O calor da alma brasileira foi aflorado ao som de Diogo Nogueira, na noite desta quarta-feira (25), no Vivo Rio. Para a gravação do seu novo DVD Alma Brasileira, o cantor abriu a noite ao som do sucesso “Porta Voz da Alegria“, carro chefe do seu último CD. Vestido como um bom sambista: de terno azul, lenço no pescoço e um sorriso contagiante, fez a plateia gritar de tanta euforia. Sendo, literalmente, o porta voz da alegria nesta noite!
Eis que o show começa a explorar as raízes brasileiras através do cartão postal que é o Rio de Janeiro. “Alma Boêmia“, sucesso de Zeca Pagodinho, é entoado por Diogo enquanto no telão aparecem as mais belas imagens da Cidade Maravilhosa, como a Lapa, o Cristo Redentor e o Morro dos Prazeres. Seguida por “Clareou“, as luzes do local se apagaram por completo e Diogo deu o primeiro “Boa noite” ao público: “Salve o samba, salve a música brasileira”, disse o cantor. Um palco composto por 13 músicos, além do sexteto de cordas, que fez melodias e os arranjos fluírem como uma onda do mar, e por falar em mar, sua próxima canção foi a inédita “Pé Na Areia“, que antes mesmo dos músicos começarem a tocar, o público em apenas uma voz cantou o contagiante refrão ” Pé na areia/caipirinha/água de coco/ cervejinha/ pé na areia/ agua de coco/ na beira do mar“.
A noite estava apenas começando e o carioca, em algumas palavras, falou da próxima canção e a primeira homenagem da noite: “Assim como o samba, ele nasceu pobre, no subúrbio, lutou e venceu. Ele é o nome do samba, ele é Zeca Pagodinho“. Com um pot-pourrri dos grandes sucessos de Zeca, o Vivo Rio cantou em um coro só!
“A Mil por Hora” e “Beijo Partido” também fizeram parte da setlist da Alma Brasileira. Entre uma música e outra, Diogo Nogueira foi de uma ponta a outra do palco, mandou beijos e piscada de olho para as fãs que foram a loucura. Sambar miudinho? É com ele mesmo! Dançando e se sentindo em casa, como se estivesse em uma roda de samba!
O cantor fala de mais um homenageado da noite: “Mestres do samba, mestres da Música Brasileira. Minha gratidão a todos eles. Salve Salve Milton Nascimento“! Em um MPB levado pro samba, quase um chorinho, gostoso de se ouvir, Diogo cantou “Travessia“, uma das canções mais românticas da música brasileira, que faz menção a fatos históricos do país, como a Ditadura Militar (“minha casa não é minha e nem é meu esse lugar”).
Falar da alma brasileira, é falar de grandes heróis que compõem a história desse país tropical! E nesta vibe, Diogo contou do seu encontro com a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, que pediu para incluir “Codinome Beija-Flor” na setlist do show. E como disse Diogo, “Pedido de mãe, não é um pedido, é uma ordem“. Clássicos como este não poderiam ficar de fora! Uma multidão de fãs marcou o momento com Diogo cantando o grande sucesso de Cazuza.
Além de Diogo e seus fiéis fãs, dois grandes nomes da música brasileira, de diferentes gerações, completaram o espetáculo. A primeira convidada da noite entrou cantando “Beiral“, de Djavan, ao lado de Diogo Nogueira. Maria Rita esbanjou voz, firmeza e o borogodó brasileiro! Ainda falou o quanto o admira e elogiou sua força, voz e beleza, não apenas a exterior, mas a beleza interior também.
No embalo de Djavan, Diogo Nogueira, que já havia tirado o paletó e arregaçado as mangas, falou: “Já que eu cantei Djavan com Maria Rita, vamos ‘djavanear’?”. O Vivo Rio ficou pequeno para tamanha brasilidade! As composições que construíram e constroem a caminhada do povo brasileiro fez a noite muito mais gostosa, intimista e rica de samba. Mas peraí! Falar de Brasil, alma brasileira, é falar de família. O filho do grande João Nogueira, acompanhado de dois integrantes da banda, foi para a frente do palco e homenageou o pai tocando trompete e cantando “Nó da Madeira” um dos grandes sucessos de João Nogueira.
“Descobridor dos Sete Mares“, “Arerê” e “Zé do Caroço” eram as últimas músicas do show. O cantor agradeceu ao público e as cortinas vermelhas se fecharam, mas em poucos minutos, elas voltaram a se abrir e sentados em uma cadeira, Beth Carvalho e Diogo Nogueira dividiram o palco transformando este momento em um dos mais especiais da noite. Um encontro de sambistas de épocas totalmente diferentes, mas ainda com o mesmo propósito: emocionar! Beth Carvalho, uma das principais almas brasileiras do samba, da MPB e madrinha musical de Diogo, com a sua grande voz caciqueou ao som de “Firme e Forte” e “Caciqueando“.
Brasil, suor, luta, favela e samba! Nesse ritmo, Diogo chamou à frente seus parceiros da banda e, juntos, com tamborim e pandeiro, cantaram um medley favela social clube, com nomes de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, entre outros. E se tem samba, tem Carnaval! O sambista homenageou a sua querida escola de samba, Portela, e encerrou a noite com uma festa tomada por muita música boa e alegria. Diogo Nogueira sintonizou o amor dos fãs e os grandes nomes da MPB com cada música apresentada na gravação do DVD. Simplesmente a personificação da “Alma Brasileira”.
E como a grande Beth Carvalho disse, “Viva o povo brasileiro“!
Por Bia Coelho
