Um ano mágico para o Heavy Metal em 2015, quando vários lançamentos chamaram a atenção do público e, considerando todo o material recebido no site a Ilha do Metal, dividimos, abaixo, nas categorias Melhor DVD, Melhor CD Internacional e Melhor CD Nacional.
O que notamos neste ano foi o crescimento técnico de novas bandas. Algumas até bem desconhecidas do público, principalmente do eixo Rio – São Paulo, o que apenas solidifica ainda mais a posição do país como um verdadeiro celeiro de bandas fenomenais, carente de lugares onde seu trabalho possa ser mais transmitido, como casas de espetáculos, rádios e TV’s, uma vez que o estilo é quase inexistente dentro das comunicações de grande massa, salvo os conhecidos medalhões.
Melhor CD/DVD
Analisando os vários DVD’s que recebemos destacamos cinco que pensamos ilustrar bem os melhores lançados neste ano. A quinta posição ficou com Detonator e as Musas do Metal com seu Live in Sana, gravado em Fortaleza para um público de mais de 20 mil pessoas, onde o ex-VJ da MTV com sua nova banda tocou os clássicos do Massacration e também do seu disco solo, Metal Folclore, lançado ano passado. E, por ser uma obra independente, a qualidade está bem próxima a qualquer lançamento do estilo das grandes gravadoras.
Já os paulistas do Panzer nos brindaram com o DVD Louder Day after Day, celebrando toda sua carreira em um show exclusivo para fãs, onde mostraram todo o densidade que vem contagiando os fãs da música pesada há mais de 20 anos.
O terceiro que indicamos é o Claustrofobia, nome forte da cena extrema com o DVD Visceral, que gravaram em São Paulo durante a realização do Peste Fest, festival realizado pela própria banda em comemoração aos dez anos de estrada.
A grande surpresa para alguns talvez seja a inclusão do Blazing Dog nesta lista, já que a banda, natural de Brasilia, fez um material surpreendente, de cair o queixo, seja pelo som, que é o mais importante em qualquer banda, seja pelo acabamento, pela arte gráfica, que possui o encarte de encher os olhos. Tudo planejado pelos próprios músicos. E o destaque, claro, foi a música composta para Ayrton Senna na faixa “Deus Ex machina“.
Elegemos como melhor DVD do ano, Viper, Live in São Paulo, o registro de um show gravado três anos atrás, que por problemas com ex-integrante da banda, só teve todas as autorizações este ano. O projeto mostra um show espetacular, que, mesmo após mais de duas décadas dos dois primeiros álbuns, ainda parece atual e praticamente é um hino de qualquer amante de Heavy Metal do Brasil. Um registro histórico.
- Viper – Live in São Paulo
- Blazing Dog – Age of The Beast
- Claustrofobia – Visceral 20 years
- Panzer – Louder Day after Day
- Detonator e as Musas do Metal – Live in Sana
Melhor CD Internacional
O Heavy Metal, um estilo que predominantemente é cantado na língua inglesa, este ano foi repleto de bons projetos e discos que solidificaram grandes medalhões do Heavy Metal e sua importância no cenário.
As bandas Paradise Lost e Halestorm vieram com excelentes álbuns, mantendo o sucesso das bandas e agregando muito mais fãs. A banda de Max Cavalera, Soufly, fez um dos melhores discos de sua carreira com um play direto que vem sendo sucesso de vendas e crítica por todo o planeta. Outro destaque, o lendário vocalista Jason McMaster (Dangerous Toys) com seu projeto Broken Teeth, não deixou nenhum pescoço parado com o álbum Bulldozer. E, sem dúvida um dos melhores shows do Brasil no ano, Nightwish com Endless Forms most Beaultifull, destacando que este é o primeiro trabalho de inéditas composto para a vocalista Floor Jansen .
O Slayer continua sendo Slayer. E com Repentless fez o que todos esperavam, ou seja: um discão no melhor estilo Slayer de ser. Não há nada parecido com eles. É ligar o som e comentar “isso é Slayer“. Uma pedrada da primeira à última música. A banda espanhola Mago de Oz conseguiu praticamente o impossível, regravando com a atual formação seu clássico Finisterra, renomeando o mesmo para Finisterra Opera Rock. O resultado foi surpreendente e ratificou a posição de melhor banda existente no estilo Folk Metal.
