logo a ela. É uma criança.

Uma criança com cerca de sete anos. Ela está lá imóvel, os olhos fixos em mim. Ela está lá desde o início da humanidade. Ela é a humanidade…”

Desperto com a garganta terrivelmente seca. Um vento de areia ergueu-se. Para proteger me enfio dentro de meu saco de dormir esperando a aurora para retomar a pista. Diferentemente de outros, este sonho deixa em mim uma curiosa impressão.

No decorrer do périplo que se segue, cruzo com um viajante chamado Ernest Tynge. Por ocasião de um de nossos encontros numa pequena aldeia perto de Borobudur, na Indonésia, contei-lhe meu sonho. Ernest Tynge, no mais das vezes reservado e silencioso, repentinamente se exalta. Ele me revela que é “Onirólogo”. Percorre o mundo recolhendo sonhos nos mais recônditos lugares do planeta. Reúne esses testemunhos a fim de sustentar uma teoria segundo a qual a constituição e a evolução do universo psíquico da humanidade seguem um percurso semelhante ao de um indivíduo, em uma escala de tempo consideravelmente dilatada. Cético, pergunto-lhe “qual seria então a idade da humanidade?”. “sete anos” — me responde ele da maneira mais séria do mundo. Compreendo então porque meu sonho o interessou tanto.

Para apoiar sua teoria, ele se apressa em me citar um certo número de acontecimentos concomitantes entre a evolução da humanidade e a do indivíduo. Seria muito longo relatar aqui toda a sua argumentação, que no final abala um pouco minha incredulidade.

Ele é, enfim, persuadido de que estamos na aurora de uma mutação ontológica. Nossas instâncias psíquicas mal começam a lançar pontes entre si; a descoberta do inconsciente por Freud é uma. Paralelamente a humanidade entra em uma era de comunicação sem precedente. Da mesma forma que a criança de sete anos passa ao que chamamos abusivamente idade da razão, abandonando seu animismo da primeira infância a fim de voltar-se para o modelo do adulto, a humanidade nos séculos vindouros irá abandonar progressivamente uma era de misticismo e de superstições para encaminhar-se rumo à sua adolescência.

Certas evidências desta teoria estão contidas nos sonhos que, segundo ele, veiculam mensagens genéticas. Ele reúne esses sonhos com a minúcia de um botânico.

Mais tarde eu o encontro no Peru, em uma pequena aldeia da Cordilheira dos Andes, nos Chiapas do México. Sempre em um ambiente onde o tempo parece suspenso, ele me faz então percorrer, através das imagens de sua galeria de sonhos, paisagens habitadas por desejos estranhos, mas ao mesmo tempo familiares, de monstros sedutores, de abismos insondáveis… uma viagem ao inconsciente coletivo do qual não consigo mais me afastar. No início quedo surpreendido pela espantosa coincidência desses encontros; depois não somente a eles me habituo como os espero.

Conforme se aproxima da meta, ele parece cada vez mais febril. Por um longo período não ouço mais falar dele. Surpreendo-me a lamentar e mesmo a buscá-lo, perguntando aqui e ali para pessoas que tenho certeza que o conheceram, mas que parecem tê-lo totalmente apagado de sua memória.

Algum tempo depois, acredito havê-lo visto em um mercado em Pondichéry. Precipito-me chamando-o. Ele desaparece atrás de um dos numerosos sáris suspensos em bambus que servem como tabiques. Atrás dos tecidos ninguém; apenas um espelho onde se reflete minha imagem… Uma imagem diferente… Sou eu mesmo… Um outro que nada tem a ver com o precedente; e no entanto não consigo determinar o que mudou.

Permaneço lá muito tempo, “viajante imóvel”… em fuga de que? para onde? Para um outro lugar…

Deserto do Baluquistão,Paquistão, Novembro de 1962
Philippe Genty

 

Serviço

RIO DE JANEIRO

Local: Theatro Municipal
Endereço Teatro:
Praça Floriano
Dia:
09 de julho (sábado) e 10 de julho (domingo
Horário: 21h (sábado) e 11h (domingo)

Vendas:
Disque Dell`Arte: 3235-8545 / 2568-8742

http://www.theatromunicipal.rj.gov.br

Abertura vendas: 13/06
Classificação Etária:
livre

Programa:
Viajantes imóveis  (Voyageurs  Immobiles)

Preços:

  • Frisa e camarote             R$ 720,00
  • Platéia                             R$ 120,00
  • Balcão nobre                   R$ 120,00
  • Balcão superior               R$ 80,00
  • Galeria                             R$ 40,00

30% desconto:
Flyer eletrônico/impresso promocional Dell´Arte
Assinantes O Globo
* descontos não cumulativos

OBS: No Domingo, dia 10 de julho, os ingressos de todos os setores custam R$ 1,00 dentro do Projeto Popular Domingo no Municipal.

Duração: 1h30min

SÃO PAULO

Local: Theatro Municipal São Paulo
Endereço Teatro:
Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro
Dia: 15 de julho (sexta) e 16 de julho (sábado)
Horário: 21h (sexta) e 20h (sábado)

Vendas:
Teatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro)
Informações: (11) 3397-0327
Segunda à sexta das 10h às 19h, ou até o início da apresentação
Sábados, domingos e feriados das 10h às 17h, ou até o início da apresentação

Disque Dell´Arte Nacional:
Tel: 4002-0019
www.ingressorapido.com.br

Abertura vendas: 13/06

Classificação Etária: livre

Programa:
Viajantes Imóveis (Voyageurs Immobiles)

Preços:

  • Setor I         R$ 70,00
  • Setor II        R$ 40,00
  • Setor III       R$ 20,00

20% desconto:
Flyer eletrônico/impresso promocional Dell´Arte
Assinantes Estadão
* descontos não cumulativos

Duração: 1h30min


Este evento é realizado pela empresa DELL’ARTE SOLUÇÕES CULTURAIS, que responde pela promoção, produção e organização do evento em geral. Qualquer assunto relacionado à venda de ingressos deve ser tratado diretamente com as empresas responsáveis por sua comercialização.
A MIDIORAMA é responsável somente pela ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO deste evento, não tendo qualquer envolvimento ou responsabilidade sobre a produção, organização, venda de ingressos, agenda ou programação.


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