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O impacto socio-cultural do Espaço Favela no Rock In Rio


O Rock In Rio está cada vez mais próximo e o Conexão POP preparou uma matéria especial para você sobre o Espaço Favela no festival. Vem conferir!

Toda edição, o Rock In Rio, considerado o maior festival de música brasileiro, tenta inovar trazendo novas áreas e indústrias para dentro da Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. Em 2017 isso aconteceu quando a organização do evento anunciou o Game XP, espaço para jogos organizado junto ao Omelete. O projeto ganhou tamanha importância que será realizado anualmente independente do festival junto ao Grupo Globo.

Este ano, a novidade maior provêm da criação de uma área dedicada a aumentar a exposição da economia criativa que circula nas comunidades do Rio de Janeiro. O projeto ganhou o nome de Espaço Favela e tem parceria do Sebrae, Viva Rio e Central Única das Favelas (Cufa). Nele, se concentram um palco onde artistas selecionados por Zé Ricardo, curador também do palco Sunset, se apresentam com line up preparado para todos os dias do festival, espaço para grafite e demais intervenções artísticas e uma área dedicada a exposição da culinária da favela onde microempreendedores poderão comercializar produtos alimentícios.

A iniciativa pretende não só dar visibilidade às comunidades, mas apoiá-las a curto e longo prazo. Os artistas terão seu custo logístico coberto pela organização do Rock In Rio. Parte dos profissionais técnicos que trabalharão no festival serão capacitados pela Central Única das Favelas, que também identificará profissionais das comunidades que podem participar como figurinistas e produtores, por exemplo. Alguns produtos oficiais à venda terão seu lucro revertido para as favelas da capital fluminense e os empreendedores na área de culinária receberão qualificação e suporte na legalização da operação e equipamentos para dar continuidade a seus negócios pós festival. O  Sebrae/RJ e o Viva Rio ainda anunciaram projetos para fomentar a atividade empresarial em comunidades.

O line up já foi anunciado e conta com nomes como BK, Malía, Tati Quebra Barraco e MC Carol. Ele apresenta gêneros bem diversos, indo do funk à orquestram, incluindo também rap, heavy metal, jazz e roda de samba. Ainda assim, há contradições apontadas sobre o espaço. A primeira é o fato de ele ter que existir para que artistas de comunidades estejam presentes ao invés de se encaixarem no line up oficial. A segunda está no fato de os preços dos ingressos para o Rock In Rio serem inacessíveis justamente ao público das comunidades. Portanto, os artistas cantarão para grupos que não os representa.

Ainda assim, o Espaço Favela é inovador, pois não existe iniciativas semelhantes em demais festivais grandes no mundo. Assim como acontece com o funk, artistas que tem origem da comunidade só estão nos palcos de eventos grandes quando já famosos ou convidados por outros artistas ou bandas. O reconhecimento vem, majoritariamente, pela ascensão ao invés do talento ou inovação.

Por Conexão POP


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