O ator Paulo Gustavo, de 42 anos, morreu esta noite (04) no Rio de Janeiro, vítima de Covid-19. Um dos mais queridos humoristas do páis, criador de tipos inesquecíveis como a Dona Hermínia de “Minha Mãe é uma Peça”, estava internado desde 13 de março no Hospital Copa Star, no Rio.
Recentemente o quadro de saúde de Paulo Gustavo vinha apresentando melhoras, mas no domingo ele foi vítima de uma embolia, que causou significativa piora em seu quadro. Às 21h12, a assessoria de imprensa do ator e a direção do hospital divulgaram uma nota informando o falecimento.
“Às 21h12 desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da covid-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento”, dizia a nota.
A morte do ator causou comoção nas redes, com a manifestação de pesar de dezenas de anônimos e famosos, como Deborah Secco, Preta Gil, Murilo Benício, Daniella Mercury, Felipe Netto, Monica Martelli, Fabio Porchat, Angélica, Xuxa, Claudia Leitte, Fatima Bernardes, Pabllo Vittar, entre muitos outros. Caetano Veloso escreveu em seu Instagram:
“Paulo Gustavo é a expressão da alegria brasileira. Essa alegria que nos veio de fora em forma de fama, já que minha geração cresceu crendo no mito das “três raças tristes” de que nosso povo se teria formado. Nascido já depois da glória futebolística brasileira, do aumento de canções que falam de amores vitoriosos (da bossa nova a Roberto Carlos), do cinema que teve força crítica e, depois, domínio técnico e comunicação com o grande público – e da afirmação do alto nível de criação televisiva – , Paulo, esse poço de talento e gerador de prazer doado ao Brasil por Niterói, encarnou, em seu trabalho e em sua vida pessoal, essa alegria antes apenas mítica. É significativo que a notícia de que o perdemos chegue no dia em que se abre a CPI da Covid no Senado Nacional. O povo brasileiro, que encheu os cinemas para rir com Paulo Gustavo, está de luto. E deve revoltar-se contra os responsáveis por nossa vulnerabilidade frente à pandemia que nos tirou essa pessoa amada por representar nossa vocação para o SIM.”
Natural de Niterói, Paulo Gustavo estreou na peça “O surto”, onde também atuava como diretor ao lado de Fernando Caruso. Mas foi “Minha Mãe é uma Peça”, baseada em sua própria história familiar, que lhe garantiu o sucesso nacional. Além do espetáculo teatral, os três filmes baseados na peça venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020. O terceiro filme teve a maior arrecadação da história do cinema brasileiro, com R$ 182 milhões de bilheteria.
Paulo ainda brilhou nos filmes “Minha Vida em Marte” (2018) e “Os Homens São de Marte… e é para lá que eu vou” (2014). Na televisão, Paulo apresentou em 2011 o programa “220 Volts”, do Multishow e integrou o elenco de “Vai que cola” – mais uma história que iria parar nas telas do cinema. Fez ainda a série “A vila”, no Multishow.
Paulo Gustavo era casado com o médico Thales Bretas desde 2015. Os dois eram pais de Romeu e Gael, de 1 ano de idade.