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Resenha: “Enya – Dark Sky Island”


São sempre ocasiões especiais e marcantes ouvir seus álbuns. Mas com Dark Sky Island, é como se o momento fosse ainda mais especial. Afinal, é o primeiro trabalho lançado da artista na era digital da música, em que estamos todos conectados através da internet.

É como se os discos da Enya fossem um clássico perfume. A embalagem muda ao longo do tempo, mas o seu aroma e as sensações que lhe causam permanecem as mesmas.

São sempre ocasiões especiais e marcantes ouvir seus álbuns. Mas com Dark Sky Island, é como se o momento fosse ainda mais especial. Afinal, é o primeiro trabalho lançado da artista na era digital da música, em que estamos todos conectados através da internet.

O perfume, dessa vez, possui um toque ainda mais intenso. A magia, essencialmente, é a mesma. Mas algo mudou, e para melhor.

O hiato de três anos seguinte ao lançamento do álbum And Winter Came…, de 2008, e da coletânea The Very Best of Enya, no ano seguinte, foi proveitoso para a artista ao permitir que sua criatividade pudesse tomar novos ares, e que a vida seguisse o ciclo natural das coisas, de forma espontânea e sem pressões, compromissos.

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É da natureza que Enya busca as inspirações para melodias e letras de suas músicas. Em Dark Sky Island, a inspiração principal vem da Ilha de Sark, conhecida por possuir um céu escuro. No local, habitam cerca de apenas 600 pessoas, que não utilizam de carros para que a poluição não afete a visão das estrelas do céu.

Um céu limpo, com mais estrelas do que podemos ver atualmente devido a poluição visual das luzes das cidades, se reflete em um álbum com composições voltadas a retratar as coisas como elas são: a origem do universo em “The Humming…” – essa, uma das melhores canções já lançadas pela artista, e com uma de suas mais marcantes melodias; nascer de um novo dia no single “Echoes In Rain”; despedidas e o fim de relacionamentos em “So I Could Find My Way”, e “I Could Never Say Goodbye”.

Capaz de derreter o mais gélido dos corações com suas melodias intensas e belas letras, o disco foi produzido por Nick Ryan, composto por Enya e escrito por Roma Ryan em um período que durou quase três anos. Mais experimental e denso que os anteriores, um dos destaques do trabalho é o inesperado retorno da linguagem ficcional Loxian – criada pela letrista no álbum Amarantine, de 2005, e posteriormente utilizada em seu livro Water Shows The Hidden Heart – nas canções “The Forge of Angels” e “The Loxian Gates”, além de pela primeira vez a artista demonstrar notas graves, na faixa título do disco.

Embora não seja um álbum conceitual, o desejo de ir para algum lugar e de tomar novos ares, se mostra claramente implícito nas melodias e letras das faixas do disco. A temática de jornadas – que não necessariamente se passa em um plano físico, mas principalmente em um plano espiritual -, sintetiza todas as emoções que a artista causou em seus seguidores ao longo das últimas décadas: a comum sensação de fechar os olhos e ser levado para algum lugar tão mágico quanto a áurea etérea das canções.

Por Maze


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