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Fernanda Montenegro é imortal. Atriz é a nova integrante da Academia Brasileira de Letras


Sem concorrência, atriz foi eleita pelo dobro de votos necessário e vai ocupar a cadeira que pertenceu a Affonso Arinos de Mello Franco

 

O Brasil tem uma nova imortal. Na tarde desta quinta-feira a atriz Fernanda Montenegro foi eleita para ocupar a cadeira 17 na Academia Brasileira de Letras (ABL). O ocupante anterior era o acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, que morreu em março do ano passado e Fernanda foi eleita por 32 dos 35 votos.

Marco Lucchesi, atual presidente da ABL, comemorou a eleição: “É um momento importante, primeiro pela renovação que se dá com essa eleição. É um sinal de novos horizontes. Isso é sempre importante. Por outro lado, Fernanda é uma grande intelectual, uma representante importante da cultura brasileira. Ela já é parte do imaginário de nosso país e, de alguma forma, ela talvez nos obrigue a aumentar as cadeiras de 40 para 80. Se trouxer todas as personagens que amamos, vamos ter que dobrar o número de cadeiras. Então, vamos ficar com ela, que vale muito”.

Considerada uma das mais importantes atrizes na história da cultura brasileira, Fernanda atuou em mais de 35 novelas, dezenas de espetáculo teatrais e quase 50 filmes. Escreveu o livro “Prólogo, ato, epílogo”, sua biografia. Foi vencedora do Emmy Internacional na categoria de Melhor Atriz pelo seriado “Doce de Mãe”, em 2012 e é a única brasileira indicada a um Oscar de melhor atriz pelo papel de Dora em “Central do Brasil”.

Em sua página no Instagram, Fernanda comemorou: “A Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos. Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade”.

Depois, numa entrevista para o jornal O Globo, Fernanda explicou: “Estou lendo a biografia de meu antecessor e discursos históricos de posse. Estou completamente entregue ao conhecimento interno da Academia. (…) Agora estou diante de um mundo completamente novo para mim, que é entrar para uma Academia com a dimensão histórica que tem”.

Na entrevista ao jornal a atriz também falou sobre a participação feminina na Academia: “Já não teve nenhuma mulher. Isso não vai parar. Vai chegar uma hora que talvez tenha mais mulheres do que homens.” E aproveitou para criticar o atual governo: “Bolsonaro é uma forca, um vômito, é uma apunhalada no ventre. Mas vai acabar. Uma hora vai acabar. A grande tristeza é que ele entrou pelo voto. As pessoas votaram no Bolsonaro. E por que votaram? Talvez porque os governos anteriores cumpriram só metade do prometido. Talvez tenha causado uma desilusão”.

Por Alex Dayrell


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