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Oscar 2018: Uma Análise – Muitas certezas e algumas surpresas nas indicações da Academia


A seguir, vamos fazer uma breve análise de tudo que aconteceu hoje, com suas surpresas e cartas manjadas.

Todo mundo esperava que as indicações ao prêmio máximo do cinema trouxessem diversas certezas, visto que a temporada de prêmios que antecedeu ao anúncio que aconteceu hoje de manhã (23/01) já consolidava a carreira de diversos longas, que vinham sendo aclamados semanalmente pelas associações de críticos e sindicatos americanos. Quando a transmissão onde Tiffany HaddishAndy Serkis leram os nomes dos concorrentes terminou, ainda algumas dessas certezas caíram — e necessariamente isso não foi uma coisa muito ruim.

A seguir, vamos fazer uma breve análise de tudo que aconteceu hoje, com suas surpresas e cartas manjadas. Veja só:

Os tiros certeiros

Estava na cara que “A Forma da Água” lideraria a corrida pelo Oscar neste ano. Guillermo del Toro criou mais uma obra-prima (ao lado de “O Labirinto do Fauno“, este é seu melhor filme) e seu longa levou 13 indicações: Filme, Diretor e Atriz eram as grandes certezas, fora as categorias técnicas. Muita gente ficou assustada pelo fato do filme não ter sido indicado em Melhor Maquiagem, mas é sempre bom lembrar que o monstro aquático criado para o filme não foi fruto de uma maquiagem elaborada, mas sim de uma roupa de látex que o ator vestia; portanto, foi justamente indicado em Melhor Figurino.

“A Forma da Água”

Também não era surpresa que “Dunkirk” teria seu momento de glória. Com oito indicações, inclusive a Filme e Diretor (primeira indicação ao Oscar de Christopher Nolan nessa categoria), o drama de guerra divide com “A Forma da Água” a liderança nas indicações técnicas. Não era para menos: sendo o espetáculo visual que é, seria estranho se não estivesse com força nessas categorias. Também não surpreende ninguém o fato de “Três Anúncios para um Crime“, “The Post – A Guerra Secreta“, “Lady Bird – É Hora de Voar“, “Me Chame Pelo Seu Nome” e “Corra!” terem entrado na disputa pelo prêmio principal, juntamente com a indicação certa de “O Destino de Uma Nação“, puxado pelo favoritismo de seu ator principal, Gary Oldman — que ganhou tudo na temporada e seu prêmio é dado como certo. E no que diz respeito a atuações, Frances McDormand e Sam Rockwell (por “Três Anúncios de um Crime”), Alisson Janney (por “I, Tonya“) e Oldman são os nomes certos para vencer, a não ser que um surto coletivo de loucura baixe sobre os votantes.

O inesperado

Entretanto, o anúncio dos Oscars desse ano não ficou isento de surpresas. A maioria dos críticos e pessoas que acompanham as premiações davam como certa a indicação de James Franco na categoria de Melhor Ator, pelo seu “O Artista do Desastre“. Seu nome caiu, dando lugar ao veterano Denzel Washington, por “Roman J. Israel, Esq“; seu nome vinha aparecendo timidamente nas premiações anteriores. Assim como Armie Hammer e Michael Sthulbarg, de “Me Chame Pelo Seu Nome”, que despontavam como nomes certos em Ator Coadjuvante perderam a vaga para Woody Harrelson (de “Três Anúncios para um Crime”) e Christopher Plummer — sim, ele mesmo, o homem que substituiu Kevin Spacey às pressas quando ele foi cortado de “Todo o Dinheiro do Mundo” recebeu o reconhecimento da Academia, aos 88 anos. Nessa mesma categoria entrou Richard Jenkins, que é uma parte importante da alma de “A Forma da Água” e surpreendeu muita gente por não ser tão esperado, e certamente se beneficiou do hype do longa.

“Me Chame Pelo Seu Nome”

Em Atriz Coadjuvante, Holly Hunter (por “Doentes de Amor“) era dada como certa e não emplacou sua indicação. Em seu lugar, entrou Leslie Manville, de “Trama Fantasma“. Inclusive, o novo filme de Paul Thomas Anderson foi a maior surpresa de hoje: cotado apenas para Daniel Day Lewis como Melhor Ator, acabou recebendo mais quatro indicações: Filme, Diretor, Trilha Sonora e Figurino. Isso nem mesmo os maiores fãs do filme esperavam.

Por fim, surpreendente é a ausência de Martin McDonagh na categoria de Direção por “Três Anúncios por um Crime” e filmes como “I, Tonya” na categoria principal. Ambos eram dados como certezas e não tiveram os nomes figurando entre os indicados. No caso de Martin, sua vaga foi ocupada — com total justiça — por Jordan Peele, que dirigiu e roteirizou “Corra!” e foi nominado por ambos.

“The Post – A Guerra Secreta” decepcionou bastante, tendo apenas duas indicações, para Meryl Streep em Atriz e ao prêmio principal. Muito pouco para aquele que prometia ser um dos grandes filmes da temporada.

Nas outras categorias, a maior novidade foi a inclusão de “Logan” na categoria de Roteiro Adaptado. Absolutamente merecido, aliás. “Star Wars – Os Últimos Jedi” ganhou quatro indicações técnicas (Efeitos Visuais, Som, Edição de Som e Trilha Sonora) e “Em Ritmo de Fuga” levou três (Som, Edição de Som e Edição, para o qual é favorito), enquanto “Blade Runner 2049“, que antes estava nas pré-listas como indicado às categorias principais, levou cinco indicações técnicas.

Os mais indicados

O ranking de indicações desse ano ficou assim:

  • “A Forma da Água” possui 13 indicações e está em primeiro lugar;
  • “Dunkirk”, com oito, ficou em segundo;
  • “Três anúncios para um crime” em terceiro, com sete;
  • “O Destino de uma Nação” e “Trama Fantasma”, empatam em quarto com seis indicações;
  • “Lady Bird” conseguiu cinco indicações e está em quinto lugar;
  • “Corra!” tem quatro indicações, e está em sexto lugar;
  • “Blade Runner 2049”, esnobado nas categorias principais, levou cinco indicações e o sétimo lugar;
  • “Star Wars – Os Últimos Jedi” tem quatro indicações e ficou em oitavo lugar.

A entrega dos prêmios acontecerá no dia 4 de março. O MAZE fará um especial com resenha dos principais filmes indicados ao longo do mês de fevereiro, por isso não deixe de acompanhar!

Por MAZE


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