Em cartaz nos cinemas desde a última quinta-feira, dia 12 de abril, “Baseado em Fatos Reais” é a mais nova obra do cineasta franco-polonês Roman Polanski. Vencedor do Oscar com “O Pianista” (2002), o diretor e roteirista perdeu prestígio após acusações de assédio e estupro nos últimos anos e, talvez como mea culpa, aborda o universo feminino e uma releção obsessiva e abusiva no seu trabalho mais recente.
Baseado na obra literária de Delphine de Vigan, a trama conta a história de uma renomada escritora francesa (Emmanuelle Seigner) e sua relação com uma fã obsessiva (Eva Green) quando a autora precisa escrever um novo livro mas não consegue inspiração. O filme faz uma abordagem bem desenvolvida sobre os aspectos psicológicos da relação entre as personagens. Bem ao estilo da escola francesa, as cenas são intensas em termos de emoção e estão sempre carregadas de novas informações sobre a temática explorada. O final deixa questões em aberto para que o público possa discutir ao final do filme.
A boa atuação das protagonistas, com destaque para Eva Green, ajuda a trazer o espectador para dentro da trama e a se envolver com as personagens. Também não dá para negar que elementos como a edição e fotografia cumprem seu papel na obra – sem extraordinariedade, mas cumprem.
Resta saber se a obra será suficiente para recuperar o prestígio de Polanski ou se esbarrará no impacto das denúncias que sofreu e nas promessas de boicote organizado por grupos que o condenam. O que você acha?
Por Matheus Wenna para Midiorama