A grande surpresa da lista fica com o Lucifer’s Child, projeto paralelo com membros do Rotting Christ e Nightfall. Com um Black Metal de primeira linha, a banda surpreende com uma sonoridade densa e extremamente pesada que fez deste CD, além de ser um dos melhores, talvez a melhor surpresa do ano.
O Motorhead consegue fazer um CD melhor a cada ano. Depois dos problemas de saúde que a lenda Lemmy teve no início do ano, cancelando inclusive o show de São Paulo no Monster of Rock, a banda mostra que continua muito na ativa, destacando, principalmente, a faixa “When The Sky comes Looking for you”.
O título de melhor CD internacional certamente fica por conta do Iron Maiden com o The Book of Souls, que estará no Brasil em março. Este primeiro CD duplo da carreira, talvez seja o melhor trabalho da banda desde a volta de Bruce Dickinson. Em todo o disco encontramos elementos de todas as fases da banda, como se toda a discografia da Donzela de Ferro tivesse inspirado esta gravação. Sim, é o melhor lançamento de 2015. Up the Irons!!!
- Iron Maiden – The Book of Souls
- Motorhead – Bad Magic
- Lucifer’s Child – The Wican
- Mago de Oz – Finisterra Opera Rock
- Slayer – repentless
- Nightwish – Endless Form most beautifull
- Broken Teeth – Bulldozer
- Soufly – Archangel
- Paradise Lost – The Plague Within
- Halestorm – Into th ewild life
Melhor CD Nacional
O metal do Brasil é muito além de Sepultura e Angra e 2015 foi uma bela prova disso. Em nossa lista, temos vários nomes que certamente uma boa parte do público desconhece. Quando fechamos a lista vimos com bons olhos o resultado final, afinal, pensamos o quanto de boas bandas ficaram de fora.
O Brasil sempre foi um país caracterizado pelo metal extremo e ver surpresas como o Addicted to Pain com um instrumental hard muito bom e o ótimo vocalista João Paulo Pretti é um toque especial da banda.
A lenda da bateria brasileira Paulão Thomas continua firme no Rock’n’Roll e sua nova banda, Kamboja, se consolida como um dos grandes nomes com o primeiro CD Viúva Negra. O mesmo acontece com os cariocas do Pagan Throne com o CD Swords of Blood, mostrando a força do Black Metal brasileiro. E podemos dizer que o Rio de Janeiro volta a ter novas e boas bandas e esta, sem dúvida, é uma das melhores do estado.
O Skin Culture volta a cena com tudo com o lançamento de Mudernation, fazendo um metal moderno, pesado e de grande qualidade técnica característica desta nova formação da banda. Outra grande banda que achamos em Curitiba, uma das bandas mais surpreendentes deste ano, é o Macumbazilla, com um Rock’n’Roll sujo, rasgado e um vocal forte e diferenciado sendo a principal característica da banda.
O Dr. Sin nos proporcionou mais uma obra prima com o CD Intactus e cada vez que ouvimos também lamentamos, pois a banda está em sua turnê de despedida. Uma das sensações do Rock in Rio, o John Wayne, veio com o CD Dois Lados, com sua brutalidade característica também agregando muito peso com seu jeito moderno de fazer Heavy Metal.
Muitos dizem que o Heavy Metal melódico estava decadente, sem grandes lançamentos, e os paulistas do Eyes of Gaia com o CD The Power of Existence mostra a todos que o estilo ainda é forte e pode render bons frutos. Este lançamento vem tendo muito destaque, inclusive no Japão, onde é um dos mais vendidos.
O melhor disco do ano, lançado por uma banda brasileira, sem dúvida chama-se Forge by Fury, do Krisiun, que se supera a cada lançamento. Hoje em dia, sem dúvida é o nome mais forte do Heavy Metal no Brasil, representando nosso país em muitos festivais mundo afora. Este novo CD, convenhamos é uma obra de arte.
- Krisiun – Forge by Fury
- Eyes of Gaia – The Power of Existence
- John Wayne – Dois lados
- Mork – Awake
- Dr. Sin Intactus
- Macumbazilla – Macumbazilla
- Skin Culture – Mudernation
- Pagan Throne – Swords of Blood
- Kamboja – Viuva Negra
- Addicted to Pain – Queen of the Lies
Claro que poderíamos listar muito mais, porém optamos por estes para que cada leitor concorde ou discorde. Afinal, se poderíamos ter mais bandas nesta lista é sinal de que o estilo, apesar de muitos dizerem que morreu, continua mais forte que nunca.
Por A Ilha do Metal