A conversa com Jenni Mosello, uma das grandes revelações da música brasileira, foi bem interessante, relevante e simbólica, pois englobou justamente a época em que ela foi lançada para o país no X Factor, até a fase posterior, onde Jenni acabou vivenciando de forma mais intensa todas as consequências do fato de estar na ‘crista da onda’. Sim, a bela curitibana foi alçada como representante de uma geração de cantoras muito peculiar, tanto pelo talento quanto pela originalidade.
E mais, estamos presenciando uma geração de cantoras que levanta a bandeira do empoderamento feminino de uma forma brilhante, e Jenni, ao querer seguir somente seus instintos e vontades, se coloca como mais uma artista a criar voz relevante sobre o tema.
Vocês verão estas questões serem colocadas na entrevista, e serem respondidas de modo bem direto por ela. É uma ótima conversa que fala de passado, presente e futuro.
Se divirtam!
Vou Gritar
Jenni, o novo single acaba revelando que você vivenciou aquele momento que muitos artistas vivenciam, onde as pessoas querem moldar, dizer o que cantar, o que vestir, o que falar… E você resolveu dar um basta nisso. É por ai?
Jenni Mosello – Não só como artista, mas também como mulher, jovem, estrangeira, e em todos os papeis que vivo hoje ouvi sempre dos outros como devia me portar como devia ser como devia parecer, e acho que infelizmente hoje isso faz parte da sociedade como um todo. A imposição de padrões que vão desde beleza até crenças é que tem me assustado, não existe espaço para a diferença consequentemente não existe liberdade de expressão! “Você pode ser artista desde que você se encaixe na minha concepção de arte”, pra mim ser artista vai muito além de se encaixar no mercado, ser artista é um grito bem na cara dos padrões que faz refletir sobre o que vivemos e porque aceitamos eles tão facilmente! Madonna não se encaixava nos padrões quando surgiu, nem Michael Jackson, nem Novos Baianos nem ninguém que marcou a historia da arte! A música tem o papel de transformar e fazer pensar, e não existe mudança com submissão. Por isso eu grito.
X Factor Brasil
Você foi apresentada ao grande público no X Factor Brasil, e cantou desde jazz, blues, à Valesca Popozuda. Em termos de maturidade, influências, processo criativo, e até mesmo de performance, o que mudou da Jenni do reality para a Jenni de “Vou Gritar”?
JM – O X Factor Brasil me deu a oportunidade de experimentar da melhor maneira possível minha arte, e foi através dessa experiência que pude amadurecer a compositora que tem dentro de mim. Estudei bem cada passo que dei, e então resolvi seguir os que faziam meu coração bater mais forte, foi ai que surgiu a vontade incontrolável de compor também em português, de me comunicar mais com o público, de dançar e de gritar!! Rs
Você teve algumas apresentações memoráveis no programa, e talvez a mais memorável tenha sido a cover de ‘Piloto Automático’, do pessoal do Supercombo, escolha sua. Se você tivesse a chance de só escolher canções de artistas que te influenciam, o que teríamos visto de diferente no programa?
JM – De certa forma eu sempre coloquei minhas influencias nas apresentações, é impossível tirar minhas raízes pra cantar então toda vez que eu fazia alguma versão tinha algo de mim e das minhas influências! A lista de deuses da música pra mim é grande, vai desde Ella Fitzgerald e Amy Winehouse até Rihanna e Beyoncé, mas a constante na lista é que cada um desses grandes nomes que admiro canta com verdade e com amor, não tem nada mais lindo no mundo do que sentir a alma de alguém na música!
Pressão
Você vem despontando na cena musical brasileira, já foi indicada como nome a ser lembrado, tem muitos fãs famosos, a critica te adora… Você toma esse contexto como algo que te pressiona a sempre buscar essa ‘vibe’ de vanguarda, de originalidade, que você passa para o público, ou não te influencia em nada?
JM – EU AMOOOOOO! Me motiva muito! Saber que tem pessoas aguardando minhas novidades, sempre de olho na minha carreira, me deixa muito feliz. O que me deixa mais encantada sobre isto é saber que minha música está chegando nas pessoas, e que de alguma forma as toca, alguns dias atrás recebi uma mensagem de um fã que dizia ter se recuperado de uma fase muito difícil da sua vida graças a Vou gritar, ele se empoderou, se aceitou e se libertou da pressão de se encaixar, foi lindo! Como não querer trabalhar 24h por dia depois disso?
Futuro
Você pretende lançar mais alguns singles nos próximos meses. A ideia é logo depois lançar um álbum mais tradicional, com 10, 12 músicas? E as apresentações, continuam?
JM – O lançamento das próximas canções vai ser feito de uma forma bastante ousada digamos rs
Vamos lançá-las aos poucos para que cada uma possa ser bem saboreada pelo publico, e logo em seguida vem o álbum lindão com todas as canções e varias surpresinhas!
O legal é que quem comparece aos shows tem a oportunidade de ouvir de antemão algumas das músicas do disco, fazemos quase todas ao vivo desde já pra dar aquele gostinho do que esta vindo por ai!
Por Cabine Cultural