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O Rappa entrega show antológico no Rio


Banda encerrou a turnê que teve no repertório canções como “Anjos (Pra quem tem Fé)” e “Auto-reverse”, além de clássicos do grupo como “Minha alma” e “Pescador de ilusões”.

Anos de estrada, muitos registros depois, com grooves destruidores e muita crítica social, O Rappa é definitivamente essencial no panteão musical brasileiro. E o público parecia que sabia disso. Antes mesmo das primeiras notas da noite, a galera já chegava em peso na Fundição Progresso e lotava os bares, lojas e pista do local. Aliás, primeiras notas essas que foram desferidas pela galera do Onze:20.

A banda, com dez anos de vida e quatro registros de estúdio alcançou um lugar ao sol definitivo há pouco tempo atrás, com o lançamento do álbum Vida Loka, de 2014. O grupo faz um mix interessante de reggae com pop rock e rock alternativo. Com bastante emoção nas músicas, músicas de extremo bom gosto e músicos competentes (em especial o baterista Fábio Mendes e o baixista Marlos Vinicius), a banda passeou por uma hora em temas interessantes como Querendo Te Encontrar, Pra Você, Te Roubar Pra Mim e até cover acústico de Ela Vai Voltar, do Charlie Brown Jr. Em suma, a banda entrega um show honesto e justo e foi um ótimo ato de abertura.

Marcelo Falcão adentra o palco liderando a trupe d’O Rappa e todo o seu arsenal de rimas, ritmos e críticas. A primeira parte do show é bem focada nas novas músicas e a galera mostra muita animação, mas é quando a banda começa a deflagrar tiros como Me Deixa, Homem Amarelo e O Que Sobrou do Céu (Todas do incrível LadoB LadoA, de 1999) a galera foi às lágrimas e botou a Fundição Progresso abaixo. Com uma cozinha consistente e agressiva, formada por Marcelo Lobato (Bateria) e o incrível Lauro Farias (baixo), a banda não deixa a energia cair um segundo sequer.

Algumas músicas como Mar de Gente e Rodo Cotidiano são tocadas com andamento aumentado, o que causa uma catarse no público e uma carga frenética que deixa a banda mais gigante musicalmente e faz o show virar um culto às palavras que são desferidas pela garganta de Marcelo Falcão, que carrega ainda toda a consciência social que a música d’O Rappa sempre procurou enfatizar. Outro grande momento da noite foi a clássica Pescador de Ilusões, que fez os fãs religiosos cantarem o refrão em alto e bom som.

Pouco antes das 4h da manhã, a banda termina a apresentação com um gostinho de quero mais, pois mesmo com duas horas de apresentação, o tempo passou rápido. O conjunto, mesmo com as mudanças musicais, ainda continua tecendo suas construções melódicas e líricas com a mesma força e vontade que existia no início da carreira. Esperamos que O Rappa continue pela estrada por muito tempo mantendo-se como uma das entidades necessárias para a música brasileira.

por Luiz Mallet, da ZIMEL


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