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No Gabiru volta as origens do hardcore melódico no lançamento do EP “Vai ser pra sempre”


A força do hardcore e do punk melódico pulsa no lançamento do novo disco do No Gabiru. O EP “Vai ser pra sempre” acaba de ser lançado em todas as plataformas de streaming. O projeto solo de Thiago Ferraz conta com 4 faixas e tem forte influência de bandas como CPM 22, Charlie Brown, Raimundos, Houdini, Blink 182, Green Day e Nirvana.

Confira “Vai ser pra sempre”:

O disco varia entre o punk rock, pop punk e o hardcore melódico com faixas que abordam os tombos e as decepções da vida, materializando as composições e desilusões em uma pessoa em canções. “Vai ser pra sempre” é uma referência ao refrão de uma das músicas mais fortes do EP, “Tacos e plantas”. Essa frase é sobre a esperança que uma pessoa tem de ficar pra sempre com outra.

O material fala sobre o desejo de seguir um caminho diferente, mesmo que a mudança seja dolorosa. Trata também das defesas que criamos para não encararmos a verdade, de negar aquilo que sabemos que realmente nos faria felizes, porque se aceitarmos, seremos obrigados a jogar tudo pro alto em um processo muitas vezes traumático.

Conversamos com Thiago Ferraz, idealizador do projeto, sobre sua trajetória na música, processo de composição e gravação, influências musicais, entre outras curiosidades.

De onde surgiu o nome “No Gabiru”?

O nome No Gabiru é mais uma questão de nostalgia do que de significado. Foi o nome da minha primeira, quando eu tinha meus 14, 15 anos. Como esse projeto busca, entre outras coisas, resgatar o melhor do pop punk/hardcore dos anos 2000, acho que faz todo o sentido.

Como e quando surgiu esse projeto solo?

Minhas primeiras composições são de quando eu tinha 14, 15 anos. Então, daria para dizer que a faísca aconteceu ali, em 2000, 2001. Mas esse projeto solo, como é, ganhou força em uma mesa de bar, em outubro do ano passado (2020), durante uma conversa com o Fernando, meu irmão de coração e dono dos incríveis backing vocals de Tacos e Plantas – primeira faixa do EP. Ele me pilhou, disse que eu precisava colocar as “coisas no papel”. Na mesma semana eu troquei uma ideia com o Gabriel, produtor do EP. Ele me pediu umas guias, que gravei em casa, no violão, só para ter uma ideia do que se tratava a música. Na semana seguinte eu já estava no Substudios, com o Gabriel gravando e produzindo a primeira música, que foi Sem Entender. O cara é simplesmente um animal. Chega a ser injusto dizer que esse é um projeto solo, porque ele é como se fosse um integrante do No Gabiru.

Você segue promovendo o lançamento do seu último disco. Como foi o processo de composição e gravação dessas faixas?

Normalmente eu crio os riffs primeiro, sempre no violão, porque é mais prático. Faço um riff para o verso, coloco uma melodia em cima sem letra, aí tento fazer o mesmo para o refrão. Algumas vezes eu crio o riff para o verso e acabo usando para o refrão, aí crio outro para o verso (risos). Mas o instrumental vem quase sempre primeiro. Com a estrutura da música um pouco mais bem definida, uso um aplicativo de gravação simples para poder me escutar e ver se a coisa está fazendo sentido. Com as quatro músicas do EP, funcionou dessa forma. Peguei o violão, o notebook, e fiz desse jeito.

Em relação às letras, elas têm uma linha. Não importa qual é a frustração, eu faço parecer que é uma pessoa (risos), alguma questão interpessoal. Talvez no subconsciente eu acredite que seja mais fácil para as pessoas se identificarem, porque todo mundo tem ou teve um assunto mal resolvido, um amor não correspondido.

Sobre as gravações, eu admito: faço virar uma novela. O Gabriel, produtor, além de muito talentoso, é praticamente um monge tibetano. Eu não sei como o cara me aguenta, é sério! Eu chego no estúdio, falamos de futebol durante uns 15, 20 minutos. Passo o som na guitarra limpa para o Gabriel começar a produção. Não demora para mudarmos algumas partes, colocarmos umas quebras. Uma etapa importante é definir a velocidade da música; às vezes demora, porque faz toda a diferença. Bem, depois que entramos em acordo sobre a estrutura e o ritmo, eu gravo uma guitarra guia e vou embora. Na mesma semana o Gabriel grava o baixo e a bateria. Então eu volto para gravar as guitarras oficiais, tudo em um dia. Por último, volto para gravar o vocal e os backings. Em teoria, é bem rápido. Na prática, depois de pronto, eu levo o material para casa e fico escutando 100 mil vezes. Aí começo a mandar os áudios para o Gabriel, reclamando de desafinações que não existem, de pronúncias que não gostei, de volumes que quero mexer imperceptivelmente. Ele faz os milagres, gera mais mil versões do som, e eu fico feliz. No Substudios me sinto em casa, a gente se diverte acima de tudo.

O material foi muito bem recebido nos de sites de música especializada nacionais e internacionais . Como você está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?

É muito louco ver o filho nascer. Apesar de ser apenas o começo, acaba passando um filme na cabeça, das músicas sendo compostas no violão, bem cruas. Fico feliz com os feedbacks positivos, mas também me cobro muito. Confesso que não vejo a hora de lançar músicas melhores, que grudem na cabeça das pessoas.

Suas músicas demonstram muita intensidade e entrega. Existe alguma composição que seja mais especial para você?

A primeira faixa do EP, Tacos e Plantas, é a minha preferida. Acho que tem um equilíbrio legal, porque é uma letra inquieta, mas que não chega a dar vontade de cortar os pulsos (risos).

Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som do No Gabiru?

A minha maior influência é o CPM 22. Também me inspiram algumas bandas como Charlie Brown Jr., Strike e Houdini. Minha banda do coração é o Nirvana, mas não dá para considerar que influencia muito o meu som.

Como você está lidando com a pandemia de covid 19? Que tipo de interação está tendo com o público nesse momento de pandemia?

Meu projeto é bastante dependente das mídias sociais, então a pandemia não “atrasa” muito a minha vida. Na verdade, ficar em casa me incentiva ainda mais a compor e a pensar em como levar o som para mais gente. A interação é pelo Instagram, que estou aprendendo a usar (risos).

Podemos esperar um disco de inéditas ou clipe em breve?

Sempre! Pretendo gravar um ou dois singles nos próximos dois meses. Agora, clipe… aí é mais difícil, hein? Uma coisa que não contei nessa entrevista é que sou realmente envergonhado. No começo, cheguei a cogitar não botar a cara no Instagram, ser uma banda tipo Gorillaz (risos). Mas sei que preciso fazer, que é importante. Vamos combinar o seguinte: quando eu fizer a música perfeita, eu dou um clipe de presente pra ela (risos).

Por Sylvia Sussekind


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