“Me arranja um pecado quente pra me consolar”! Quem nunca precisou de um pecado, um “Pecadinho”, como alívio momentâneo, que morda uma maçã, digo, atire a primeira pedra. “Frevo”, ou “Pecadinho”, composta por Tom Zé e Tuzé de Abreu, e executada pelo mesmo Tom Zé, ganhou uma nova folha de figueira, uma nova roupagem, com os pecadores do Magma Velvo.
Nada melhor do que o delicioso ritmo caribenho ska para embalar os bailes e salões físicos e digitais. “Frevo” é sensual, sugestiva, um pouco niilista, e estava meio esquecida no meio do catálogo do artista. E que delícia é um Pecadinho?! Parece até que a palavra no diminutivo abranda o delito. Quer expiar o seu Pecadinho? Escute “Frevo” de Magma Velvo.
Frevo (Pecadinho):
Magma Velvo:
Nós somos o Magma Velvo! Nós quem? Todo o mundo e nenhum mundo. Eu e tu. O pai e o filho. O santo e o profano. É o preenchimento e o vazio. A unidade e o devir. O “in” e o “iângue”. O sublime e a baixaria. É a castidade e a sacanagem. O Magma Velvo é tudo e não é nada. O Magma foi, é, e será. Esteve presente nas primitivas manifestações do “Om”. O Velvo foi o monólito inspirador dos primeiros batuques feitos com ossos; esteve presente no antigo Iraque, na concepção do Hino Hurrita; está nas cantigas das crianças e nas lamentações dos adultos; Magma Velvo é a Marselhesa dos Jacobinos, o banzo sonoro dos pretos catadores de algodão do Mississipi, é a tradição de Donga e Cartola, a guitarra punk, distorcida e “desafinada”. O Élan magmático hoje, no século 21 da era comum, está em Jorge Magalha, Júlio Longo, Vitor Louzada e “Araquém?”, e pode ser apropriado e encarnado em qualquer coisa ou qualquer um. O Magma virá. O Magma está. O Magma magma. O Velvo. O Velvo veio ao Magma, o Magma ao Velvo. A escatologia de Magma Velvo!