“Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar”
Frida Kahlo (1907-1954) foi uma das mais importantes pintoras mexicanas, conhecida por seus autorretratos de inspiração surrealista e também por suas fotografias. Sua obra ganhou enorme notoriedade sendo aclamada mundialmente como uma das mais ricas expressões artísticas da América Latina.
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu na vila de Coyoacán, no México, em 6 de julho de 1907, filha de pai alemão e mãe espanhola e, desde pequena, teve saúde debilitada. Com seis anos contraiu poliomielite que lhe deixou uma sequela no pé. Com 18 anos, sofreu um grave acidente de ônibus que a deixou um longo período no hospital.
Apesar de deprimida e incapacitada de andar, Frida passou a pintar sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que pudesse pintar deitada. Dizia: “Para que preciso de pés quando tenho asas para voar”. Sua primeira pintura foi “Autorretrato em um Vestido de Veludo”, dedicado a Alejandro Gómez Arias, seu ex-noivo.
Recuperada, Frida passa a estudar desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México. Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, um importante pintor do “Muralismo Mexicano”.
Em 1929, com 22 anos, Frida Kahlo casa-se com o Diego Rivera e vão morar na “Casa Azul”, onde Frida nasceu. Em 1930, Frida engravida, mas sofre um aborto espontâneo. Nesse mesmo ano, foi com o marido para os Estados Unidos, onde ele realizava exposições. Um outro aborto a faz pintar um grande número de autorretratos – de inspiração surrealista, apesar de negar dizendo: “Nunca pintei sonhos e sim minha própria realidade”. Ficou nos Estados Unidos até 1934.
Em 1934, o casal retorna ao México e Frida sofre mais um aborto. Nessa época, tem os dedos do pé direito amputados. Em 1935, Frida e Rivera se separam e Rivera se relaciona com a irmã de Frida, Cristina. Logo depois, Frida e Rivera voltam a viver juntos. Em 1936, Frida passa por nova cirurgia no pé e, sofre com fortes dores na coluna. Mesmo debilitada, continua pintando.
Em 1937, Frida conhece Leon Trotski, que se refugiou em sua casa em Coyoacán, no México, junto com sua esposa Natália Sedova. Em 1939, Frida e Rivera se separam definitivamente e, Frida declarou: “Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o ônibus e você. Você sem dúvida foi o pior deles”. Em 1939, Frida expõe sua obra com enorme sucesso em Nova Iorque e em Paris. Nessa época, entra em contato com Pablo Picasso e Wassily Kandinsky. O Museu do Louvre adquire um de seus autorretratos.
Apesar de passar por diversas cirurgias e usar um colete de gesso em consequência do acidente, Frida não para de pintar. Sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Frida Kahlo era também aficionada por fotografia, hábito que herdou de seu pai e do seu avô materno, ambos fotógrafos profissionais.
Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, recém fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo. Em agosto de 1953, Frida tem uma perna amputada na altura do joelho devido a uma gangrena. Com esse sofrimento, Frida escreveu em seu diário: “Amputaram-me a perna há seis meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo querendo me matar”.
Deprimida, viveu os últimos anos de sua vida na Casa Azul, no México, que em 1958 passou a abrigar um museu em homenagem à pintora. Frida Kahlo faleceu em Coyoacán, no México, no dia 13 de julho de 1954 e sua obra, 143 quadros, sendo 55 autoretratos, se espalhou por todo o mundo, sendo atualmente uma das artistas latino-americanas mais aclamadas em todo o mundo.
Para saber sobre a exposição “FRIDA KAHLO – A Vida de um Ícone”, acesse:
https://www.midiorama.com/frida-kahlo-banksy-sao-paulo