Desde que anunciou sua carreira independente, aos 19 anos, a ex-integrante do conjunto Fifth Harmony tem se mostrado incrivelmente talentosa. Realizou singles e participações de sucesso como a bombástica “Havana” e “Know No Better”, do Major Lazer.
Agora, Cabello deu partida oficial e nos trouxe seu álbum de estreia: “Camila”. O trabalho passou por várias mudanças e certo amadurecimento, inclusive no nome, que antes seria “The Hurting, The Healing, The Loving”.
Porém, apesar de toda a jornada, o resultado foi bom e a cubana definitivamente mostrou com estilo que tem conteúdo suficiente para sustentar uma carreira solo de qualidade e agradar bastante os seus fãs.
O álbum como um todo explora bem a voz da cantora e contém desde pop latino dançante até músicas mais românticas e sensuais, em sua maioria abordando temas de relacionamentos.
“Never Be The Same”, single e primeira faixa, deu uma introdução interessante e já mostra a intensidade do todo. Com um pop mais lento e levemente agressivo, ela aborda seu vício por um relacionamento e demonstra sofrimento por isso “It’s you, babe/And I’m a sucker for the way that you move, babe/And I could try to run, but it would be useless/ You’re to blame…”.
“All These Years” é composta pela vibe mais calma e relaxante com uma bela melodia, mas ainda tem um tom de aflição e tristeza na música que Camila consegue passar muito bem. Ela canta sobre reencontros que a fazem lembrar dos sentimentos de um relacionamento passado, os quais guardou para si mesma “I still feel everything when you are near/… And you probably will never know/ you’re still the one I’m after all these years”. Faixa delicada e profunda.
Após a curiosa abertura das primeiras músicas, o álbum segue com um up de “She Loves Control” e sua pegada latina totalmente dançante. Nesse momento, por meio da força de sua voz, é possível sentir Camila mais firme e no controle da situação “She loves control/ She wants it her way”. Impossível escutar sem se sentir maravilhosa.
Na sequência vem o maior sucesso de Cabello. Provavelmente já ouvimos milhares de vezes, mas a faixa é tão boa que, honestamente, não há como enjoar! Com título de primeiro single e uma participação muito construtiva do rapper Young Thug, Havana é incrível e sensual, lembrando exatamente sua origem cubana “Half of my heart is in Havana ooh na na…”. Também foi merecedora de um videoclipe à altura com um enredo divertido e ótimas coreografias.
Em “Inside Out”, a diva canta com intenção mais positiva. O clima da música lembra uma balada latina e praiana, contendo até um trecho em espanhol “De Miami a México, esta cosa se prendió, baby…”. Mas seguindo para “Consequences”, ela volta a desabafar sobre o relacionamento e aparenta estar entrando na fase de superação quando conclui “Loving you was sunshine, but then it poured/ And I lost so much more than my sense/ ‘Cause loving you had consequences.”
O último single “Real Friends” tem melodia parecida com “All These Years”, mas são colocadas em momentos bem adequados no álbum. A solidão após o término de um relacionamento fica aparente “Been feelin’ so alone in every crowded room/ Can’t help but feel like something’s wrong…”.
“Something’s Gotta Give” se mostra a faixa mais melancólica do álbum com voz e piano sendo os principais destaques.
Por fim, as duas últimas produções têm um pop agradável e marcante, porém, faria mais sentido se o desfecho ocorresse com “In The Dark” em detrimento de “Into It”. Isso considerando que o álbum quis passar, substancialmente, emoções mais pesadas de relacionamentos que afetaram o sujeito lírico.
“Camila” com certeza é ótimo trabalho de estreia para a cantora cubana, que vai trazer bastante visibilidade em sua carreira. Cabello reúne talentos semelhantes aos de Tove Lo, Selena Gomez e uma voz com potencial que lembra a de Ariana Grande, adicionando, ainda sua própria originalidade e seu toque latino.
Por Caroline Mesquita, do On Backstage