Foto: Iron Maiden em Monterrey – divulgação
O Iron Maiden veio pela primeira vez ao Brasil há mais de 30 anos, vieram como uma das grandes atrações daquele que se tornaria o maior evento de rock já produzido no país, o Rock in Rio. A banda já botava um pé na história do heavy metal, já alcançava o topo das referências para um dos estilos musicais mais marcante, talvez a principal vertente derivada do rock ‘n roll. O heavy metal se rendia a Steve Harris, Bruce Dickinson e companhia. Para os fãs brasileiros, a apresentação da Donzela naquele RiR 85 é emblemática. O sangue que corria no rosto de Bruce Dickinson é o sangue sagrado da religião brasileira que surgia: “O Iron Maiden é minha religião!”.
Depois da lendária primeira apresentação em solos sul-americanos, o Maiden resolveu dar as caras por aqui nada mais, nada menos do que 10 vezes. Os headbangers sabem que a cada dois, três anos, em média, eles tem um compromisso com com o sexteto inglês. E, por mais que pareça repetitivo, a média de público e a euforia no meio rock ‘n roll mostram que não importa quantas vezes o Iron Maiden pise em solos brasileiros, haverá uma legião de fiéis ensandecidos entoando seus cânticos, seus hinos.
Já é do conhecimento de todos que entre esses fiéis há aqueles que não só apreciam a obra da Donzela, como também, graças à ela, realizam os seus trabalhos. O Iron Maiden é uma das referências para tudo que o veio depois dos (e durante os) anos 80 dentro do rock.
“Desde que comecei a dar as primeiras batucadas, o Iron Maiden esteve presente”, relata Riccardo Linassi, da Age Of Artemis. “Não conseguia tocar as músicas, eu tinha apenas 11 anos, mas já ensaiava algumas delas da minha maneira. E o primeiro grande show que assisti foi em 92, em Porto Alegre, ainda na primeira fase do Bruce Dickinson”.
O baterista André Márcio, da banda Eminence, também relata a respeito de sua inspiração. “O Iron me influenciou muito através do Nicko McBrain, sempre me inspirei nele como músico. As viradas dos tons agudos até os graves e suas técnicas diferenciadas sempre me chamaram muita atenção”.
Além disso, a primeira vez que se ouve Maiden nunca se esquece.
“Eu tinha 9 anos quando ouvi numa rádio da minha cidade natal, Marau/RS, algo que penso hoje ter sido ‘The Number of The Beast'”, conta Riccardo Linassi. “Me recordo de uma narrativa e, logo em seguida, uma guitarra distorcida”.
André Márcio também tem suas lembranças:
“Eu conheci o Iron Maiden um pouco antes da apresentação do Rock in Rio de 1985, foi uma paixão à primeira vista”. Já para Bruno Sutter, “foi na MTV, em 1991, com o clipe de ‘Holy Smoke'”.
Com quatro décadas de carreira, histórias e momentos são o que não faltam para a grandiosidade do Iron Maiden. Mas, para cada um de seus fãs, sempre haverá aquele que ficará em suas melhores lembranças. Para Ricardo e André, por exemplo, a saída temporária de Bruce Dickinson foi algo impossível de se esquecer.
“Para mim, algo bem marcante foi o show de despedida de Bruce Dickinson em 93, com a gravação de ‘Raising Hell'”, diz Linassi. “Eu não me adaptei com o Blaze nos vocais”, completa e ressalta o baterista da Eminence.
Não é à toa que o Iron Maiden se consagrou como a maior banda de Heavy Metal de todos os tempos. Aliás, segundo Bruno Sutter, a postura artística profissional e seu foco empreendedor são alguns dos diferenciais centrais da banda. Mas, como já se sabe, o Maiden ainda se destaca mais além disso.
“Letras inteligentes, refrões e melodias marcantes, duetos de guitarra, baixo e bateria em perfeita sintonia e um dos melhores vocalistas da história”, ressalta Linassi. “O maior diferencial do Iron para as outras bandas é o casamento de baixo e bateria, é perfeito. Steve Harris é o cara!”, completa André Márcio.
Caso alguém ainda não conheça o Maiden, o ex-vocalista do Massacration tem uma sugestão a fazer: “compre o disco do Bruno Sutter primeiro pra te preparar melhor”.
Além do mais, é difícil que exista alguém que não conheça a Donzela de Ferro “Se nunca ouviu falar, então não é deste planeta”, diz o baterista André Márcio.
Por RockMusic