Não podemos dizer que o k-pop, sendo a principal cena musical de um país ainda deveras conservador como a Coreia do Sul, é um movimento liberal. Pelo contrário, quem acompanha o entretenimento sul-coreano pode até dizer que ele é muito mais regressista, especialmente em questões raciais, de gênero ou sexuais. Felizmente, existem sempre aqueles que nadam contra a corrente e buscam espaço para que discursos de tolerância ganhem mais voz. E, sendo um ritmo cada vez mais plural, é indiscutível que o k-pop tem contribuído, e muito, para ajudar a transformar tradicionalismos ainda presentes em seu país.
Hoje, para reforçar as celebrações do Dia Internacional da Mulher, selecionamos 10 músicas de estrelas do k-pop que trazem discursos de empoderamento para a luta das mulheres por mais respeito e igualdade. Dê o play e curta o som de garotas do k-pop que vão além da imagem de meninas fofas e sensuais:
“Get It”, Younha (feat. HA:TFELT e Cheetah)
Younha convidou a cantora HA:TFELT (a Yeeun, ex-Wonder Girls) e a rapper Cheetah para cantar, cheias de sarcasmo e ironias, sobre um homem que não soube respeitá-las. Escrita e composta por Yeeun, em “Get It?” o trio tira sarro das desculpas de um mulherengo.
“Paradise Lost”, Gain
Em sua carreira solo, a Brown Eyed Girl Gain deixa de lado os tabus e restrições para falar da sexualidade feminina. Na ousada letra de “Paradise Lost”, a cantora traz uma releitura da história bíblica de como Adão e Eva perderam o paraíso, na perspectiva de uma mulher que tem total compreensão e controle de si mesma e de seu erotismo.
“Miss Korea”, Lee Hyori
O empoderamento feminino é assunto frequente nos hits e nos discursos da diva Lee Hyori. Em “Miss Korea”, a veterana critica estereótipos de beleza ao cantar que todas podem ser a “miss Coreia”. “Por que os olhos dos outros são tão importantes?”, pergunta Hyori na música.
“Female President”, Girls’ Day
Já as meninas do Girls’ Day questionam os clichês de relacionamentos entre homens e mulheres. O refrão da música ressalta o fato de, atualmente, a presidente da Coreia ser uma mulher, então qual é o grande problema em uma garota tomar a atitude perante a um homem?
“I Don’t Need A Man”, miss A
As meninas da miss A fazem uma homenagem a independência feminina em “I Don’t Need A Man” ao cantar que não precisam e nem querem depender de homem nenhum. “Garoto, nem tente se você não for me respeitar”, avisam.
“Sixth Sense”, Brown Eyed Girls
“Sixth Sense” não é a única música do Brown Eyed Girls provoca discussões sobre a figura feminina, mas dessa vez as cantoras buscaram uma mensagem mais subjetiva. No videoclipe da canção, as cantoras aparecem em cenas que representam a violência e a repressão, seja essa do governo, do público ou de julgamentos em relação ao comportamento feminino. O quarteto se rebela contra as diferentes formas de imposição, mas, no final do vídeo, dão a entender que a batalha nem sequer começou.
“Beautiful”, Amber
A cantora Amber, do f(x), dá um “chega pra lá” nos estereótipos de comportamento e beleza da mulher com uma bela e forte mensagem. A cantora, que chamou a atenção do público desde sua estreia por seu visual considerado “masculino”, fala na letra sobre as críticas que alguém pode receber por ser “diferente”. “Qualquer tipo de cicatriz é linda para mim, eu sou feliz por ser quem eu sou”, canta.
EXID, “Ah Yeah”
Já o EXID mostra como uma garota não pode ter medo de dizer “não” quando o comportamento de alguém a deixa desconfortável. “Quantas vezes você já me chamou para sair hoje, pare”, “esse comportamento é tão típico, me deixa desconfortável, pare de me pedir essas coisas”, canta o quarteto em um videoclipe repleto de críticas a censura e aos clichês coreanos sobre a postura feminina.
“Girls On Top”, BoA
Um dos maiores sucessos da rainha do k-pop, “Girls On Top” se tornou um hino feminista para os fãs da música coreana. “Não me diga o que fazer, eu tomo minhas próprias decisões”, canta BoA ao rejeitar a imagem de mulher frágil e que deve se adequar a padrões esperados pela sociedade.
“Volume Up”, 4minute
Quem também cantou sobre deixar de lado tratamentos que tornem a mulher inferior ou que a desrespeitem foram as meninas do 4minute. “Eles dizem que não há mais espaço pra mim, mas vou levantar minha voz”, “jogue tudo isso fora e aumente o volume”, aconselham.
Por ShaKin’ Pop