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Gabriela Grafolin: conheça a diretora criativa que transforma emoções em narrativas visuais marcantes


De São Paulo a Los Angeles: A arte de Gabriela Grafolin na criação de narrativas visuais transformadoras

Gabriela Grafolin é um dos nomes mais promissores no cenário audiovisual brasileiro, destacando-se como diretora criativa e de clipes musicais por sua capacidade singular de traduzir emoções em narrativas visuais impactantes. No universo da música, Gabriela já deixou sua marca ao trabalhar com artistas como Jão, Carol Biazin, Giana e Lucas Inutilismo. Foi com Carol Biazin que ela consolidou seu nome no mercado, dirigindo grandes produções de clipes e criando conceitos visuais para álbuns aclamados como REVERSA, REVERSA [in]ato e No Escuro, Quem É Você?. Esse trabalho reforçou sua assinatura estética no mercado musical, mesclando intimismo, poesia visual e forte apelo emocional.

Inspirada por nomes como Yorgos Lanthimos, Petra Collins, Lynne Ramsay, Camila Cornelsen, Denis Villeneuve e Melina Matsoukas, Gabriela desenvolveu uma linguagem autoral. Sua estética visual única reflete uma fusão entre design gráfico, comportamento cultural e tendências contemporâneas, com imagens que capturam a essência dos artistas e envolvem o público por meio de atmosferas cativantes.

Atualmente, Gabriela divide sua rotina entre São Paulo e Los Angeles, onde busca expandir sua atuação no mercado internacional. Apostando no audiovisual como uma poderosa ferramenta de transformação, ela se dedica a criar mundos visuais poéticos e inovadores, conectando artistas ao público de forma genuína e memorável.

Com uma trajetória marcada pela ousadia criativa e pelo talento em contar histórias através das imagens, Gabriela Grafolin se firma como uma das profissionais mais visionárias da nova geração do audiovisual.

Sua trajetória profissional é marcada por uma estética visual muito singular. Como você descreveria sua assinatura artística e como ela evoluiu ao longo dos anos?

Me baseio muito na emoção, no simbolismo e na semiótica. Gosto de criar narrativas visuais que misturam melancolia e delicadeza, com atenção obsessiva aos detalhes. A paleta de cores, a luz e a composição são ferramentas que uso para amplificar o impacto emocional e a conexão com o público. Sempre gostei de explorar ângulos e lentes não convencionais, elementos que, para mim, criam um espaço para múltiplas interpretações. Com o tempo, percebo que minha estética ficou mais refinada e coesa, mas sem perder a essência experimental que sempre me atraiu.

Você trabalhou com artistas como Carol Biazin, Jão e Giana. Como é o processo criativo para transformar as histórias e identidades deles em narrativas visuais? Há algum projeto que tenha sido especialmente desafiador?

Cada artista tem uma história, um universo e uma identidade muito próprios, e o meu papel é traduzir isso em imagens que respeitem sua essência. O processo criativo começa sempre com a escuta: entender a mensagem da música, as referências do artista e, a partir daí, criar um conceito visual que amplifique o que ele quer comunicar. Trabalhar com a Carol Biazin, por exemplo, foi um desafio porque desenvolvemos juntos um universo visual para o álbum REVERSA, algo que precisava ser coeso, mas também surpreendente a cada fase. Já com a Giana, como ela está sendo apresentada ao mercado agora, o desafio é construir do zero uma identidade visual que conecte e desperte curiosidade no público. Cada projeto me desafia a ser versátil e, ao mesmo tempo, a manter minha própria assinatura presente.

Suas inspirações vão de Yorgos Lanthimos a Melina Matsoukas. Como essas referências influenciam seu olhar para o audiovisual e como você as adapta à cultura brasileira e latina?

Essas referências me inspiram pela forma única como contam histórias visualmente. O Yorgos Lanthimos, por exemplo, me fascina com suas composições simétricas, ângulos inusitados e o uso do absurdo para explorar emoções humanas. Já a Melina Matsoukas traz uma força visual impressionante, com narrativas que conectam a cultura e a identidade dos personagens. Adaptar essas inspirações para a cultura brasileira e latina é algo muito intuitivo para mim. Venho de um lugar onde as cores e as texturas são muito presentes, e procuro trazer esse olhar para os meus projetos. A cultura latina, com sua intensidade emocional e estética rica, acaba sendo um elemento natural no meu trabalho, tanto na narrativa quanto nos detalhes visuais.

Você viveu parte da sua adolescência no Paraguai e carrega uma forte conexão com a cultura latina. De que forma essa vivência influencia seus projetos hoje?

Ter morado no Paraguai foi fundamental para a forma como enxergo o mundo e a estética dos meus projetos. A cultura latina, como um todo, tem uma intensidade muito própria: há uma paixão, um calor e uma profundidade nas histórias que me identifico muito. A estética das ruas, os cenários cotidianos e a riqueza visual do país ficaram muito presentes no meu olhar criativo. Isso se reflete na forma como busco explorar emoções visuais, seja por meio de paletas de cores, texturas naturais ou símbolos que remetem às nossas vivências culturais. É um carinho que trago comigo e que, sempre que possível, coloco nos meus trabalhos como uma espécie de homenagem e conexão com as minhas raízes.


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