Com 135 anos de existência, a Shanghai Symphony Orchestra é o mais antigo e aclamado conjunto sinfônico da Ásia. Além do repertório padrão das formações sinfônicas, a orquestra explora a fundo a nova música chinesa e vem empreendendo sucessivas turnês ao exterior, já tendo se apresentado em salas como a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall de New York.
No dia 30 de agosto, domingo, às 18h, a orquestra faz apresentação na cidade do Rio de Janeiro, trazendo sua formação completa para o palco do Theatro Municipal. Com regência de Long Yu, também diretor musical da orquestra, a Shanghai Symphony Orchestra apresentará um programa que inclui Chen Qigang, Tchaikovsky e Shostakovich. No dia 31, segunda, às 21h, uma segunda apresentação acontece na Cidade das Artes, tendo, dessa vez, no programa, Tchaikovsky, He Zhanhao, Chen Qigang e Brahms.
Em toda a atual turnê sul-americana da orquestra, incluindo o Brasil, a Shanghai terá como artista convidado Maxim Vengerov, um dos maiores expoentes da atual geração de violinistas no cenário clássico internacional.
Shanghai Symphony Orchestra
A Shanghai Symphony Orchestra é o conjunto sinfônico mais antigo e mais conhecido na Ásia. Ela é a detentora das tradições da música ocidental na China e uma divulgadora apaixonada da nova música chinesa. Desde os anos 1970, a orquestra vem empreendendo extensivas turnês ao exterior e, em 2005, tornou-se a primeira orquestra chinesa a tocar na Philharmonie de Berlim. Em 2010, a orquestra tornou-se embaixadora cultural da World Expo 2010 de Xangai e realizou uma exibição interessantíssima no Great Lawn do Central Park para 100 mil nova-iorquinos.
Originalmente conhecida como Banda Pública de Xangai, transformou-se em orquestra em 1907, sendo rebatizada como Orquestra Sinfônica do Conselho Municipal de Xangai em 1922. Foi ela a responsável pela introdução da primeira obra orquestral chinesa para o público. Passou, desde então, a ser considerada “a melhor do Oriente”.
A Shanghai Symphony Orchestra ingressou agora em uma nova era. Já deu cerca de dez mil concertos, incluindo as estreias de milhares de obras musicais, e colaborou com grandes artistas de renome mundial. A orquestra adquiriu a reputação de intérprete mais autorizada das composições sinfônicas chinesas, paralelamente a sua promoção em toda parte. Tornou-se mais conhecida especialmente após haver completado, recentemente, a gravação em áudio e vídeo das sinfonias de Zhu Jian’er, do concerto multimídia The Map de TanDun, e da música do premiado filme “O Tigre e o Dragão”, vencedora do Oscar e do Grammy.
Maxim Vengerov, violino
Celebrado como um dos maiores instrumentistas da atualidade, o premiado violinista Maxim Vengerov é um dos solistas mais requisitados do cenário da música clássica e desfruta de prestígio internacional também como regente.
Vengerov começou a carreira de violinista aos cinco anos; aos 10 e aos 15 vencia, respectivamente, os concursos internacionais Wieniawski e Carl Flesch. Ele estudou com Galina Tourchaninova e Zakhar Bron. Entrou pela primeira vez em estúdio aos 10 anos e desde então não parou. Gravou extensivamente para os principais selos, aí incluídos Melodya, Teldec e EMI, que lhe valeram vários prêmios, como um Edison, em 1997, um Grammy, em 2004, e o “Gramophone Artist of the Year”, em 2002, entre muitos outros.
Em 2007, seguindo as pegadas de dois de seus mentores, Mstislav Rostropovich e Daniel Barenboim, Vengerov voltou sua atenção para a direção de orquestra. Formou-se como regente com diploma de excelência no Instituto Ippolitov-Ivanov de Moscou em junho de 2014 e embarcou imediatamente em um programa de dois anos de regência de ópera.
Nas últimas temporadas Maxim Vengerov apresentou-se como solista e/ou regente com várias das principais orquestras do mundo, aí incluídas a Filarmônica de Berlim, Sinfônica de Londres e Sinfônica da BBC, executando frequentemente um grande concerto na primeira parte do programa e regendo uma obra sinfônica na segunda. Em 2013 foi lançado o Festival Vengerov de Tóquio, realizado anualmente. O ano também foi assinalado por uma residência artística no Barbican Centre de Londres — com cinco programas diferentes, exibindo sua versatilidade única como artista — e por uma grande turnê (21 concertos) com a Orquestra de Câmara Polonesa abrangendo a Europa, Oriente Médio e Oriente, e por uma turnê à China com o maestro Long Yu. Naquela temporada, também aceitou a posição de Artista Residente da Oxford Philomusica.
Os momentos mais importantes da temporada 2014/2015 incluíram a abertura da nova Sala de Concertos de Xangai, ao lado do maestro Long Yu e de Lang Lang, a abertura da temporada de concertos da Orquestra Sinfônica de Xangai, com Long Yu, e a Orquestra de Paris, com Paavo Järvi. Seguindo-se ao sucesso do Festival Vengerov de Tóquio, foi inaugurado o Festival Vengerov de Israel. Em janeiro de 2015, o violinista voltou à Filarmônica de Nova Iorque com um “retorno de herói” (New York Times), e na primavera do mesmo ano empreendeu uma turnê europeia, além de gravar com a Orquestra Filarmônica da Rádio França e Myung-Whun Chung.
