O palco da Jeunesse Arena recebeu na última sexta-feira (15), o Festival Solid Rock, que trouxe ao Rio de Janeiro as bandas Tesla, Chip Trick e a tão aguardada Deep Purple com “The Long Goodbye Tour”, que tem sido anunciada como a turnê de despedida da banda. Enquanto Tesla e Cheap Trick faziam a sua estreia no Brasil, o Deep Purple pisava pela 12° vez em solo brasileiro.
A abertura do festival ficou por conta do Tesla, que entrou no palco pontualmente às 19h30. Com a casa ainda vazia, a banda iniciou a apresentação com ‘Into the Now’, do álbum homônimo lançado em 2004. Apesar de pequena, a plateia se mostrava empolgada. Até quem não conhecia a banda foi cativada por seu repertório, que inclui a versão de ‘Signs’, da canadense Five Man Eletrical.
Após Tesla se despedir da Arena foi a vez do Cheap Trick fazer a sua estreia. Formada em 1974, a banda, que segue até hoje com a mesma formação, pisou no palco ao som de “Hello There”. Apesar de ser um sucesso do rock americano na década 1970, a banda também é pouco conhecida pelo público brasileiro. O surpreendente foi que, logo após as primeiras músicas, toda a Arena já tinha sido cativada por Robin Zander e companhia.
A simpatia do grande Rick Nielsen, guitarrista, certamente contribuiu para a admiração que surgiu na plateia. Nielsen arremessava constantemente palhetas para o público. Em um certo momento até o baterista entrou na onda e arremessou as baquetas, bem antes do fim da apresentação.
As conhecidas ‘Dream Police’ e Surrender fizeram a platéia cantar junto a banda, que deixou a Arena sob aplausos até mesmo dos mais ansiosos pela atração final.
E com a pontualidade britânica, o Deep Purple surgiu no palco da Jeunesse Arena exatamente às 23h00. A banda entrou com uma introdução ao som ‘Mars, the Bringer of War’, de Gustav Holt, já emendando com a clássica e amada ‘Highway Star’, fazendo o público, de toda faixa etária, pular e cantar junto ao eletrizante teclado de Don Airey e os solos de Steve Morse.
Ian Gillan comandou uma viagem pelas cinco décadas da banda, incluindo o mais recente álbum, Infinite, lançado em Abril. Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria) também mostraram uma perfeita sintonia, fazendo jus ao título de “banda mais alta do mundo”.
‘Uncommon Man’ entrou no setlist como uma homenagem a Jon Lorde, tecladista, morto em 2012, considerado por muitos a essência do Deep Purple. Porém, Don Airey mostrou que é um gigante. Fez um solo majestoso abrindo caminho para ‘Lazy’ e conquistou de vez a Arena tocando trechos de ‘Garota de Ipanema’, ‘Corcovado’, ‘Brasileirinho’, e ‘Aquarela do Brasil’.
Em ‘Space Truckin’ o público foi a loucura. Com destaque também para o enorme telão atrás da banda que exibia um lindo espetáculo visual.
Mas a Barra da Tijuca tremeu mesmo quando surgiram os primeiros sinais de ‘Smoke On The Water’. O público ainda mais enlouquecido cantava e acompanhava fielmente o maior sucesso da banda, que dessa vez contou também com a participação de Rick Nielsen, do Cheap Trick.
‘Hush’ e ‘Black Night’ encerraram a noite, esta última com direito a coro do público até a banda deixar o palco.
E após uma noite fantástica só nos resta torcer para que o “The Long Goodbye Tour” seja mesmo muito longo e que ainda possamos desfrutar da genialidade do Deep Purple por um bom tempo!
Por Nathalie Mendonça