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Punks Tropicais: A Filosofia DIY de Magma Velvo une Rock, Ska e Ritmos Brasileiros. Conheça a banda!


Conversamos com a banda sobre esse novo lançamento, repertório e outras curiosidades. Confira a entrevista.

“Me arranja um pecado quente pra me consolar”! Quem nunca precisou de um pecado, um “Pecadinho”, como alívio momentâneo, que morda uma maçã, digo, atire a primeira pedra. “Frevo”, ou “Pecadinho”, composta por Tom Zé e Tuzé de Abreu, e executada pelo mesmo Tom Zé, ganhou uma nova folha de figueira, uma nova roupagem, com os pecadores do Magma Velvo.

Nada melhor do que o delicioso ritmo caribenho ska para embalar os bailes e salões físicos e digitais. “Frevo” é sensual, sugestiva, um pouco niilista, e estava meio esquecida no meio do catálogo do artista iraraense. E que delícia é um Pecadinho?! Parece até que a palavra no diminutivo abranda o delito. Quer expiar o seu Pecadinho? Escute “Frevo” de Magma Velvo.

Frevo (Pecadinho):

Conversamos com a banda sobre esse novo lançamento, repertório e outras curiosidades. Confira a entrevista.

De onde surgiu a ideia de regravar Tom Zé? Jorge Magalha: A ideia de fazer uma versão ska da canção Frevo e poder refazer a conexão entre o nordeste e a música jamaicana pareceu encantadora. Araquem?: Foi sugestão do Jorge Magalha. Ele fez o arranjo da música e mostrou pra gente. Parece até que ela foi feita para ser um ska.

E porque Tom Zé? Jorge Magalha: Por ser um compositor que encarna a musicalidade brasileira com muita originalidade. Araquem?: Porque Tom Zé é patrimônio da música brasileira e mundial. Porque Tom Zé é idiossincrático, estranho e sedutor, assim como o Magma Velvo. Há um espírito, uma vontade de potência em Tom Zé, bem como há em Magma Velvo. Enfim, por que não Tom Zé?

Como foi o processo de gravação desse material? Jorge Magalha: Árduo e fecundo. Araquem?: Foi muito instrutivo. Gravamos tudo no nosso estudio, na “Usina”, que é a casa do baixista, Julio Longo. Hoje, com a facilidade e acesso a equipamentos, nada impede de vc ter o seu próprio estudio de gravação. Captamos a bateria em 2 canais; e depois gravamos todos os demais instrumentos. Gustavo Longo gravou o sax, a banda gravou o resto, e o Julio mixou. Todo o processo, do começo ao fim, foi realizado por nós. Somos Punks Tropicais. Faça Vc Mesmo na veia!

Como funciona essa seleção de um repertório para banda? Jorge Magalha: Com muita conversa e boêmia. Araquem?: É só contar o número de sorrisos. Alguém propõe uma música, se há sorrisos em bom número, a música é aprovada.

Pra vocês, como é misturar rock, ska, ritmos brasileiros? Jorge Magalha: É uma necessidade natural, é uma linguagem que tá dentro da gente. Araquem?: A gente mistura o que a gente gosta. Uma nova linguagem pode surgir da mistura de outras linguagens, que, por sua vez, surgiram de outras misturas. Se vc fizer essa regressão, verá que se mistura ritmos diferentes desde os primeiros batuques em pedras, há milhares de anos.

E como é que cada um dos membros contribui para construir a identidade do Magma Velvo? Jorge Magalha: Acredito que principalmente através de sua musicalidade e seus instrumentos. Araquem?: Essa é uma questão importante. A busca de alguma originalidade é um imperativo. Não sei se somos originais, mas a busca é um elemento constitutivo da banda. Não nos interessa ser mais um que fica emulando os clichês de um determinado estilo. Somos toscos o suficiente para tentar um caminho novo.

Acreditam que a música, a arte, é um veículo eficiente para passar mensagens? Jorge Magalha: É o melhor veículo não apenas para passar mensagens mas também sentimentos. Araquem?: A música é manifestação do espírito. Vc não toca na música, vc não vê a música, vc não come música. Vc ouve e sente música. A música pode conter alguma mensagem na letra, mas, no meu entendimento, a música é a própria mensagem. Música é forma, e o conteúdo é a forma.

 

Colaboração de Sylvia Sussekind


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