Como uma das grandes paixões de Maxim Vengerov é o magistério e o encorajamento de jovens talentos, ele ocupou várias posições de ensino no mundo, sendo atualmente embaixador e professor visitante da Academia de Música Menuhin na Suíça (IMMA) e professor na Academia Real de Música de Londres.
Maxim Vengerov recebeu prestigiosos títulos e honras de várias instituições, aí incluídas o Trinity College University of Oxford, Royal Academy of Music e, em 1997, tornou-se o primeiro músico clássico a ser apontado Embaixador Internacional da Boa Vontade da UNICEF.
Ainda em 2015, o violinista lançará seu próprio selo fonográfico, o VMV (Vengerov Music Vision), pelo qual editará o Concerto para violino de Brahms com a Oxford Philomusica, assim como um DVD Live from Luna Classics — uma gravação do recital comemorativo do seu 40º aniversário.
MaximVengerov toca em um Stradivarius ex-Kreutzer de 1727.
Long Yu, diretor artístico e regente
LongYu é Diretor Artístico e Regente Principal da Orquestra Filarmônica da China, Diretor Musical da Sinfônica de Xangai e Regente Convidado Principal da Orquestra Filarmônica de Hong Kong, conjuntos que se colocam entre os melhores da China, empreendendo sucessivas turnês nacionais e internacionais, além de suas séries regulares, onde se apresentam com os solista mais proeminentes do mundo. O maestro Yu é o Diretor Artístico Fundador do Festival de Música de Pequim, atualmente em sua 15ª edição, e internacionalmente reconhecido como cerne da vida musical da capital chinesa. Long Yu divide a posição de Co-diretor Artístico do Festival MISA, que leva a música clássica aos jovens de Xangai, com Charles Dutoit,
LongYu é Cavaleiro da Ordre des Arts et des Lettres e ganhador do Prêmio de Patrocínio das Artes da Fundação Cultural Montblanc. Em 2005, o governo italiano honrou-o com a Onorificenza di Commendatore. Este ano recebeu a mais alta honraria da França, a Légion d’Honneur.
Em 2014, o maestro Yu e a Filarmônica da China tornaram-se primeiro regente e primeira orquestra a se apresentar na famosa série BBC Proms, com execução televisada no Royal Albert Hall de Londres. O concerto foi visto por milhões de pessoas no Reino Unido. Pela primeira vez na história, uma orquestra chinesa apresentou-se no Vaticano sob a batuta de Long Yu. O Papa Bento XVI assistiu a um concerto da Filarmônica da China no Auditório Paulo VI e louvou-a como um vasto passo para a cooperação entre Oriente e Ocidente.
O maestro Yu apresenta-se regularmente com as principais orquestras e companhias de ópera do mundo, aí incluídas a Filarmônica de Munique, Orchestre de Paris, Sinfônica da BBC, Ópera Estadual de Hamburgo, Maggio Musicale Fiorentino, Orquestra Sinfônica de Chicago, Orquestra de Filadélfia, Filarmônica de New York, Filarmônica de Los Angeles, Sinfônica de Sydney, Filarmônica de Hong Kong e Sinfônica de Singapura.
Liderando o panorama do desenvolvimento orquestral na China, Long Yu criou a primeira academia orquestral da nação, em uma parceria entre a Shanghai Symphony Orchestra, o Conservatório de Xangai e a Filarmônica de New York. Sua visão dinâmica está focada em apresentar ao crescente público da China as obras-primas do repertório ocidental, inclusive o “Anel” de Wagner, um Ciclo Mahler, além de obras de Richard Strauss, Benjamin Britten e vários outros. Em 2014, a Filarmônica de New York nomeou Long Yu membro honorário da sua Direção Consultiva Internacional. Integrado por doze membros, o grupo funcionará como uma rede de advogados e embaixadores, conectando pessoas e instituições em suas pátrias, para ampliar o alcance e influência da Filarmônica no mundo a longo prazo.
A Deutsche Grammophone lançou gravações do maestro Long Yu com a abertura do Tannhäuser, de Wagner, o Quarteto para piano em Sol menor, de Brahms, em orquestração de Arnold Schoenberg, e uma ampla gama de música orquestral chinesa, incluindo o Concerto Rio Amarelo, com Lang Lang. Suas gravações para o selo Naxos incluem os Concertos para violino de Korngold e Goldmark com Vera Tsu, assim como a Sinfonia da Longa Marcha de Ding Shande.
Long Yu nasceu em Xangai em uma família de músicos. Seu avô Ding Shande, um compositor famoso, inspirou sua paixão pela música e encorajou-o a estudar no Conservatório de Xangai e na Hochschule der Künste de Berlim. Após retornar à China, o maestro foi nomeado Regente Principal do Teatro Central de Ópera de Pequim.
Programa
Theatro Municipal
Chen Qigang
Abertura sinfônica Instants d’un opéra de Pekin
Piotr Ilyich Tchaikovsky
Concerto para violino em Ré maior, op. 35
Allegro moderato
Canzonetta: Andante
Finale: Allegro vivacissimo
Maxim Vengerov, solista
INTERVALO
Dmitri Shostakovich
Sinfonia Nº 5 em Ré menor, op. 47
Moderato
Allegretto
Largo
Allegro non troppo
Cidade das Artes
Chen Qigang
Abertura sinfônica Instants d’un opéra de Pekin
He Zhanhao, Chen Gang
The Butterfly Lovers Violin Concerto
Maxim Vengerov, solista
INTERVALO
Johannes Brahms
Sinfonia Nº 1 em C menor, op. 68
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